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28/09/2023 15:21, atualizado em 28/09/2023 15:21
Isso foi feito por meio de jornalistas que fazem parte do projeto Comprova, criado para combater a desinformação, do qual o Metrópoles faz parte. Saiba mais sobre este componente aqui.
Conteúdo estudado: publicação do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) contendo um vídeo de outras pessoas atravessando um rio e a palavra “Fuja da Venezuela!Milhares de venezuelanos continuam deixando suas casas em busca de uma vida digna no Brasil e na Colômbia. “
Onde postou: Instagram.
O vídeo divulgado pelo deputado federal Kim Kataguiri sobre a suposta “fuga” de milhares de pessoas da Venezuela mostra um fluxo migratório na região de Darien, na fronteira entre Colômbia e Panamá, em agosto deste ano. Esses documentos são componentes de uma reportagem especial do New York Times sobre estrangeiros que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
O parlamentar erra ao dizer que o conteúdo mostraria “venezuelanos saindo de suas casas em busca de uma vida um tanto digna no Brasil e na Colômbia”. O endereço era Panamá, ou seja, o destino final não era nem Colômbia nem Brasil. Além disso, a Venezuela responde por mais de uma parcela da migração na região de Darien, no entanto, há outras pessoas de outras nacionalidades, como mostrou a reportagem do Times.
Quando contatado, Kim Kataguiri disse que, embora a mensagem inclua imprecisões sobre o país onde outras pessoas estavam e para onde estavam indo, o “cerne da questão” permanece o mesmo. “O vídeo mostra milhares de venezuelanos fugindo da crise humanitária que se desenrola na Venezuela. causada por um regime socialista e totalitário”, disse.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado de modo a mudar seu significado; que utiliza conhecimento errôneo ou leva a outra interpretação da intenção do autor; Conteúdo enganoso, com ou sem intenção planejada de causar danos.
Alcance das publicações: Comprova investiga conteúdos suspeitos com mais sucesso nas redes sociais. A postagem analisada obteve mais de 170 mil visualizações no Instagram até o dia 26 de setembro.
Como verificamos: O Comprova descobriu o conteúdo original com um símbolo oposto pesquisado no Google. Os estudos revelaram textos em blogs estrangeiros que se diziam imigrantes da “Fenda de Darién”, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá.
Um desses sites continha uma postagem no X (antigo Twitter) por meio da jornalista Julie Turkewitz, chefe do escritório andino do jornal americano The New York Times e que reporta de países como Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Peru e Suriname. e Guiana.
– Julieturkewitz (@julieturkewitz) 14 de setembro de 2023
O post de Julie Turkewitz apresenta o vídeo original e relata que, em 2022, mais de 250. 000 pessoas cruzaram a selva de Darien em uma tentativa desesperada de ter sucesso nos Estados Unidos. Neste ano, esse número já chegou a 360 mil, segundo a mensagem do jornalista. A principal reportagem do New York Times sobre o assunto será publicada em inglês e espanhol.
Em resposta ao Comprova por e-mail, ela mostrou a autoria do vídeo e disse que as cortinas foram gravadas em 2 de agosto de 2023, perto de Las Tecas, um campo de migrantes no norte da Colômbia. No ano passado, ela e o fotógrafo Federico Rios documentaram a chegada de migrantes aos Estados Unidos e a crescente indústria de trânsito na selva.
“O vídeo mostra migrantes da Venezuela, Equador e outros países começando sua aventura pela selva de Darien até o Panamá. Do Panamá foram para o norte, América Central e México, com o objetivo de chegar aos Estados Unidos”, explica o jornalista.
Não é correto dizer que são venezuelanos que estão se instalando no Brasil ou na Colômbia. “O vídeo mostra outras pessoas querendo chegar aos Estados Unidos; as outras pessoas do vídeo não estão migrando para a Colômbia ou para o Brasil”, acrescenta.
A região de Darien faz fronteira com a Colômbia e o Panamá. O local inclui dois parques nacionais: Darien, Panamá, e Los Katios, Colômbia. É o único endereço terrestre entre as Américas do Sul, Central e do Norte e é usado através de migrantes e refugiados como um endereço ilegal para os Estados Unidos (veja Google Maps).
