Muito se fala sobre a relação entre a música produzida no Brasil – e especialmente na Bahia – com os sons produzidos no continente africano. Mas o auditor “comum” não tem acesso a peças que demonstrem isso de forma prática. Nesta quarta-feira (6), a exposição Benin do Lado de Cá, na Casa do Benin, vai ajudar os baianos a perceberem melhor a presença de elementos africanos na música produzida aqui. A exposição é resultado do projeto Nações do Candomblé, criado pelo cantor e compositor Mateus Aleluia, no qual o músico apresenta seus maiores estudos recentes no contexto da ascensão musical pan-africana. Na Casa do Benin, os visitantes poderão comparar, em duas instalações artísticas, as claves e canções praticadas aqui no Brasil com os toques. e músicas de voduns em seus países de origem. Na terça-feira (5), Mateus participa, às 18h30, na Casa do Benin, de uma troca verbal sobre a exposição com a curadora Tenille Bezerra.
No caso da pesquisa de Mateus Aleluia, a pesquisa se concentra no Benim, um país da região da África Ocidental, anteriormente conhecido como Daomé. Durante sua escala neste país, Mateus parou em cinco locais onde realizou sua pesquisa: Ouidah, Abomey, Savalu. , Dassa Zoumé e Porto Novo. In Bahia, parou nas casas de candomblé Jêje em Salvador e Cachoeira.
Além da exposição, a comissão inclui um site já online, o Museu Virtual Nações do Candomblé (www. nacoesdocandomblé. com. br), onde são gravadas canções de vodun e entrevistas com padres e lideranças.
“Eu me imponho e me dou vida com o início do desenvolvimento dessa comissão que permitiu um procedimento de estudos etnomusicais no Benim e no Brasil, para revelar os vínculos e conexões das canções dos Nkisis, Voduns e Orixás, em sua terra de origem. São essas conexões que me permitem retomar um processo que resultou em novas canções, mas também em um museu virtual com conteúdo em outras linguagens do que vivi”, explica Mateus Aleluia.
Tenille Bezerra, diretora artística do projeto, é diretora do documentário Aleluia, Canto Infinito do Tincoã, sobre Mateus Aleluia, lançado em 2020. Esse filme é a datação da colaboração e amizade entre nós e outros trabalhos, para projetos com ele que ele tem há muito tempo, como Nações do Candomblé”.
O cineasta e produtor viajou para Angola em 2014 para dirigir o filme e, cerca de 8 anos depois, retornou ao continente africano, Benin, para investigar Mateus Aleluia. Durante a expedição de um mês ao Benim, os dois homens também contaram com a presença do pesquisador Hippolyte Brice Sogbossi, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe. Quem também fez parte da viagem foi Tadeu Mascarenhas, que fez os registros sonoros e fotográficos.
O curador diz que a exposição na Casa do Benim representa apenas um pequeno componente dos estudos e que as cortinas encontradas no local são imperativas para completar a experiência. ” Na exposição, uma das instalações apresenta um documentário que não está no local, com encontros e depoimentos de beninenses sobre como viajar. A outra instalação é baseada na produção de Seu Mateus sobre o mundo dos estudos do vodun. “
Tenille conta que a presença de Mateus na expedição foi essencial por causa da recepção calorosa que se teve nas comunidades devotas. “A presença dele, não importa o que ele dissesse ou falasse, era fundamental para que eles nos pegassem. Seu estilo de vida e ancestralidade nos abriram portas. Mesmo sem conhecer as pinturas de Seu Mateus, as casas nos deram uma abertura porque nos identificaram em “É uma força. Além disso, no Benim, o Brasil é percebido como uma nação irmã”, disse Tenille.
SERVIÇO – Benin exposição sobre este | Localização: Casa do Benim | Avenida José Joaquim Seabra, 7, Pelourinho | Vigência: de 06/09/2023 a 05/12/2023. Entrada franca | Palestra: 09/05, às 18h30, com Mateus Aleluia, Tenille Bezerra e Hippolyte Brice Sogbossi. Entrada gratuita, sujeita à lotação
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