Fabricante mato-grossense mostra que é imaginável nacionalizar vendas de cerveja artesanal

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Louvada se expande em Cuiabá, investe em Rondônia e abre fábrica em São Paulo

 

A Louvada, cervejaria artesanal de Mato Grosso, ousou quebrar barreiras regionais e recentemente abriu uma fábrica em Indaiatuba, São Paulo. Esse é o primeiro passo para se aventurar na disputa de terras no maior mercado cliente do país.

O Brasil, terceiro maior produtor de cerveja do mundo, junto com China e Estados Unidos, viu o número de instituições produtoras de cerveja crescer ano a ano desde 2006. Em 2022, foram mais de 1. 700 cadastrados no Ministério da Agricultura, contra apenas 40. em 2000, e esse crescimento foi impulsionado pela proliferação de cervejarias artesanais, que se fortaleceram em meados da década passada. No entanto, a maioria delas opera com prejuízo e tem vendas limitadas ao município onde está localizada sua fábrica e seu entorno ou cidades próximas e a expansão dos lucros e raio continuam sendo uma das situações mais exigentes do segmento.

Em L’ouvada, após uma primeira parte de vendas mais altas e com o fortalecimento da unidade de São Paulo, na qual os investimentos devem chegar a R$ 30 milhões em 3 anos, o faturamento deve ficar entre R$ 48 milhões e R$ 51 milhões em 2023, ante R$ 40 milhões no ano passado.

 

A cervejaria artesanal Louvada chega ao estado de São Paulo. (Foto: divulgação)

Fundada em 2014 em Cuiabá por cinco cônjuges que comandam a corretora Capital Investimentos, a Louvada abriu sua primeira fábrica em 2015, na capital mato-grossense. A capacidade de produção da unidade chegou ao limite em 2018, com pouco mais de 100 mil litros por mês. E foi aí que a expansão da empresa decolou. “Mas para crescer precisávamos de capital. Vendemos uma participação de 15% para um novo cônjuge e expandimos nossos relacionamentos”, disse Gregório Ballarotti, fundador e CEO da empresa. Negócio.

O novo cônjuge é Leonardo Maggi Ribeiro, neto de André Maggi, fundador da Amaggi, que atualmente faz parte do conselho de administração da empresa, uma das maiores capitais agrícolas nacionais do Brasil. E o mercado escolhido para o primeiro passeio ao ar livre Mato Grosso Rondônia, onde o número de cervejarias artesanais ainda está engatinhando.

A fábrica que já existia foi praticamente transferida para Porto Velho e uma nova fábrica foi construída em Cuiabá, com capacidade de produção entre 500 mil e 600 mil litros de cerveja por mês. Os investimentos iniciais na nova unidade foram da ordem de R$ 7 milhões, e com as próximas expansões chegaram a cerca de R$ 20 milhões.

Após um aumento nas vendas no primeiro semestre, e já com o fortalecimento da unidade de São Paulo, em que os investimentos devem chegar a R$ 30 milhões em três anos, a empresa espera faturar entre R$ 48 milhões e R$ 51 milhões em 2023, para R$ 40 milhões no ano passado.

Atualmente, Mato Grosso responde por cerca de 70% das vendas da Louvada. Mas os mais de 20 estilos de cerveja da empresa também são vendidos em Goiás e Mato Grosso do Sul, por meio de distribuidores franqueados, e basicamente em Brasília, Paraná e São Paulo. Os principais canais de venda são bares, restaurantes e redes comerciais. Com a nova fábrica em Indaiatuba, o percentual de atividade de São Paulo deve chegar a 30% nos próximos dois anos.

Assim como em Rondônia, a fábrica paulista produz apenas chope, não engarrafada, e sua produção está concentrada em Cuiabá. O volume inicial de produção corresponde ao da unidade de Porto Velho e chegará à ponta de Cuiabá com investimentos em andamento. Segundo Ballarotti, a maior parte do investimento de Louvada vem do Fundo Constitucional de Finanças do Centro-Oeste (FCO), que tem taxas de juros subsidiadas de pouco mais de 11% ao ano.

“Somos muito procurados por meio de bancos pessoais, mas é difícil competir com as taxas do FCO. Em São Paulo, no entanto, não podemos com o FCO e possivelmente gostaríamos de novos recursos de financiamento”, disse o executivo. A Louvada já está comparando oportunidades de desenvolvimento, mas seus planos contam com a evolução das vendas.

“Quando uma cervejaria gigante constrói uma nova fábrica, ela nasce com a capacidade de produção pelo telhado. Uma cervejaria artesanal está se desenvolvendo aos poucos, então os investimentos levam alguns anos para atingir a capacidade máxima”, explicou Ballarotii. Uma cerveja é considerada artesanal pelo Ministério da Agricultura se sua produção atingir cinco milhões de litros por ano – limite quase atingido pela Louvada em Cuiabá – e essa categoria se beneficia de incentivos fiscais nos estados, como a desoneração do ICMS.

Estima-se que as cervejarias artesanais representem 97% do total de instituições que geram essa bebida no Brasil, embora não haja números precisos devido às diferenças de regulamentação entre os estados. Em 2022, foram 1. 729 instituições cadastradas no Ministério da Agricultura. para 1. 549 no ano passado e cinco vezes mais do que em 2015.

Segundo estimativas, a cerveja artesanal responde por cerca de 2% da produção brasileira de cerveja, que deve crescer 6,5% em 2023 ante 2022 e chegar a 16,1 bilhões de litros, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). E, segundo estudo realizado por meio do Guia da Cerveja realizado com a Ambev e a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), quase uma parte das cervejarias artesanais que atuam no país não registrou lucro em 2022.

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