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12/01/2023 15:57, atualizado em 12/01/2023 15:57
“Olá minha ligação é Samara Araujo, tenho 23 anos e neste canal você verá aulas e dicas de matemática, lápis de cor e cores, papelaria, suprimentos, organização e estudo”, diz a descrição do canal no YouTube.
O último vídeo foi postado no dia 20 de novembro, 3 dias antes de Samara ser presa na escola onde leciona, em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, por um crime ocorrido na Paraíba em 2010, quando ela tinha 10 anos. crime.
Através das redes sociais, Samara compartilha sua vida em sala de aula, seus momentos em família e suas fotos com o filho de dois anos e o pai, Simario Araújo, de 48 anos.
Apesar de não morarem na mesma cidade, pai e filha fazem check-in diariamente, discutindo categorias de pós-graduação e o progresso do neto, com quem começaram a conversar recentemente.
Simario diz que ficou surpreso com a notícia da prisão de Samara: “Fui surpreendido com uma ligação inesperada da minha ex-mulher avisando que minha filha havia sido presa dentro da escola onde lecionava. disse. “Minha filha é uma menina adorável, ela se formou em matemática. Ela nem chegou à formatura no sábado passado porque estava na prisão”, disse ele.
Desde a prisão da filha, no dia 23, Simário está em frente ao Instituto Penal Oscar Stevenson, dormindo em seu próprio carro, esperando Samara. Foi somente na manhã desta sexta-feira (12/01) que o instrutor foi liberado. Nesta quarta-feira (29/11), por meio de um advogado, foi demonstrado o erro da Justiça da Paraíba.
“Sei que merece ser desenvolvida a argumentação acerca da existência de erro na declaração acusatória, que inclui apenas a identidade por meio do CPF, sem qualquer menção à data de nascimento do acusado”, diz a autorização de soltura, assinada por meio do substitutivo. proferir sentença contra Rosio Lima de Melo, da VI Vara Mista da cidade de Sousa.
O crime pelo qual Samara foi presa ocorreu há treze anos em São Francisco, cidade do interior da Paraíba, contra um trabalhador de um mercado local que atuava como representante do Fundo Econômico Federal. O homem foi obrigado, após ser ameaçado de morte por meio de um telefonema, a fazer 8 transferências, de R$ 1 mil cada, para outras sete contas.
Entre os correntistas estão Samara de Araújo Lima Oliveira, também do Rio de Janeiro, além do professor. No entanto, o fato de a jovem ser apenas uma criança na época do crime, de não ser responsabilizada perante a lei e de não ser capaz de cometer o crime não foi levado em conta pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.
“Ela nunca pisou na Paraíba. Ela é uma inocente que foi julgada e culpada por um crime que alguém roubou os documentos dela, cometeu um crime quando ela ainda era criança, e a Justiça fez um procedimento totalmente errado. Então, certamente a gente vai expor isso, mas no momento certo”, disse Simario.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio, ao tomar conhecimento sobre o ocorrido, tirou a jovem da cela que dividia com outras 13 detentas. Ela passou o dia dessa quinta-feira (30/11), na sala da direção à espera do alvará de soltura, que atrasou.
O pai aguardou ansioso do lado de fora, chegando a pagar R$ 200 a uma advogada na esperança de entregar um bilhete reconfortante à filha. Ele expressou a angústia pela situação de Samara, uma jovem tímida e sensível, separada do filho.
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério Público da Paraíba informou que, desde a notificação do caso, na terça-feira (28/11), manifestou-se a favor da revogação da prisão preventiva e do alvará de soltura.
Leia a íntegra da nota:
“O Ministério Público da Paraíba, tão logo cientificado dos fatos, manifestou-se, na última terça-feira (28/11), nos autos do Processo 0800924-69.2022.8.15.0371 favoravelmente ao pleito apresentado pela defesa técnica, pela revogação da prisão preventiva e pela expedição de alvará de soltura de Samara de Araújo Oliveira. Conforme verificado em outros processos, na época, um grupo criminoso do Rio de Janeiro se utilizou de dados de terceiros para movimentar quantias oriundas de extorsão. No caso, a jovem teve seu CPF citado em investigação policial que detectou o uso do documento na abertura de conta-corrente bancária”
O Metrópoles tentou contato com o Tribunal de Justiça da Paraíba, mas não obteve reação até a publicação desta reportagem. A área permanece aberta para manifestações.
O Metrópoles também entrou contato com a professora e com a família dela, mas também não obteve respostas até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
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