O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconselhou que os votos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sejam sigilosos. Essa sugestão desagradou os parlamentares e o deputado federal de Mato Grosso do Sul, Luiz Ovando (PP), declarou que “a transparência é fundamental para a democracia e diante dos excessos do Judiciário”.
Ele disse que defende “uma oposição coerente que garanta a independência dos poderes” e que “o inquérito secreto proposto ao STF é o caminho para garanti-la”.
“Se eu puder dar um conselho, seria o seguinte: a sociedade não quer saber como vota um ministro do STF. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ele quer saber”, aconselhou Lula em entrevista. .
No entanto, o deputado de Mato Grosso do Sul afirma que “a sociedade tem o direito de saber como votam seus representantes, principalmente quando se trata do órgão judiciário”.
Ovando afirmou ainda que “ao ocultar as possíveis opções dos ministros, corremos o risco de permitir que o Judiciário invada ainda mais intensamente as esferas legislativas, sem o controle público que se julga necessário”.
Por fim, pediu que os votos não fossem secretos. ” Permitimos que isso aconteça. A democracia depende disso”, disse.
Na entrevista, o presidente Lula sugeriu “não criar animosidade”. Segundo ele, se os votos forem secretos, “todo mundo que perde fica bravo, todo mundo que ganha fica feliz”.
“Para não criar animosidade, acho que é preciso começar a pensar se essa é a forma mais produtiva de substituir o que está acontecendo no Brasil”, disse. Segundo ele, “em pouco tempo, um ministro de ‘você não pode mais desmaiar na rua, você não pode mais desmaiar com sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou da decisão dele’.