RIO DE JANEIRO (Reuters) – Uma ordem judicial brasileira suspende a venda ou mineração de dois locais onde a Sigma Lithium realiza mineração a céu aberto, de acordo com documentos judiciais analisados pela Reuters.
A Sigma Lithium, com sede em Vancouver, é um dos maiores nomes do emergente setor de lítio do Brasil: pioneira em práticas de mineração sustentável e, de acordo com a empresa, um potencial alvo de aquisição para algumas das principais montadoras do mundo.
Mas, nos últimos meses, a Sigma esteve envolvida em uma guerra legal entre marido e mulher que administravam um negócio juntos até o início deste ano. O relacionamento do casal desencadeou pelo menos cinco processos contra as empresas que construíram, acrescentando uma disputa sobre alguns direitos minerais que a Sigma planeja explorar.
A Reuters analisou quatro processos sem precedentes no Brasil envolvendo a atual CEO da Sigma, Ana Cabral-Gardner, e Calvyn Gardner, seu marido e ex-co-presidente-executivo, que renunciou em janeiro, quando Sigma não conseguiu justificar sua saída.
Quando questionado sobre as questões levantadas por Gardner nos processos, um porta-voz da Sigma disse em um comunicado: “A maioria dessas alegações são factualmente incorretas e esperamos que elas se provem falsas no curso do processo legal”.
Gardner não quis comentar. Cabral-Gardner respondeu a um pedido de comentário.
Em um dos processos, Gardner acusou sua esposa de abusar de seus poderes como acionista majoritária de uma empresa na qual ambos têm ações, chamada RI-X Mineração e Consultoria, para transferir direitos minerários de um acordo do RI-X para a Sigma sem qualquer compromisso. autorização. custo.
De acordo com os advogados de Gardner, essa transação concederia à Sigma direitos minerais sobre valiosos depósitos de lítio e prejudicaria a capacidade do RI-X de expandir seu próprio projeto de mineração. Na época da transferência, Gardner detinha 49% do RI-X e Cabral-Gardner detinha 51%. %, de acordo com documentos.
O RI-X respondeu a um pedido de comentário.
Em uma decisão de 27 de junho, um juiz do estado de São Paulo emitiu uma liminar se opondo à medida de direitos minerários de May, dizendo que a medida de direitos frouxos poderia simplesmente prejudicar os interesses de Gardner.
A decisão do juiz anulou a cessão, mas a ordem judicial congelou a capacidade da Sigma de vender, explorar ou usar qualquer um dos terrenos como garantia.
A Reuters não soube informar como ou quando a liminar poderá ser suspensa.
O terreno em disputa fica no meio de duas minas planejadas para o momento e da terceira etapa do principal projeto da Sigma, a Grota do Cirilo, em Minas Gerais, de acordo com documentos do processo apresentados por meio dos advogados de Gardner.
A Sigma disse à Reuters que a ordem judicial prejudicaria sua expansão, já que poderia simplesmente expandir um domínio por meio de um “acordo de troca malsucedido” alcançado com o RI-X em agosto. A mineradora também disse que seus esforços de negociação foram afetados.
“A disputa sobre esses dois pequenos não é um obstáculo à capacidade da Sigma de conduzir sua revisão estratégica de potenciais parceiros nos setores globais de energia, automotivo, baterias e refino de lítio”, disse o porta-voz.
A terra abrange um domínio conjunto de pelo menos 15 hectares, de acordo com um documento judicial, e os advogados de Gardner estimam seu preço em R$ 2,9 bilhões. Sigma questionou essa avaliação, chamando-a de “absurda” e acrescentando que Gardner já havia concordado com a transferência de e-mail. . A Reuters não pôde verificar isso de forma independente.
O terreno “não inclui reservas ou recursos minerais”, disse a Sigma, acrescentando que contratou a Deloitte para uma avaliação justa no mercado, “o que não acreditamos ser significativo”.
A Deloitte não quis comentar.
Os advogados de Sigma pediram a suspensão da liminar, argumentando em uma moção de 28 de agosto que ela “afeta o lento andamento das atividades da Sigma Mineração”.
Também pediram à sentença a manutenção do sigilo do procedimento, a fim de “preservar dados publicitários sigilosos e dados decorrentes da discussão”. A sentença ainda não se pronunciou sobre esse pedido.
A mineração já está em andamento na primeira fase do projeto Grota do Cirilo , ativo gerador da Sigma, cerca de 6 quilômetros ao norte da área disputada.
A Sigma disse em um comunicado à imprensa neste mês que planeja produzir 270. 000 toneladas de lítio concentrado em seu primeiro ano completo de operação, mais do que o dobro das 112. 000 toneladas de lítio concentrado produzidas em todo o Brasil no ano passado, de acordo com a empresa brasileira. Instituto de Minas (Abraão).
A Sigma também disse neste mês que a expansão ocorrerá em duas fases, que podem começar no próximo ano, de acordo com um relatório financeiro de 30 de junho, expandindo a produção para 766. 000 toneladas por ano.
O valor percentual da Sigma subiu cerca de 20% este ano devido às expectativas de uma aquisição. A Sigma disse este mês que ganhou várias ofertas públicas de aquisição de “líderes globais da indústria nos setores de energia, automotivo, baterias e refino de lítio”.
O vídeo do casal já lançou uma sombra sobre o plano de Sigma de se vender. No mês passado, a Sigma processou Gardner em um tribunal de Nova York, acusando-o de roubar segredos da indústria para prejudicar as operações da mineradora e “ganhar mérito em processos de apelação”.
A Sigma se recusou a comentar sobre a conformidade com o processo de Nova York, dizendo que “os procedimentos de relatório são de seu próprio negócio e não públicos e não têm efeito sobre como a Sigma Lithium conduz os negócios”. Gardner se recusou a comentar o julgamento em Nova York.
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