O órgão apurou que dados coletados por meio do software FirstMile durante a gestão de Jair Bolsonaro estavam sendo usados pela atual gestão da Abin.
A investigação sobre o uso de conhecimento de um programa de espionagem por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) transcende as gestões presidenciais, segundo investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão apurou que os dados coletados por meio do software FirstMile durante o mandato de Jair Bolsonaro estavam sendo usados durante a atual gestão da Abin, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O uso continuado desse conhecimento foi admitido por meio do diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, em documento enviado ao TCU.
O contexto desse uso adquire uma legalidade questionável perante a Polícia Federal em meio a uma operação iniciada em outubro. A operação investiga denúncias de uso indevido da fórmula de geolocalização de aparelhos celulares por meio dos servidores da Abin. O escopo da investigação foi ampliado com o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão preventiva, decretados por meio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os movimentos foram posicionados em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Embora a revelação seja tornada pública, a inteligência brasileira não emitiu nenhuma posição oficial sobre o assunto. O cenário atual coloca em xeque as práticas de inteligência do país e provoca debates sobre privacidade e os limites da vigilância estatal.
Através do portal Novo Norte