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11/01/2023 18:40, atualizado em 11/01/2023 21:56
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na tarde desta quarta-feira (1/11), o médico biomédico Rafael Bracca, acusado por meio de mulheres de pelo menos 3 grupos da Federação de ter causado danos irreversíveis ao seu estado físico e estético, após passar por um procedimento de exame médico do início ao fim. Ele acabou detido na clínica anteriormente fechada na 610 Sul por desgastar seu trabalho de forma irregular. O assunto foi revelado através do Metrópoles.
Relatos de feridos ainda estão sendo investigados. Na última terça-feira (31/10), Bracca foi indiciado em um caso de tráfico de drogas. A prisão ocorreu após uma investigação conjunta entre a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e a Vigilância Sanitária do Distrito Federal. A defesa de Bracca foi procurada, mas ainda não se pronunciou.
Uma nova checagem foi realizada nesta quarta-feira. Várias irregularidades foram descobertas no local, como medicamentos anestésicos e antibióticos, que possivelmente não podem ser administrados pelo biomédico.
No 1º DP, há ainda duas investigações que investigam lesões físicas cometidas por meio do biomédico no campo anormal de sua profissão.
As vítimas contam histórias semelhantes, mostrando como passar por um “tratamento” caro para aumentar as nádegas acabou causando dor, inflamação, infecção e até ameaças de morte, com o paciente sendo internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). , que havia começado com pequenas injeções, transformou-se em investigações policiais primárias e imbróglios jurídicos.
Com mais de 60 mil fãs no Instagram, Rafael Bracca vende cursos pela internet, é dono de uma clínica na Asa Sul (DF) e Barueri (SP) e se destaca graças ao “protocolo TX-8” para preenchimentos de glúteos.
Nas redes sociais, ele ainda promove a questionável cura do ozônio e já defendeu a hidroxicloroquina como remédio para a pandemia de Covid-19. Apesar de não ser médico, ele mostra que tem protocolos para esquizofrenia, depressão, ansiedade, diabetes, TDAH e até autismo, que prometem “reverter os sintomas”. Para vender um curso voltado principalmente para profissionais biomédicos, ele afirma ter 20 anos de carreira, mas se formou em uma escola particular em Brasília em junho de 2019.
Segundo Bracca, o TX-8 é um tratamento “exclusivo e único”, feito com materiais bioidênticos, ou seja, produzidos naturalmente, e que combina vitaminas, minerais, aminoácidos e potencializadores de força, por exemplo, para dar volume à figura. , que envolve qualquer tipo de quadro estranho no quadro. No entanto, os pacientes que tiveram distúrbios de aptidão suspeitam do uso de uma substância proibida chamada Synthol.
O indiciamento de Bracca à PCDF por tráfico de drogas ocorreu após a empresa descobrir, em fevereiro deste ano, arranjos proibidos em sua clínica 610 Sul. Também estão abertas denúncias policiais contra a empresa biomédica, na Cidade do México e em São Paulo.
A maioria dos pacientes que relatam um exame biomédico conta uma história que começa da mesma forma. Eles conheceram Rafael Bracca no Instagram e tiveram o primeiro contato com o chamado “protocolo TX-8”. Foi o que aconteceu com Daniela Pires, uma mulher de 44 anos. Empresária paulistana de um ano.
“Ele me explicou como seria, me disse que não havia contraindicações, que era cem por cento seguro e que as cortinas eram bioidênticas ao corpo, mas permanentes. Tive programas nas nádegas e coxas em março de 2022”, conta.
Daniela notou distúrbios desde as primeiras aplicações, sentiu dores e inflamações nos locais onde a Bracca injetou os produtos, porém evitou a situação procurando tranquilizar o paciente, dizendo-lhe que as reações eram normais e prescrevendo medicamentos e óleos.
“Depois de um ano comecei a passar mal, tive febre alta, muita dor nos quadris e nádegas. Eu disse a ele que não estava certo, então enviei testes modificados. Mas ele me disse que eu tinha uma infecção urinária, disse que minha imunidade estava baixa. Teve um dia que eu me senti muito mal, ele teve que me dar corticoide e benzeticil. Mas não melhorei”, lembra.
A empresária conta que estava fisicamente em forma antes de ingressar na clínica de Bracca, mas sua vida mudou completamente. Se no passado o biomédico dizia que o “TX-8” não tinha contraindicações, simplesmente tinha que ser feito de forma regular e com exercícios na academia, então ele começou a culpar a paciente, dizendo que ela tinha distúrbios porque estava no sol, ou não tinha bebido água o tempo todo, o suficiente, ou sua imunidade está baixa. Nesse meio tempo, passou por outros tratamentos, todos muito caros.
“Acabei gastando em torno de R$ 30 mil, mas comecei a ir para o hospital de um lado para o outro. Até que fui internada e descobri que tinha uma infecção nas nádegas e pernas. Fiquei internado por 16 dias e depois mais 20 dias em casa. “Eu achava que ia morrer, não conseguia andar, tinha enxaqueca, tinha muita ansiedade, porque ninguém sabia o que era ou como me ajudar”, conta.
