A empresa 123mil surpreendeu muitos ao anunciar no dia 18 de agosto que suspenderia a emissão de ingressos e pacotes promocionais de setembro a dezembro deste ano.
A resolução resultou em mais de 5 mil ações judiciais contra a empresa junto ao Procon-SP, além de diversas ações judiciais.
Além disso, cerca de 10 dias após o anúncio, 123 milhões começaram a demitir seus trabalhadores. Em uma planilha compartilhada no LinkedIn, o número de demitidos chegou a 250.
Com isso, a empresa entrou com recurso de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que acolheu na última quinta-feira (31). O valor da ação foi estimado em R$ 2,30 bilhões.
Segundo dados levantados pela CNN na Rede Nacional para Simplificação do Registro e Legalização de Empresas e Firmas (Redesim), do governo federal, a empresa 123milhas foi fundada na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, em 2016.
Os sócios da empresa são formados pelos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, como diretores, e pela Novum Investimentos Participações S/A, como sócia.
Ramiro e Augusto também fazem parte do conselho de administração da Maxmilhas e da HotMilhas.
De acordo com o ranking das Agências
Somente no ano passado, a empresa investiu R$ 1,18 bilhão na aquisição de publicidade em veículos brasileiros.
Em 2021, o investimento foi ainda maior. Naquela época, 123 milhões haviam gasto 2,37 bilhões de reais em compras de mídia, tornando a empresa líder no ranking dos maiores anunciantes do Brasil.
Para se ter uma ideia, a 123Milhas investiu mais na compra de publicidade em 2022 do que gigantes como Samsung, Unilever, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.
A 123milhas e a Maxmilhas anunciaram um plano de fusão em janeiro de 2023.
A atual empresa também tem sede em Belo Horizonte e foi fundada em 2012 por Max Oliveira. No entanto, atualmente, os administradores da 123 são os únicos na estrutura societária da empresa, com Ramiro como presidente e Augusto como diretor.
Apesar disso, a Maxmilhas afirma ter operações independentes da 123milhas e afirma nunca ter pacotes “flexíveis”.
“A Maxmilhas é uma empresa independente de 123 milhas que oferece outras ofertas e nunca anunciou categorizadas como flexíveis”, disse a empresa em reação a um usuário do site Reclame Aqui.
Na dinâmica da linha promocional, 123 milhões apresentaram passagens aéreas e hospedagem a preços inferiores aos praticados no mercado, mas sem data de saída explicada, pois a empresa teve que buscar voos e acomodações mais baratos.
No entanto, a demanda por aumento aumentou após a pandemia, o que provocou um aumento no valor dos serviços. Como resultado, 123 milhões tiveram dificuldades para encontrar passagens e hotéis que correspondessem aos preços apresentados aos clientes.
A empresa anunciou, na data da suspensão, que os valores gastos pelos consumidores em produtos da faixa “PROMO” da época seriam “devolvidos integralmente em vouchers, com correção financeira de 150% do CDI”.
De acordo com a nota, os vouchers só podem ser usados para a compra de outros produtos no valor de 123 milhões.
No comunicado, a empresa explica que sua decisão se deve à “paciência de fatores econômicos e de mercado desfavoráveis, como a pressão da demanda e o preço das passagens aéreas”.
Ele destacou ainda que a 123milhas entrou com o pedido de recuperação judicial junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e afirmou que a medida visa “garantir o respeito aos compromissos assumidos com clientes, ex-trabalhadores e fornecedores”.
“A Recuperação Judicial possibilitará concentrar todos os valores devidos em um único tribunal. A empresa acredita que, desta forma, conseguirá obter respostas mais rapidamente com todos os credores para reequilibrar gradualmente a sua situação monetária”, lê-se na nota. ditado.
“A 123milhas reforça que continua prestando informações, dados e explicações ao governo competente sempre que solicitado. A companhia e seus diretores estão à disposição, de acordo com seus compromissos de transparência e ética, para construir conjuntamente medidas que lhes permitam pagar suas dívidas. reconstruir sua renda e, assim, continuar contribuindo com o setor de turismo brasileiro”, conclui a empresa.