Peru e Chile militarizam fronteiras venezuelanas, Brasil teme nova crise migratória

Sputnik – Em 2022, 3. 375 venezuelanos entraram pela fronteira do Brasil com o Peru, um aumento significativo em relação a 2021, quando entraram 1. 862, e 2020, quando houve 572 entradas.

O conhecimento vem da Polícia Federal e é recebido por meio da BBC. Segundo especialistas ouvidos pela mídia, o endurecimento das regras migratórias no Peru e no Chile, somado à militarização das fronteiras desses dois países, contribui para esse acúmulo de imigrantes venezuelanos. no Brasil.

O número crescente de imigrantes já está transbordando abrigos e levantando temores de uma nova “crise migratória”, como visto no estado em 2013 e 2021, de acordo com as autoridades.

Ao mesmo tempo, um decreto peruano que entrará em vigor em 28 de outubro e que visa expulsar estrangeiros sem documentos alerta para os perigos de uma nova onda de crise. Em um discurso em 28 de julho, Dia da Independência do Peru, a presidente Dina Boluarte pediu uma emenda ao código legal nacional para facilitar os despejos.

Boluarte destacou ainda que, quando o prazo existente para solicitar a regularização temporária expirar, em 28 de outubro, não haverá mais regularizações e o país começará a deportar imigrantes indocumentados.

“Essa nova política do governo peruano nos preocupa muito, porque seremos o lugar onde os imigrantes passam na primeira posição [. . . ] a expectativa é justamente essa, que haja uma intensificação dos fluxos aqui na nossa fronteira, o que é confuso porque hoje já temos um fluxo muito intenso”, disse Letícia Mamed, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Brasil também destacou a gravidade do desastre no Acre e afirmou que “a América Latina e o Caribe estão enfrentando uma crise de deslocamento sem precedentes, tanto em complexidade quanto em escala”, disse ele à imprensa.

As autoridades do Acre já estão sentindo a pressão migratória. O estado tem 3 espaços intermediários, locais onde os imigrantes podem tomar banho, comer e dormir, e depois continuar sua jornada. A assessora técnica regional da organização humanitária Cáritas no estado, Aurinete Brasil, disse à empresa que quase todos os dias, todos os espaços estão operando com ou acima da capacidade.

“Infelizmente, as nossas fronteiras, o nosso estado, têm uma política muito boa, uma política de acolhimento, integração, cobertura de imigrantes e refugiados. Como a maioria dos estados, o Brasil abre os braços, mas os abraça”, disse.

Assim como o Peru, o Chile também está aplicando regras migratórias. Desde fevereiro, o governo mobilizou tropas ao longo de suas fronteiras com a Bolívia e o Peru para impedir o acesso de migrantes sem documentos, principalmente venezuelanos, segundo a mídia.

Em abril, o governo peruano declarou estado de emergência e ordenou o envio de suas forças armadas para sua fronteira com o Chile, uma medida criticada pela Anistia Internacional que deixou muitos migrantes, a maioria venezuelanos, presos no deserto do Atacama.

Na semana passada, a Anistia Internacional publicou o relatório “Regular e Proteger: Obrigações Internacionais para Proteger os Cidadãos Venezuelanos”, que destacou “o crescente êxodo de venezuelanos” e “o fracasso de Colômbia, Peru, Equador e Chile em cumprir com suas obrigações”.

“Diante de uma crise sem precedentes na região, Colômbia, Peru, Equador e Chile não conseguiram ou não quiseram proteger aqueles que fogem da Venezuela. As medidas e programas que implementaram para lhes oferecer prestígio imigrante normal não atendem aos critérios estabelecidos pelas leis estrangeiras. Esses Estados têm a oportunidade e a responsabilidade legal de proteger urgentemente os mais de cinco milhões de venezuelanos em seus territórios”, disse Ana Piquer, diretora para as Américas da Anistia Internacional, entrevistada pela BBC.

Segundo o Acnur, mais de 7,7 milhões de venezuelanos deixaram o país. O Brasil é o terceiro país que abriga o maior número de refugiados e imigrantes venezuelanos na região (477. 493, em agosto de 2023), Colômbia (2,9 milhões) e Peru (1,5 milhão). de acordo com a Plataforma de Coordenação do Conselho Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela. (R4V).

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