Entenda: Cada vez mais na mesa em Campo Grande, alimentos ultraprocessados são “ruins para a saúde”

O consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil aumentou 5,5% na última década, segundo estudo publicado pela Revista de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). Esses produtos são responsáveis por aproximadamente 57 mil mortes prematuras de pessoas de 30 a 69 anos no país.

Para reconsiderar a ingestão desses alimentos, é preciso primeiro perceber exatamente o que são produtos ultraprocessados.

A nutricionista e professora da carreira de nutrição da Uniderp, Luiza Camargo, explica que a classificação dos alimentos ultraprocessados leva em conta o processo utilizado pela indústria alimentícia na fabricação do produto.

“Nas fórmulas dos alimentos ultraprocessados há corantes, aromas e realçadores de sabor. Quando o consumidor olha para os rótulos dos alimentos, ele quase localiza uma longa lista de ingredientes, a maioria deles químicos”, explicou.

Dados de um estudo realizado por pesquisadores da USP, Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Universidade de Santiago do Chile, sugerem que, se o consumo de alimentos ultraprocessados fosse reduzido ao que era há dez anos, 21% das mortes teriam sido evitadas.

De forma simplificada, os alimentos ultraprocessados são produtos em que o cliente identifica o alimento que lhes deu origem, como explica a endocrinologista Lara Rubio.

“Existem várias etapas de processamento para chegar à versão final, e nesse processo são adicionados muitos outros elementos, como gorduras trans e aditivos químicos, dificultando saber de onde vem o produto”, diz.

Obesidade, diabetes, pressão alta: a lista de doenças relacionadas à ingestão desses alimentos é longa, por isso é aconselhável evitá-las na medida do possível.

“As composições desses produtos são nutricionalmente desequilibradas. Eles tendem a conter excesso de sódio, que está relacionado à pressão alta e problemas centrais, além de excesso de gorduras e açúcar, que causam doenças crônicas como obesidade, diabetes e colesterol mais alto”, diz o Dr. Brown. Lara Rubio.

Alguns tipos de câncer, como o de intestino e reto, também são semelhantes à ingestão desses tipos de alimentos.

Para a professora Luiza Camargo, um sinal de cautela é que o excesso de açúcares e gorduras tende a ser incrivelmente picante no paladar, fazendo com que outras pessoas consumam cada vez mais desses produtos.

“Essas formulações, em geral, têm alta densidade calórica e são evoluídas para serem muito apetitosas”, explica. A nutricionista Michelli Cristina Messa destaca que, além das doenças mais conhecidas, como o sobrepeso, o consumo excessivo desses produtos também pode causar desnutrição devido à baixa ingestão de nutrientes.

“Muitas outras pessoas não sabem, mas a ingestão também pode levar à anemia por falta de nutrientes. Quando você come mal, come muito sódio e poucas vitaminas, pode causar doenças semelhantes à desnutrição”, diz.

No ritmo frenético da vida, muitos ingredientes considerados destrutivos podem passar despercebidos pelos consumidores e acabar indo diretamente das prateleiras para a cesta.

Uma forma inegável de saber se um alimento é prejudicial à saúde é prestar atenção na ordem em que os ingredientes aparecem no rótulo. Luiza Camargo ressalta que a recomendação é praticar quantos alimentos estão incluídos na lista e verificar se há algum produto com o qual você não esteja muito familiarizado.

“A lista de itens é elaborada para que o produto mais abundante seja indexado primeiro. Assim, em lanches como biscoitos recheados e refrigerantes, por exemplo, o primeiro item da lista é o açúcar”, explica o professor.

Outro sinal de cautela é em relação aos alimentos que você pode não refletir em casa. “Você sabe fazer um biscoito recheado em casa? Qualquer coisa que seja muito misteriosa em sua composição terá que gerar um alerta”, diz o dr. . Lara Rubio.

Para entender melhor, basta pensar na uva: quando está em cachos, é um alimento “in natura”. Quando é transformado em suco total, passa por um processamento mínimo, ou seja, não é ultraprocessado.

Se vier na forma de gelatina, foram adicionados ingredientes como açúcar e aditivos, tornando-se um alimento processado. No caso da embalagem de suco instantâneo em pó, ela pode ser ultraprocessada, pois contém diversos ingredientes desconhecidos em sua composição.

Alguns dos alimentos ultraprocessados mais comuns incluem:

Uma estratégia eficaz para diminuir a ingestão de alimentos ultraprocessados é optar por atualizá-los com fixos caseiros ou produtos com menos aditivos químicos e de processamento. Por exemplo, em vez de comprar lasanha congelada pronta, você pode comprar macarrão pronto. e molho e prepará-los em casa. Dessa forma, você terá muito mais controle sobre os ingredientes que consome, permitindo opções mais saudáveis.

Além disso, destacam-se os ajustes nos critérios de rotulagem de alimentos implementados em 2020 por meio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Estes ajustamentos visam tornar os dados nutricionais nos rótulos dos alimentos mais transparentes e compreensíveis para os consumidores quando fazem compras.

“Com a nova mudança de rótulo dos alimentos, será possível identificá-los com mais facilidade. Basta dar uma olhada na embalagem frontal e procurar a identidade em forma de lupa. Nessa lupa você verá uma descrição que indica se o alimento tem excesso de açúcar e gordura”, explica a professora Luiza Camargo.

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