Mato Grosso do Sul é o 3º estado com número de homicídios de indígenas, com 146 assassinatos entre 2019 e 2022, somando 38 no ano passado. É precedido pelos estados de Roraima (208 assassinatos) e Amazonas (163). O conhecimento é do Relatório sobre a violência contra os povos indígenas no Brasil, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), publicado nesta quarta-feira (26).
O ano de 2022 foi marcado no estado por uma série de homicídios de indígenas, alguns em disputa com camponeses da região. Um total de 38 indígenas foram mortos em Mato Grosso do Sul, sendo 31 homens e 7 mulheres. Tratava-se do assassinato de Alex Recartes Vasques Lopes, um guarani-kaiowá de 18 anos assassinado em Coronel Sapucaia, na fronteira com o Paraguai, caso que provocou um intenso confronto na região.
O relatório também documentou quatro casos de ameaças de morte contra outros indígenas no ano passado, dois contra a rede no total e dois contra lideranças. Apesar dos registros, indígenas relatam que ocorrem mais casos do que são registrados.
Além disso, no mesmo período, foram registrados 133 casos de suicídio indígena em Mato Grosso do Sul, somando 28 no ano passado. Em relação ao abuso de força contra indígenas, foram registrados 4 casos no estado em 2022, dois no município de Dourados, um em Coronel Sapucaia e outro em Rio Brilhante.
A reportagem destacou a Operação Tekoha Guapoy, em Amambai, que resultou na morte do guarani Kaiwoá Vitor Fernandes, de 42 anos, e vários feridos. Por causa da brutalidade, ocorreu o “massacre de Guapoy”. Nos meses seguintes, os líderes Márcio Moreira e Vitorino Sanches foram assassinados.
Vitorino um líder morto no meio de Amambai. No entanto, ele já havia sobrevivido a outro ataque semelhante enquanto dirigia pela estrada para Tekoha.
Em novembro do ano passado, Mato Grosso do Sul registrou a morte, aos 16 anos, do jovem indígena Guarani-Kaiowá, Cleijomar Rodrigues Vasques, morto com vários golpes na cabeça na rede indígena Limão Verde, em Amambai. Segundo a organização, o motivo da morte ligado ao ódio à orientação sexual do jovem, do que flagrantemente homossexual.