Saúde doméstica
Lages, na Serra de Santa Catarina, é o pior município do Brasil em termos de tratamento de Aids e HIV, segundo ranking divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Saúde. A classificação leva em conta o cruzamento de dados: taxas de detecção da doença, mortalidade, casos em menores de cinco anos e diagnóstico.
O boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (30), véspera do “Dia Mundial de Luta contra a Aids”, que abre o Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre a doença.
O índice de 7,228 coloca Lages no 1º lugar ranking dos 100 municípios com mais de 100.000 habitantes com o índice composto mais alto. Além de Lages, Florianópolis ocupa o 9º lugar do ranking, com 6,311.
Regina Valim, médica infectologista e gerente de Vigilância das ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), explicou que o ranking determina como está a situação do município.
“Quanto mais nos aproximamos da 100ª posição, maior o cenário epidemiológico deste município, mas de preferência é um componente desse ranking”, disse.
O ranking leva em consideração a média de sete indicadores relacionados à aids:
O médico explica que a contagem de CD4 determina se o diagnóstico do HIV é tardio ou não.
“O CD4 é um móvel imunológico que é atacado através do vírus, o receptor do vírus se liga ao CD4. Mas os celulares CD4 são um dos celulares do nosso sistema imunológico, então quanto mais [o número] diminui, pior é a situação da pessoa”, explica. .
Conforme Regina, o momento ideal do diagnóstico é quando o portador de HIV tem um CD4 acima de 500. Quando o índice está abaixo de 200, mais vulnerável a pessoa está a uma doença oportunista, e consequentemente, à aids.
A contagem média de CD4 entre os soropositivos ao diagnóstico é de 299 em Lages e 399 em Florianópolis.
Segundo Regina, a posição no ranking faz com que o município e o Estado tenham que reforçar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
“São vários pontos em que o município e claro, o Estado, vão ter que fazer ações para melhorar: o diagnóstico, o seguimento dessas pessoas, evitar que as pessoas interrompam o tratamento, oferta de testagens”, listou.
Pessoas vivendo com HIV podem iniciar o tratamento e cuidados médicos em academias e hospitais, com médicos e enfermeiros treinados. Um usuário recém-diagnosticado vivendo com HIV pode iniciar o tratamento no mesmo dia.
Lages disse que ganhou o “Selo Prata de Boas Práticas para a Eliminação da Transmissão Vertical do HIV” do Ministério da Saúde por cortes entre 2020 e 2021.
Já Florianópolis informou que o índice composto foi afetado pelo aumento dos casos entre gestantes e crianças menores de 5 anos. No entanto, a prefeitura informou que, entre 2019 e 2022, houve redução em mais de 20% nos novos casos de HIV e mais de 26% nos casos de aids.
Entre as medidas, a prefeitura de Florianópolis destaca que realiza uma forte conscientização dos profissionais e da população para a triagem e detecção do HIV nos CTRs (Centros de Testagem e Resposta Rápida, um para cada policlínica) para o tratamento da doença e acompanhamento pré-natal. -up, além de fornecer autotestes de HIV.
Os moradores de Florianópolis também podem solicitar o autoteste de HIV no site online www. ahoraeagora. org. As provas podem ser feitas pelo correio, retiradas em um gabinete virtual, localizado no Terminal Rodoviário Rita Maria, ou na academia.