Mato Grosso do Sul vai decretar estado de emergência devido à gripe aviária

Nos próximos dias, o governo estadual deve editar um decreto sinalizando o estado de emergência sanitária animal e intensificando as movimentações para impedir a entrada de aves infectadas pela gripe aviária em Mato Grosso do Sul.

A resolução foi tomada após uma assembleia virtual entre os secretários de Estado da Agricultura e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, que está em um projeto industrial para Europa e Ásia.

Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), disse que Fávaro está preocupado com os danos que a doença pode causar ao país.

Mato Grosso do Sul já tem um decreto de alerta de aptidão animal em vigor desde o dia 2 de junho, quando também instituiu a fórmula de vigilância, alertas e movimentações para evitar o surto de influenza aviária H5N1 em Mato Grosso do Sul.

“O ministro pediu que fosse declarado o estado de emergência porque está muito envolvido nos enormes danos que podem ser causados ao país se esta doença chegar a uma exploração avícola”, disse.

No total, o governo federal destinará R$ 200 milhões para ações preventivas.

“Mato Grosso do Sul recebe 2 ou 3 milhões de reais, que vamos usar para construir estruturas de barreiras, pagar dietas, acentuar a prevenção”, acrescentou Verruck.

No estado, a vigilância é coordenada por meio da Unidade Especial de Atenção a Emergências Suspeitas ou Doenças Exóticas (GEASE/MS) de Mato Grosso do Sul. Até o momento, não há indícios de contaminação ou aves silvestres com gripe aviária no estado.

Entre as responsabilidades do GEASE/MS estão a medição e monitorização da informação estratégica de adequação, nomeadamente sobre a velocidade de propagação da gripe aviária HSNI no território nacional e no estrangeiro; identificar fatores de ameaça, propor estratégias de vigilância ativa e passiva; Levantamento de situações de acesso e desejos de prevenção e implementação de um plano expresso de emergência a ser definido, e na publicação de boletins bimestrais.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (28) que “teremos que não nos enganar” com a queda da taxa de desemprego no Brasil. Segundo ele, devido aos juros altos, a economia do país vive um processo de desaceleração.

Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa de desemprego no trimestre atual caiu para 8%, o menor ponto da era em anos, desde 2014, quando o indicador chegou a 6,9%.

“Os dados de desemprego também saíram hoje, também em queda. Mas não se engane. Embora a taxa de desemprego esteja abaixo da média dos últimos anos para o mês, já com ajuste sazonal, a economia passa por um processo de desaceleração por conta dos juros reais em torno de 10%”, disse o ministro.

Segundo Haddad, os efeitos inteligentes podem se repetir na atual parte do ano se houver “uma resposta de política financeira suficientemente inteligente”.

“Os ventos são favoráveis. O mundo olha para o Brasil com olhos, com percepção. Mas é o melhor momento para alinhar política fiscal e financeira para que o Brasil sonhe com dias melhores”, disse.

A Selic (taxa básica de juros) é de 13,75% ao ano. Diante da trégua inflacionária observada nos indicadores recentes, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm pressionado o Copom ao patamar.

“Desde o início do ano, essa expansão se contraiu em mais de 2%. O fato é que na margem estamos vendo uma desaceleração. Como temos uma taxa de juros real de 10% e inflação na meta, praticamente, temos a oportunidade de fazer a diferença na política financeira”, disse.

O ministro saudou esta semana a subida do rating de crédito do Brasil através da Fitch e da DBRS Morningstar.

Também nesta sexta, Haddad disse que dois projetos de lei estarão no topo da pauta do Congresso em agosto. Um deles é o marco fiscal, que, segundo ele, terá a “última palavra” no próximo mês.

O outro é o Marco das Garantias, que voltou à Câmara após ser aprovado com emendas pelo Senado. Segundo o ministro, a medida, que torna menos difícil para bancos e outros credores se endividarem em caso de inadimplência, vai reduzir os spreads – a diferença entre o encargo dos estabelecimentos de investimento em dinheiro e os juros cobrados nos empréstimos.

Haddad esteve em São Paulo na manhã desta sexta-feira com o CervBr, arranjo que reúne representantes da indústria cervejeira do país.

À tarde, foi a vez do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) se reunir com o ministro. Na ocasião, a entidade entregou a Haddad um documento de recomendações para um pacote verde, abordando temas como finanças sustentáveis, transição energética e economia circular.

A jornalistas, o chefe do Tesouro também disse que exagerou na reação à eleição do economista Marcio Pochmann, filiado ao PT, como novo presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Em relação às outras pessoas que ocuparam cargos no governo passado, não vi nada disso acontecer. Por que essa agressividade? Para o governo Bolsonaro, foi assustador, e ninguém falou nada. Agora ele está com um instrutor da Unicamp e toda essa confusão”, disse.