“Atravessar a selva de Darién – na fronteira entre a Colômbia e o Panamá – e suas famosas Gargantas de Darién é uma tarefa assustadora, que envolve caminhar por montanhas íngremes, suportar chuvas torrenciais e atravessar rios de fluxo rápido. As pessoas em movimento ainda correm risco de agressão sexual e violência”, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM), ligada à ONU.
De acordo com dados do governo panamenho, mais de 250. 000 pessoas passaram pelo Panamá nos primeiros sete meses de 2023, igualando o número geral do ano passado, o maior número até agora. A estimativa do país é que 55% dos americanos sejam de origem venezuelana, seguidos por Haiti e Equador, ambos com 14%. As notícias indicam que, entre agosto e setembro, o número de pessoas a mais chegou a 360 mil.
A OIM e o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, pedem uma estratégia “abrangente, regional e colaborativa” entre os países para enfrentar os riscos deste movimento e as necessidades humanitárias prementes na América Latina e no Caribe.
Os comentários na postagem do parlamentar (1 e 2) mostram que algumas das outras pessoas que acessaram o conteúdo entenderam que se tratava do acesso de venezuelanos ao Brasil.
Os venezuelanos são a nacionalidade que mais migra para o Brasil e a que mais busca refúgio no país. Entre janeiro de 2017 e junho de 2023, cerca de um milhão de venezuelanos entraram no Brasil, a maioria pela fronteira com a cidade de Pacaraima, em Roraima. No entanto, no mesmo período, mais de 450 mil pessoas deixaram o território brasileiro.
Segundo reportagem da revista Veja, o Brasil se tornou no ano passado o terceiro maior destino de migrantes e refugiados da Venezuela, Colômbia e Peru. Em abril deste ano, a Operação Acolhida, do governo federal, anunciou que o número de venezuelanos beneficiados pelo programa de realocação havia chegado a 100 mil, em 930 municípios.
O que diz o editor: O deputado Kim Kataguiri afirmou em mensagens ao Comprova que a mensagem contém imprecisões, mas justificou a publicação dizendo que as críticas feitas nela continuam válidas. ” O vídeo mostra milhares de venezuelanos fugindo da crise humanitária que se desenrola na Venezuela causada por um regime socialista e totalitário. São outros que preferem arriscar a vida em travessias perigosas e longas viagens para outros países, deixando tudo o que têm, do que continuar sob o regime de Nicolás Maduro. “Você não inseriu os dados corretamente até que o cheque foi lançado.
O que podemos tirar dessa checagem: um vídeo não mostra realmente o que é dito na internet, e é preciso ter cuidado, principalmente quando a publicação não fornece dados fundamentais como autor, data e local. O original As cortinas provavelmente teria sido gravado em outro contexto, não seria recente ou poderia mesmo ter sido editado e manipulado. Para evitar o compartilhamento de rumores, os usuários podem realizar uma busca no Google pelo outro símbolo, usando capturas de tela, ou procurar informações confiáveis sobre o assunto. Se as cortinas já foram revistas através de jornalistas, a revisão provavelmente estará entre os primeiros resultados.
Por que investigamos: o Comprova monitora conteúdos suspeitos postados em redes sociais e aplicativos de mensagens relacionados a políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações sobre as postagens mais bem-sucedidas e envolventes. Você também pode recomendar verificações para o WhatsApp 55 11 97045-4984.
Outros controles sobre o assunto: Rumores sobre a Venezuela, que enfrenta uma crise humanitária e é governada por um presidente autoritário, Nicolás Maduro, parecem no Brasil uma forma de criticar políticos de esquerda, acrescentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Comprova demonstrou recentemente que uma mensagem enganosa ao vincular o apagão ao decreto de contratação de energia elétrica da Venezuela, que um vídeo de um confronto entre manifestantes e militares venezuelanos na fronteira com o Brasil data de 2019 e que é falso que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenha convocado o Congresso por causa dos discursos de Lula sobre o país vizinho.
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