Daniela explica que até hoje não sabe exatamente o que lhe foi injetado com o remédio para aumentar as nádegas. Mas, durante a internação, ela conta que recebeu a visita por meio de uma enfermeira que trabalha com Bracca, que também disse não saber exatamente o que o produto estava usando, mas disse que já havia notado um frasco de Synthol na clínica. Os exames da empresária mostram alterações inflamatórias/infecciosas.
Os pacientes que relataram os distúrbios ao Metrópoles enviaram fotos do resultado negativo do procedimento. O relato optou por não identificar quais pacientes se encaixavam no símbolo para manter sua identidade.
Uma roda de parentes em Brasília chamou o influenciador biomédico para levar tratamentos com ele. Com medo de se identificar, relataram sérias interrupções ao longo do atendimento na clínica Brocca.
Um dos pacientes desse grupo familiar, que passou pelo famigerado “TX-8”, também foi parar no hospital, convive com dores constantes e agora procura um cirurgião plástico para fazer o check-in para combater a doença, mas já ouviu falar dele. Os especialistas sabem qual componente das yettocks merece ser extraído, “cortando” as yettocks para remover o produto implementado.
Diante de problemas físicos, os pacientes começaram a questionar Bracca. “Perguntamos a ele o que estava sendo aplicado, mas ele não divulgou totalmente, disse que o protocolo era patenteado e que era secreto. Ele argumentou que não tinha revelado para ninguém. “.
Eles relatam que o biomédico preparou secretamente as seringas para aplicar os ingredientes e chegou com as cortinas em condições de serem injetadas. “Uma vez, o preço do medicamento subiu exponencialmente, até dobrou. Ele se justifica dizendo que o preço das cortinas sobe muito, porque importa produtos dos Estados Unidos e da Alemanha. Na época, ele me mandou algumas dessas peças em detalhes. Um deles foi o Synthol, cobrando em torno de R$ 900. No acho que é intencional divulgar isso, pois ele acabou de me mandar a troca verbal com o vendedor.
Na mesma semana, os pacientes da família foram ao local de trabalho e chegaram a ver uma garrafa antes que o biomédico se livrasse do rótulo. “Quando entramos na sala, ele ainda estava na recepção. Sentamos e vi a garrafa de Synthol sobre a mesa, que possivelmente acabara de ser entregue a ele. Perguntei se ele estava vestido, mas ele tirou a etiqueta e foi para uma pequena sala.
Essa substância ficou famosa após a morte de Valdir Segato, conhecido nas redes sociais como o “Hulk brasileiro”. Ele disse que usou Synthol, um óleo mineral injetado nos músculos para ampliá-los e inchá-los, oferecendo um efeito quase imediato. No Instagram, Bracca já comentou que seu protocolo, que é dito ser absolutamente natural, produz efeitos “desde a primeira” sessão.
De acordo com estudos, Synthol tem efeitos colaterais que podem causar danos nos nervos, embolia pulmonar por óleo, oclusão da artéria pulmonar, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e complicações infecciosas.
Um dos familiares que se tornou paciente de Bracca passou por diversas consultas e exames médicos. Em um deles, foi descoberto o estilo de vida de cortinas “oleosas” nos locais de aplicação. A vítima relata que um médico através da Bracca disse que o Synthol é uma “droga legal no Brasil”. Mas esta substância oleosa em questão não está sujeita a prescrição médica e não há indicação médica para o seu uso em seres humanos ou para construir massa muscular.
Natalia Teixeira, 39, é uma empresária de Brasília que divide seu tempo entre antes e depois do “procedimento TX-8”. Ela também conheceu Rafael Bracca nas redes sociais e acompanhou os “casos de sucesso” que ele postou, geralmente semelhantes a tratamentos de nádegas. Com casamento marcado para junho deste ano, o processo começou em novembro de 2022.
“Ele disse que não havia opção para rejeição ou dores de cabeça no tratamento, pois envolvia produtos bioidênticos e várias vitaminas. Perguntei a ele quais eram os princípios ativos da fórmula, mas acho que nenhum paciente sabe”, lembra. Após comparar os exames de Natália, Bracca afirmou que houve um desafio hormonal e também propôs um tratamento com custo de R$ 3 mil, além dos R$ 16,5 mil do procedimento ainda.
“Começamos a fazer, ele implementou duas ou três vezes nas primeiras sessões. Os demais foram seus colaboradores. Comecei a fazer sessões e, na aula, havia interesse em dar volume às coxas também. Paguei mais para fazer o TX-8 na coxa. Foi aí que começaram meus transtornos.
A paciente relatou dores, a coxa começou a inchar e sentiu calor, mesmo seguindo todas as orientações dadas pelo biomédico. Só em abril teve de ir às urgências de um hospital. “Eu tinha essa ideia de que tinha uma trombose. Quando cheguei notei no pronto-socorro, fizeram alguns exames e mostraram ajustes no sangue e no exame físico, e sabiam que era celulite bacteriana.