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Com uma dívida de R$ 28,7 milhões, sem força monetária para pagar a conta agora e ainda atribuindo a crise à “seca severa e ao excesso de chuvas”, à crise econômica e também à pandemia de Covid-19, o Grupo Basso, empresa do agronegócio forjada a partir de Mato Grosso do Sul, atuante desde a década de 1980, entrou em recuperação judicial.

O golpe contra Basso vai na contramão do que existe no noticiário econômico recente no Brasil, que diz que a agricultura dá um tempero para estados que crescem ao máximo em 2023, MS um deles.

O recurso, admitido pelo juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, da Vara de Falências Cíveis e Regionais e Cobranças Judiciais da Prefeitura de Corumbá, é um ataque ao pior, que seria a falência do grupo.

A recuperação judicial pode evitar que uma empresa entre em colapso econômico e, com isso, salvar ativos, empregos, impostos e gerar receita.

No caso em questão, o magistrado, pelo prazo de seis meses, determinou a suspensão das cobranças ou processos contrários ao grupo devedor.

Nesses 180 dias, os sócios da empresa, que processam cereais, basicamente em Bela Vista, cidade localizada na região fronteiriça entre Mato Grosso do Sul e Paraguai, continuam suas atividades sem enfrentar o espectro da falência.

Nesta era marcada pela justiça, a sociedade empresarial tem de se reconstruir, neste caso. O conceito de sindicato é exatamente esse: continuidade de negócios.

Em um trecho da ação de recuperação judicial, movida por meio do escritório Mestre Medeiros, o Grupo Basso cita um dos motivos da luta pelo recurso:

“. . . a safra de soja (2021/2022), o infortúnio que se abateu sobre o círculo de parentes de Basso foi a severa seca que atingiu o estado do Mato Grosso do Sul. “Nesse período constante, em vez de colher 60 sacas consistentes de soja por hectare (média regional), houve uma colheita média de 15 sacas. Portanto, considerando que a carga de plantio consistente por hectare é de R$ 4. 500,00 e que na época a saca de soja estava cotada em R$ 150,00, a quantidade colhida, naturalmente, não cobriu esses preços e muito menos outros preços consistentes, como na forma de aluguéis, mão de obra e adiantamentos de máquinas.

Mesmo a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado, contribuiu para o constrangimento monetário que afetou as atividades do Grupo Basso, segundo o processo:

“. . . Mesmo com a redução dos preços operacionais e a reestruturação de partes concebíveis da atividade, com o objetivo de reduzir o crédito malparado, ocorreu a crise monetária, pois ao mesmo tempo em que o dólar, moeda que define as obrigações decorrentes da aquisição de fertilizantes, insumos e outros tecidos brutos para a produção, se valorizava, basicamente por causa da pandemia e do embate entre Rússia e Ucrânia, houve uma safra ruim e um colapso no valor do produto final17, o que impediu a rentabilidade obrigatória para dosar essas despesas de produção”.

Ainda em processo de recuperação judicial, o Grupo Basso sustenta que:

“. . . Mesmo na fase intermediária, porque quem pinta nas atividades rurais acaba sendo refém de abusos massivos no investimento de que precisa. Assim, uma colheita perdida (total ou não) acaba causando uma grave alteração do fluxo de dinheiro. E, no caso da família Basso, nos últimos anos foram 02 lavouras de soja e 02 de milho, sendo que dessas 04 lavouras no total, 02 foram absolutamente quebradas e 02 parcialmente”.

A resolução que permitiu a recuperação judicial também anunciou a empresa Cury Sociedade Individual de Advocacia como administradora fiduciária, que acompanhará todo o processo, como o reagendamento das contas devidas por meio do grupo.

O sindicato, se resulta em crises monetárias, não significa que as salva, definitivamente, da falência.

Se o plano de recuperação funcionar, ou seja, se a empresa cumprir as situações explicadas em tribunal, o juiz de paz declarará a sua falência.

De acordo com as regras nacionais, quando uma falência é declarada e uma sentença confirma a incapacidade monetária da empresa para cumprir seus compromissos, os ativos da empresa serão catalogados e leiloados.

O contratante não terá interação em nenhuma outra atividade empresarial até que o julgamento seja finalizado e poderá contar com autorização judicial para acessar ou administrar ativos.

Os funcionários serão demitidos sem justa causa, por isso terão direito a indenização e terão preferência no recebimento dos pagamentos.

 

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