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Universalmente vista dentro e fora dos palcos, Marina luta contra um câncer de intestino desde 2021. A pintura do artista foi enterrada nesta quarta-feira no cemitério Parque da Colina, em Niterói.
A música erudita brasileira sofreu um duro golpe nesta terça-feira (31). A soprano Marina Considera, de 46 anos, morreu após uma guerra contra um câncer no intestino que começou em 2021. Nascida na Inglaterra, Marina cresceu no Rio de Janeiro, onde ganhou grande parte de sua formação musical.
Considerada uma rara unanimidade na área, a soprano era formada em composição pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e mestre em música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Marina Considera também integrou o Estúdio de Ópera da Academia Nacional de Santa Cecília por 3 anos, sob a direção de Renata Scotto, Anna Vandi e Cesare Scarton. Na Itália, a soprano realizou vários espetáculos emblemáticos. Desde 2015, Marina Considera é orientada pela também soprano Eliane Coelho.
No início dos anos 2000, Marina começou a se dedicar à ópera fazendo música e teatro musical. Em 2013, interpretou Rossweisse em A Valquíria, de Richard Wagner, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; e Rosália, em Jupira, por Francisco Braga, no Theatro Municipal de São Paulo. Em 2014, ela cantou Nedda em I Pagliacci através de Ruggero Leoncavallo. Cinco anos depois, a soprano interpretou o papel de Tatiana na ópera “Yevgeny Oniagin”, de Tchaikovsky, no Theatro Municipal do Rio. Sua última apresentação na 8ª edição do Festival de Música Erudita do Espírito Santo, realizada em 2020, quando cantou os quadros A quien le importa si llora, do compositor Jocy de Oliveira, que lamentou a morte da artista.
“Foi com muita tristeza e emoção que tomei conhecimento do falecimento da excepcional cantora e artista plástica Marina Considera. Sua musicalidade, sensibilidade e boa presença como artista e ser humano me emocionaram profundamente quando o ouvi cantar minha peça para soprano e orquestra de cordas – On s’en fout si elle pleure. Acho que ele sentiu o nome e a expressividade com que interpretou a minha peça. Obrigada Marina: ‘Eu me cuido e chorei'”, disse Jocy de Oliveira, conforme relatado pelo site do show.
A soprano Chiara Santoro também lamentou a morte de Considera: “Dona de uma das vozes mais bonitas que já conheci, Marina teve, acima de tudo, o dom de ouvir. Escuta sincera e interessada, carinho e cuidado. Ela era uma fada madrinha, deixava os ambientes mais leves e aconchegantes. Seu legado é o vínculo de amor entre todos aqueles que realmente a conheceram, o amor à arte, à vida, ao próximo”, disse Chiara.
Em entrevista ao jornal O Globo, Vitor Philomeno, agente da cantora, disse que Marina Considera se divertia muito e era admirada dentro e fora dos palcos.
“Marina é uma das poucas pessoas que é unanimemente identificada no campo. Todos, sem exceção, gostavam dela pessoalmente, admiravam sua voz excepcional e a seriedade de seu trabalho. Além da delicadeza artística e do nível de comprometimento”, disse Filomeno.
O diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Eric Herrero, lamentou a morte do artista, destacando suas qualidades profissionais e delicadeza humana. Em suas redes sociais, Herrero disse: “Lamento a morte de Marina Considera, artista com quem tive a alegria de compartilhar o nível TMRJ em Onegin e Los cuentos de Hoffmann. Além de suas enormes qualidades artísticas, ele era um ser humano único, um fantástico colega de elenco e de produção.
Também nas redes sociais, o diretor de “Oniéguin”, André Heller-Lopes, com quem Marina Considera já trabalhou, comentou: “Há uma canção, um fado, que diz ‘cala a boca’. . . Estou pensando nele hoje, com a saída prematura de Marina Considera. Que continueis com a doçura e a gentileza que vos acompanharam.
O velório de Marina Considera aconteceu nesta quarta-feira (1º), às 11h, no corredor principal do cemitério Parque da Colina, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Informações: site O Globo e Concerto
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