Com esse resultado, Rafael então afirmou que resolveria o desafio em sua clínica e fez outros pedidos. Mas as dores de cabeça voltaram durante a lua de mel, depois do casamento, com dor. “Vi que minhas nádegas estavam vermelhas, endurecidas. , e foi piorando. Andei e minha perna inchou. Eu achava que ia morrer, não podia fazer do jeito que eu era. Mas mandei mensagem para ele e ele me disse que era inflamação, porque eu tinha viajado, porque minha dieta era diferente e ele me pediu para ir à clínica quando eu voltasse da viagem.
Ao retornar, Natália conta que passou por procedimentos como hemoterapia, ozonioterapia e aplicação de protetor solar com Bracca. “Três dias depois, acordei com falta de ar, taquicardia e cansaço maravilhoso. Foi quando ele prescreveu um exame de sangue. para mim, e quando chegou a hora de fazê-lo, a clínica me disse que havia um desafio com o CRM do médico na gama de prática do Rafael e que o plano de fitness não tinha legalizado. Era como se um gentio tivesse vindo até mim e me dito que estava tudo errado”, disse.
Natália voltou ao hospital com dores e vários hematomas, e acabou sendo internada quando foi diagnosticada com uma reação de quadro estranho, bactérias e celulite. A partir desse dia, recebeu alta e foi internada mais 3 vezes, mesmo estando há algum tempo internada, retornando para casa. Seu quadro se agravou e ele voltou a receber ajuda médica. No total, foram 70 dias de internação, além de um que permanece na unidade de terapia intensiva.
Enquanto estava no hospital, a empresária mandou mensagens para Rafael, que chegou a dizer: “Estou orando por você, estou jejuando por você”. Natália conta ainda que fizeram um furo e cortaram alguma substância de suas nádegas. “Sei que é um óleo, mas não sei qual. E todos os médicos dizem a mesma coisa: este produto nunca merece ser colocado onde está. Esse remédio poderia ter me matado. Se eu não tivesse ido para o hospital, teria morrido”, disse.
Em contato com cirurgiões plásticos, ele sabia que a retirada total do produto só poderia ser feita com uma cirurgia mutiladora, com um corte significativo e que não teria um resultado estético agradável, pois a armação criava uma espécie de cápsula ao redor do produto. e havia risco de contaminação do domínio que não tivesse estado em contato com a bactéria diagnosticada.
A empresária também diz que não conseguiu retomar a vida geral, não consegue fazer grandes movimentos e tem acesso ao braço para conseguir medicação. “É muito estresse ir ao hospital todos os dias. Vejo um médico pessoal que me diz que mereço para o meu desafio uma doença crónica, que vou tratar para o resto da minha vida. Ainda não consigo digerir. Isso me causou trauma”, conclui.
Após várias denúncias, a influenciadora biomédica passou a ser investigada. Uma busca e apreensão contra ele, processada por via judicial, permitiu que agentes da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) encontrassem, na clínica Asa Sul, duzentos conjuntos de roupas vermelhas. Pílulas de outra fórmula ilegal, a metilhexanamina (DMAA), que ajuda na perda de peso, mas proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012 por aumentar o risco de doenças cardíacas, hepáticas e renais, por exemplo.
Durante a investigação da ocorrência, a Polícia Civil tentou prestar atenção em Rafael Bracca, sem sucesso. Houve várias “tentativas de interrogatório”, segundo o relatório da tarifa, mas não foi realizado “por falta de interesse”.
“Inicialmente, Rafael Bracca comunicou a ele via contato telefônico com seu advogado no dia 17/02/2023, porém, no dia marcado, apenas seu advogado chegou aqui para avisar que ele simplesmente não poderá participar da audiência por estar trabalhando. No mesmo dia, nova intimação foi apresentada ao advogado para audiência em 13/03/2023, após muitas dificuldades em localizar uma data que não conflitasse com a agenda de seu chefe. Mas, apesar disso, ele ainda não efetuou a impressão e não foi justificado. “
A acusação enviada à defesa do Cour. La do médico biomédico chegou a argumentar, nos autos, que ele não sabia que as cortinas apreendidas eram proibidas, pois no local da aquisição havia um número que implicaria registro na Anvisa. Os advogados também alegaram que os ingredientes eram para uso não público.
A Coroa contestou esses argumentos. Durante manifestação no dia 20 de outubro, o deputado lembrou que o aparelho apreendido estava “proibido há muito tempo”, e também sob pressão de que Bracca é biomédico e frequenta academia, por isso “não tem alvará”. o julgamento do leigo sobre o que é permitido ou proibido”. A empresa também não ofereceu um acordo de não persecução penal (NPA) ao réu, dizendo que “há sintomas transparentes de conduta criminosa pro, repetida e habitual, uma vez que ele está enfrentando ação penal”.
Procurado, o biomédico negou todas as acusações e se manifestou em nota. Leia tudo abaixo:
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