Amazônia sofrerá as consequências da seca nos próximos anos

Métropolesmetropoles. com

04/11/2023 02:00, atualizado em 04/11/2023 11:15

O Amazonas está sofrendo as consequências da estiagem que atinge a região Norte. As consequências devastadoras para a vida das comunidades locais e da fauna aquática, com a morte de animais, são compreensíveis. De acordo com especialistas ouvidos pelo Metrópoles, os efeitos da seca devem persistir por anos.

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, todos os 62 municípios do Amazonas estão em estado de emergência devido à estiagem. A empresa também observa que a seca está afetando pelo menos mais 598 mil pessoas na região.

A seca na Amazônia é resultado direto do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, e das mudanças climáticas. A Amazônia é conhecida por seu papel no ciclo global da água, mas passa por ajustes nos padrões de chuvas na região Norte.

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Sem chuva e com altas temperaturas, os rios que banham a Amazônia têm registrado níveis preocupantes. Como resultado, os outros habitantes do Amazonas não conseguem se deslocar pelo estado, afetando parte dos meios de subsistência derivados da água.

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O líder da aldeia Três Unidos, em Manaus, Valdemir Kambeba, disse ao Metrópoles que a economia da comunidade é gerada especificamente por meio da escala de turistas e da venda de artesanato. No entanto, com a seca, outras pessoas não podem mais acessar territórios indígenas. .

“A seca não trouxe coisas inteligentes. Como resultado, torna-se complicado para nós, perdemos nossos visitantes. O turismo que antes gerava uma fonte de renda e os barcos que costumavam levar outras pessoas para comprar comida em Manaus não estão mais chegando. Kambeba disse.

O líder indígena acrescenta que a população também tem sentido os efeitos da seca em sua alimentação, já que a pesca é complicada pelo baixo nível das águas. “Os peixes foram para o interior do rio e, para chegar lá, gastamos três, 4 horas de viagem para pescar. “

Segundo Kambeba, os peixes deixados nas águas rasas traziam doenças para as comunidades indígenas, como diarreia e cólicas intestinais.

“Esse pequeno vírus de computador come a água infectada e acaba na carne dos peixes. Esse vírus se instala no nosso intestino, onde causa dores abdominais, cólicas intestinais, febre muito alta e dores no corpo”, explica. a liderança indígena.

A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, informou ao Metrópoles que está em contato com a operação médica no domínio e acompanhando a situação das comunidades indígenas.

“Até o momento, não houve relatos de contaminação, nem de água nem de alimentos, nas 11 aldeias que compõem a base Nossa Senhora da Saúde”, informou a Sesai.

Além dos efeitos na vida da população indígena, a seca teve sérias consequências para os animais aquáticos na Amazônia. Segundo o Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, 176 golfinhos morreram no interior da Amazônia. Suspeita-se que os animais podem simplesmente não lidar com o calor intenso da área.

Rafael Rabelo, coordenador de estudos e monitoramento do Instituto Mamirauá, explica que é comum o registro da morte de peixes na estação seca na região amazônica, mas a morte de golfinhos é marcante.

“A grande diferença é o fator dos golfinhos, uma espécie emblemática da Amazônia, e aí começamos a registrar essa mortalidade animal significativa. Em 30 anos de estudos de mamíferos aquáticos aqui na região, isso nunca foi registrado”, diz Rabelo.

“Com a queda do nível da água, os animais ficaram isolados. Em alguns lugares, a temperatura da água também subiu acentuadamente. Um banho quente, com temperaturas máximas, e eles acabaram morrendo, de hipertermia”, acrescenta o coordenador de estudos do Instituto Mamirauá.

Quando questionado sobre quanto tempo levará para os golfinhos recuperarem animais que morreram devido à seca histórica, Rabelo respondeu que “é muito complicado estimar, mas na verdade levará alguns anos”.

Para Marcos Castro, professor de geografia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), uma das maiores consequências da seca para a população amazonense é a dificuldade de obtenção de cestas básicas, que fazem parte da cesta básica.

“Muitas comunidades ribeirinhas não urbanas também estão sofrendo com a escassez de alimentos e água. Muitos lagos ficam represados e os peixes acabam morrendo”, alerta Marcos.

O professor da Ufam acrescenta que a população amazonense é altamente dependente dos rios, seja para comércio ou comércio.

“Queremos estar preparados para situações excessivas, sejam enchentes ou secas. Queremos nos preparar construindo infraestruturas capazes de viabilizar populações que permanecem semi-isoladas, construindo meios de pré-abastecimento para o período seco, agregando abastecimento de água”, disse Marcos Castro.

Leia a íntegra da matéria da Sesai sobre a contaminação dos povos indígenas:

A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, entrou em contato com os grupos da região para conhecer o cenário relatado na reportagem. Até o momento, nenhuma contaminação local de água ou alimentos foi registrada nas 11 aldeias que compõem a Base Nossa Senhora da Saúde.

A população local conta com uma equipe de ginástica composta por uma enfermeira, um médico, 4 técnicos de enfermagem, um dentista, um técnico de aptidão bucal, 8 funcionários de fitness indígenas e 3 funcionários de fitness indígenas, atendendo todas as aldeias. Essa equipe recebe mensalmente medicamentos e aparelhos médicos para atender as populações indígenas da região.

Ressalta-se que o Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena, por meio dos grupos dos Centros Estratégicos de Informação em Saúde (CIEVS), monitora a notificação de boatos nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas.

Esses centros são conjuntos de inteligência epidemiológica para a detecção, verificação, avaliação, acompanhamento e comunicação rápida dos perigos de possíveis emergências e ações públicas, procedimento ininterrupto e sistematizado de coleta, consolidação, análise, monitoramento e avaliação de conhecimentos, sinais estratégicos e dados que permitem uma pronta e incorporada reação entre as 3 esferas de controle do Sistema Único de Saúde.

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