A nova forma de fazer negócios para asiáticos no Brasil

01/12/2023 – 8:30

“O que a rede coreana clássica espera é que você abra uma loja de roupas ou, no máximo, um restaurante”, diz Agatha Kim, esposa da AIGO Livros, especializada em imigração e diásporas no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. , junto com Yara. Hwang e Paulina Cho. Há pouco mais de dois anos, a empresária Marisol Kiyoko Guevara, de origem materna japonesa, teve uma experiência semelhante ao apresentar o Vou de Nekô, aplicativo de entrega de comida asiática. A artista e muralista Camila Gondo descobriu uma forma de explicitar sua identidade nipo-brasileira nas artes visuais. Desde então, pintou obras de arte para empresas como Google, Facebook, L’Occitane, Bulgari e Shiseido.

Cada vez mais mulheres asiáticas estão se destacando em projetos originais e de vanguarda que surpreendem suas famílias e comunidades. A questão do género é fortemente levantada. Era como se me perguntassem por que eu estava correndo atrás do meu sonho. A frase vem de um componente mais clássico do acordo”, lembra Yara. Foi assim que se sentiu quando deixou o negócio da família para abrir a livraria AIGO, que oferecia títulos em português, espanhol, inglês e coreano.

Criados na dinâmica das comunidades, muitos deles já participaram de suas vidas em outras equipes, desde equipes de escoteiros até igrejas. Mais tarde, elas se descobriram na sociedade com mulheres da mesma origem. “Estar em combinação com outras pessoas que também têm relatos racializados como mulheres faz a diferença”, diz Cho, de ascendência coreana.

Em 4 meses, a AIGO aumentou seu acervo com 1. 200 livros, e como acaba de ser comentado no relatório de tendências da consultoria estrangeira WGSN, devido à questão da imigração. ” Esta livraria não seria imaginável há alguns anos, porque o mercado era regido por histórias de determinadas regiões geográficas. Com a literatura, podemos destacar outras narrativas”, diz Paulina.

Além de fortalecer suas culturas, eles compartilham o impulso de quebrar preconceitos e exotizar suas habilidades profissionais. “O mercado ainda vê o trabalho de pessoas racializadas como nicho. Eles acham que outras pessoas brancas podem fazer qualquer coisa, então me dão mais autoridade para falar sobre a Coreia e a Ásia”, explica Ing Lee, quadrinista e ilustrador.

“Quando você compra produtos ou serviços de mulheres asiáticas, o dinheiro circula entre o grupo e isso nos empodera”, esclarece Camila Gondo. Da terceira geração de japoneses, ela levou tempo para assumir o gosto pelas artes plásticas e sua identidade nipo-brasileira.

Além de ter trabalhado para empresas importantes, como Sakura e China in Box, Camila é fundadora do GEMA – Grupo de Empreendedoras Mulheres Amarelas. “Ficava dizendo que outras pessoas estavam passando pelas mesmas situações exigentes que eu”, conta.

O coletivo cresceu de dez para 360 em pouco menos de três anos, com profissionais atuando em outras áreas, do fitness à arquitetura.

“Se você fala que quer empreender, seja com artesanato, uma casa de chá ou padaria, o núcleo familiar muitas vezes fica contra, porque prefere opções mais seguras”, diz Marisol, referindo-se a áreas como medicina ou direito.

A avó não foi a única influência que a levou a contar a história de sua ascendência por meio da comida. O ano sabático de viagens pelo mundo fez com que ela se sentisse em casa na Ásia, o que despertou a vontade de difundir a cultura.

“Queremos abordar tudo relacionado ao universo asiático. Artesanato, esportes, idiomas. Tem restaurante indiano, mas tem templo também? Queremos trazer a Ásia para mais perto das pessoas”, afirma ela.

Este é o plano de expansão do projeto que inclui o aplicativo de delivery com restaurantes de culinária asiática na capital paulista. Ultimamente são mais de 25. 000 clientes cadastrados.

O primeiro festival de um dia da empresa, em outubro, reuniu mais de 15 mil pessoas no Mercado de Pinheiros.

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