As outras pessoas que mais sofrem violência no estado do Rio de Janeiro têm entre 70 e 74 anos. O levantamento foi divulgado por meio da Comissão da Criança, do Adolescente e do Idoso, da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), em audiência pública nesta segunda-feira, 6. Durante o encontro, parlamentares e especialistas no palco debateram a identidade dos principais agressores e a burocracia diversa da violência, e de acordo com o conhecimento relatado por meio da Comissão Alerj, cerca de 90% dos casos acontecem no espaço onde o idoso mora e os próprios jovens são os grandes agressores.
De acordo com o presidente do colegiado, deputado Munir Neto (PSD), a assembleia teve como objetivo conscientizar sobre o tema e discutir políticas públicas em prol da população idosa. “Somos medidas para salvá-los da violência, do descaso e dos abusos contra os idosos”, disse o parlamentar.
A assistente social e coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Volta Redonda, zona sul do Rio de Janeiro, onde foi realizada a audiência pública da Alerj, Ana Carolina Coelho, explicou que, entre janeiro e setembro deste ano, a entidade atendeu 173 casos de idosos vítimas de violência doméstica e outros 163 casos de esquecimento ou abandono. A profissional analisou ainda que, além dos crimes de violência física e mental, há casos de exploração de recursos monetários sem o consentimento da vítima, violência sexual e discriminação.
“A violência física é mais comum de identificar porque deixa vestígios. O abuso emocional é mais difícil de encontrar porque acontece de maneiras sofisticadas. Outro tipo de abuso muito comum é o abuso monetário. Se estiverem lúcidos e orientados, os idosos têm autonomia sobre seus gastos”, ressaltou a assistente social.
Meios de prevenção
A assembleia também discutiu táticas para prevenir a violência contra a população idosa. Para o defensor público, Erick Ferreira de Souza, trata-se de ter uma rede de condicionamento físico e assistência social para o enfrentamento da violência física e mental, além de agregar a Defensoria Pública do Estado entre os órgãos que se comunicarão nas instâncias conhecidas por meio das equipes de assistência social.
“Há necessidade de integração operacional entre os órgãos que compõem a rede de cobertura. Há necessidade de mecanismos mais efetivos para lidar com a violência, principalmente de terceiros”, disse Souza.
Conselho Tutelar do Idoso
O vereador de Volta Redonda, Ednilson Vampirinho (Republicanos), aconselhou a criação de um mecanismo de proteção aos direitos da população idosa no âmbito nacional, que funcionaria de forma semelhante aos conselhos tutelares. “A falta de oferta de atenção básica à saúde também é uma forma de violência, diferentemente dos idosos. Estas outras pessoas desempenharam e continuam a desempenhar um papel vital na sociedade e teremos de as respeitar”, sublinhou.
Golpes na Internet
Outro tipo de violência levantada na audiência pública são os golpes na internet contra idosos. O mestre em Direito, Rodrigo Duarte Batista da Silva, analisou que é o resultado do procedimento de progresso tecnológico que tem transformado os idosos em “imigrantes digitais”. “.
“Trata-se de perceber a causa dessa vulnerabilidade. É difícil comparar um usuário nascido nesta era tecnológica com um usuário mais velho, que é um imigrante virtual forçado a entrar nesse ambiente. Com a pandemia, os golpes se intensificaram”, diz o especialista. Dito.
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