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Por Hora do Povo Postado em 01 de agosto de 2023
A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), em seu discurso na CPI do Golpe, nesta terça-feira (1º), “colocou o dedo na ferida” da oposição, que defende a tese exótica de que o governo passou por cima e foi permissivo com os ataques perpetrados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
“Imagine que o presidente da República percorra seu próprio Palácio do Planalto para ser atacado, para autorizar uma invasão, um golpe de Estado em seu governo. . . Imaginar que não há ação por meio do ministro Flávio Dino” são “teses que triunfam no limiar da puerilidade”, criticou a deputada em seu discurso.
“Teses [oposicionistas] que triunfam no limiar da infantilidade. Acreditar que o presidente da República viajou para assaltar o próprio Palácio do Planalto, para autorizar uma invasão, um golpe de Estado em seu governo. . . Imagine que não houve nenhuma ação por meio do ministro Flávio Dino”, questiona o parlamentar.
O declarante que participou da CPI, o ex-diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Saulo Moura da Cunha, foi convocado a pedido da oposição bolsonarista para verificar essa tese. Negado.
“Antes de mais nada, senhor presidente, me parece que aqui há uma imensa preferência por localizar um crime no ministro da Justiça, Flávio Dino”, questionou o deputado.
“O ministro Flávio Dino, acima de tudo, é um ditador, é o ministro que se apresentou ao máximo na Câmara dos Deputados. E deu os passos que precisava dar. São as polícias militares que fazem o GSI, o Plano Blindagem, a Polícia Federal e a PRF”, disse Jandira.
“É a Polícia Militar que exerce a ordem ostensiva e tem feito vários, vários pedidos ao governador do Distrito Federal. “
E continuou: “Aqui há provas, documentos e ofícios do ministro Flávio Dino pedindo que o governador, as polícias do Exército do DF e a Secretaria de Segurança Pública atuem, para que não seja exatamente o que aconteceu, porque, até ele chegar ao Palácio do Planalto, quem o apoia é a polícia do Exército. Depois que houver mais 4 mil pessoas se opondo à Guarda Presidencial, não tem como segurar, vamos ter que nos conter primeiro”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal comandada pelo ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres. Torres viajou na véspera do ataque bolsonarista e viajou para os Estados Unidos, onde Bolsonaro já estava presente. Ele tirou férias em um momento crítico e viajou antes do tempo, já que não tiraria o dia de folga até o dia 9.
Além disso, antes de viajar, Anderson Torres deixou a Secretaria absolutamente sem cérebro, um usuário obviamente designado para dirigir as polícias do Distrito Federal e combater os golpistas.
“E acho que aqui a gente perde de vista o que eu mais encontro nos relatórios da Abin, que é justamente a detecção de doadores”, criticou o parlamentar.
“O relatório da Abin é preciso nesse sentido e inclusive menciona aqui os nomes de empresários que estão aqui – todos tiveram os documentos obtidos através da CPMI – de outras pessoas que estão à frente dos principais sindicatos mineiros do país: Roberto Katsuda e Enric Laureano, e muitos outros.
“E também mostra a participação de equipes econômicas no Rio de Janeiro, que são as mesmas que vieram aqui para financiar as manifestações de Bolsonaro em novembro e dezembro de 2022. Está no relatório”, disse o parlamentar.
“Dizer que o golpe foi feito através de nós que pertencemos ao governo Lula?São as mesmas equipes econômicas que estão investindo em protestos contra as eleições, contra as urnas eletrônicas e a favor de Bolsonaro.
Em seu depoimento, a deputada apresentou uma grave denúncia que deve ser bem apurada. “Quero denunciar algo muito grave à CPMI. “
“Descobrimos entre mil e-mails conquistados nesta CPMI: no dia 27 de outubro — nas recepcionistas, e-mails, comunicados de imprensa seguindo a ordem de M. Mauro Cid — estava guardado no envelope gigante contendo pedras valiosas para o presidente e uma caixa de pedras valiosas para a primeira-dama, conquistada em Teófilo Otoni, ou seja, em campo, no dia 26 de outubro de 2022, lá em Minas Gerais”, denunciou o deputado.
“Essas pedras [preciosas] nunca foram registradas, nem como presente ao presidente da República e à primeira-dama, nem em nenhum outro lugar. Fomos folhear as 46 páginas dos 1. 055 presentes conquistados através do presidente e do primeiro e não há essas joias.
“Mauro Cid mandou uma nota: as pedras não precisarão ser cadastradas [está no e-mail] e terão que ser repassadas para Mauro Cid. “
“Isso faz parte da nossa investigação sobre o financiamento [da tentativa de golpe], porque de onde veio?De onde vêm essas gemas, se do garimpo ilegal?De onde vêm as pedras valiosas que são registradas através do presidente da República?É um componente da pesquisa.
“É por isso que eu pedi à [primeira-dama] Michelle [Bolsonaro] para quebrar o sigilo; para Bolsonaro, já é uma exigência.