Safra 2024: Bahia vai colher 2,9% a menos que o previsto para 2023

O primeiro prognóstico da safra de 2024 aponta uma redução de 2,9% de grãos colhidos na Bahia em comparação ao número previsto para 2023, que é de 12,14 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca (IBGE). A previsão é de que 11,79 milhões de toneladas de grãos sejam colhidas no próximo ano. Um dos fatores que determinaram esse prognóstico é o calor. As altas temperaturas e a falta de chuva nas regiões de produção agrícola influenciam em uma possível redução de safra, como aponta o engenheiro agrônomo Assis Pinheiro Filho, diretor de Desenvolvimento Agrícola, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri).

“A temperatura tem sua parcela de culpa. Os eventos climáticos extremos, como a atual onda de calor, afetam diretamente a produção agrícola, resultando em perdas significativas de colheitas e redução na qualidade dos alimentos”, pontua.

Sob efeito do El Niño, fenômeno herbáceo caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, e de outros pontos ligados às mudanças climáticas, fazendo com que regiões tenham registrado temperaturas acima de 30°C, o que pode afetar a produção. Isso pode ser visto no atraso nas plantações de soja e milho no oeste da Bahia.

De acordo com a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o plantio de milho e soja, culturas mais afetadas pelas condições climáticas, está particularmente atrasado para a campanha 2023/2024. Até o momento, a área plantada de milho é de 70 mil hectares, um relevo de 61% em relação à área plantada em 2022. Já a soja foi plantada em 39% da área total prevista para a safra 2023/2024, o equivalente. 1,2 milhão de hectares, ou 35% a menos que no ano passado.

Segundo Luiz Stahlke, gerente de infraestrutura da Aiba, o calor aumenta a temperatura do solo, causando interrupções na germinação das sementes e na progressão das plantas que já surgiram, o que é prejudicial para o setor. As altas temperaturas reduzem temporariamente a umidade do solo, interferindo nas taxas de plantio dos produtores.

“Com o clima incerto, os produtores diminuem o ritmo de plantio. Por isso, os problemas de replantio são pontuais, sem registro de problemas em larga escala. O principal impacto causado pela condição climática é a quantidade de área plantada, que está bem abaixo do normal”, explica Stahkle.

Segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas no início de novembro, a produção brasileira do cereal da safra 2023/2024 deve registrar alívio de 1,5% em relação ao volume produzido em 2022/2023. A próxima safra deve ser bem-sucedida em 316,7 milhões de toneladas, 4,7 milhões de toneladas a menos do que o preço produzido nesta safra.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro 

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