Mato Grosso | Programa oferece até 70% de desconto no débito de ICMS

A medida afetará mais de 11 mil contribuintes cujos valores são faturados sob o antigo regime simplificado de cálculo de estimativas

O Governo de Mato Grosso e o Tribunal de Justiça introduziram nesta segunda-feira (25. 09) o Programa Concilia Mato Grosso, que visa arbitrar e disputar, na esfera administrativa e judicial, além da recuperação de débitos tributários. Por meio desse programa, as empresas – basicamente do setor publicitário – serão beneficiadas com a dedução de 70% de seus débitos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), calculado de acordo com o regime simplificado de estimativas, além de pagar o valor em até 60%. .

O Concilia MT proporcionará uma solução consensual a 11,7 mil contribuintes que pagarão suas dívidas com redução de 70% e em diversas parcelas. Somente na Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Estado existem mais de 70 mil processos semelhantes a essa Alíquota do ICMS para estimativa simplificada, além dos valores registrados na Dívida Ativa. Juntas, elas processam um total de R$ 2 bilhões em dívidas.

Para o vice-governador Otaviano Pivetta, a colaboração entre o Executivo e o Judiciário dos contribuintes para recuperar a regularidade fiscal, sem a necessidade de judicialização.

“O programa vai agilizar a arrecadação, evitar litígios, o funcionamento das receitas públicas e, também, a vida dos contribuintes. É fundamental e vital que o Executivo e o Judiciário tenham essa concórdia, essa concórdia e essa solidariedade cívica que os Poderes vão ter. “Temos que ter, pensando no bem-estar da sociedade”, disse.

Empresas com débitos não pagos semelhantes ao recolhimento do ICMS, apurados de acordo com o regime simplificado de estimativa vigente até dezembro de 2019, podem se cadastrar na Concilia Mato Grosso. Algumas dessas dívidas estão até em disputa e, em algumas, o Judiciário já declarou o regime inconstitucional.

O secretário da Fazenda, Rogério Gallo, explicou que, em caso de decisões judiciais contrárias ao regime simplificado de estimativas, os débitos de ICMS serão calculados de acordo com o regime geral de tributação. Isso tornaria o preço da dívida mais caro para o contribuinte, além de exigir mais mão de obra da Sefaz e são as empresas que calculam o imposto. Para ele, a escolha do Governo do Estado e do Tribunal de Justiça traz poder e celeridade para a resolução desses casos.

“Essa é uma proposta maravilhosa e esperamos que chegue a todas essas instâncias. É inteligente para o contribuinte, inteligente para o Estado e para o Judiciário também, porque eles teriam cerca de 70 mil processos judiciais para analisar e qualificar em um ou dois anos. Vai contra tudo o que estamos pregando hoje, que é instanciar de uma forma menos custosa e mais eficaz”, disse o secretário.

Para a juíza e presidente do Tribunal de Justiça, Clarice Claudino, o programa é um avanço e permitirá resolver, por meio da mediação e conciliação, casos com problemas habituais, deixando o conflito para outros. Segundo o presidente do Poder Judiciário, o maior beneficiário é o cidadão.

“Hoje, mais uma vez, mostra-se que no debate localizamos questões de convergência, questões de consenso mútuo, e que elas levam a soluções inteligentes. O cidadão se beneficia porque o dinheiro que ele contribui para os cofres públicos é investido em obras, e também beneficia quem quer regularizar sua situação perante o fisco, o Estado ou a Justiça”.

A adesão à Concilia Mato Grosso deve ser feita através do contador responsável pela empresa. A conciliação deve ser realizada por meio da Procuradoria Geral do Estado, caso o débito esteja ativo, ou por meio da Sefaz, para ser homologada posteriormente pela Justiça.

“Será feita uma notificação ao contribuinte, àqueles que tiverem um desafio notável com o Estado, e quando o acordo for celebrado, será encaminhado ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Fazenda Estadual para apuração e homologação do acordo, o que permite, acima de tudo, segurança jurídica”, explica a sentença da Terceira Vara da Fazenda Pública do TJMT e coordenadora do Cejusc, Agamenon Alcântara Moreno Júnior.

O programa Concilia Mato Grosso é uma iniciativa do governo estadual, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria Geral do Estado, do Tribunal de Justiça, do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e da Cidadania.

Além do lançamento, o decreto que fixa o programa foi assinado nesta segunda-feira (25. 09). O rito ocorreu na presença do procurador-geral de Mato Grosso, Francisco Lopes, do desembargador e presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais para a Solução de Conflitos e Cidadania (Nupemec), Mario Roberto Kono, do subsecretário de Receitas Públicas da Sefaz, Fábio Pimenta. , além de outros representantes dos poderes Executivo e Judiciário, além do sistema Fecomércio-MT.

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