O acusado permanece preso após ser indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso.
Compartilhar:
O cirurgião João Couto Neto, suspeito de erros médicos que causaram a morte de 42 pacientes e feriram outros 114, em Novo Hamburgo (RS), foi preso nesta quinta-feira (14), enquanto frequentava um hospital em Caçapava (SP).
Couto teve a prisão preventiva decretada após ser acusado pela Polícia Civil de homicídio doloso (com intenção de matar) em três inquéritos, no mês de novembro. A defesa considera a prisão descabida e vai entrar com habeas corpus para que ele responda em liberdade.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a polícia obteve informações de que o médico estava hospedado em um hotel local e circulando pela região. A polícia já tinha um mandado de prisão preventiva contra ele, expedido por meio do Tribunal do Júri da Comarca de Novo Hamburgo na última terça-feira (12).
Mesmo estando sob investigação, em fevereiro deste ano, Couto Neto conseguiu registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Segundo o órgão, o pedido de registro não poderia ser negado na ocasião, pois ele não estava totalmente impedido de exercer a medicina, mas com restrição parcial.
No Rio Grande do Sul, o médico foi proibido de realizar cirurgias por 120 dias, mas o prazo já expirou. Mesmo assim, ele atuava em atendimentos não cirúrgicos. De acordo com a Polícia Civil, os três primeiros indiciamentos do profissional decorreram das mortes de dois homens e de uma mulher. Segundo a investigação, Couto realizava cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo, mas vários procedimentos teriam sido realizados sem autorização dos pacientes.
Em um caso, um paciente que se apresentou para retirada da hérnia teria sido submetido a um procedimento. No caso da endometriose, o médico teria não retirado o útero da paciente, mesmo tendo faturado o plano de condicionamento físico para o procedimento.
Uma ação policial em dezembro do ano passado revelou outros casos em que o médico é culpado por erros que levaram à morte ou sequelas dos pacientes. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no hospital onde ele trabalhava, em Novo Hamburgo, e também em seu apartamento. . Foram apreendidos documentos, celulares e computadores. As cortinas ainda estão sendo analisadas durante a investigação.
O defensor do médico, advogado Brunno de Lia Pires, afirma que a prisão preventiva não tem base legal.
“Todo advogado vê que essa detenção é infundada. A prisão preventiva ocorre quando há ameaça de fuga ou ameaça a testemunhas, o que não existe. Isso nem o impede de exercer a medicina. Essa medida, obviamente, intimida o médico. “Vamos entrar com um pedido de habeas corpus o mais rápido possível”, disse. “Estamos aguardando a conclusão do inquérito e ser entregue ao Ministério Público para que, se houver uma denúncia e ela chegar ao juiz, possamos prestar defesa prévia do médico. “
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) indicou que João Batista do Couto Neto havia recebido registro na entidade para exercer sua carreira no estado em dezembro de 2000. No relatório enviado, a entidade afirma que “tomou as medidas legais cabíveis e implementou procedimentos morais e pró-profissionais, de acordo com o Código de Ética e Processo Profissional (Resolução CFM 2306/2022)”. “Além disso, o Cremers está acompanhando o caso até a Justiça do Rio Grande do Sul. “
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) acrescentou, em nota, que o médico tem o registro número um e ativo no Cremers e que sua conduta será investigada em São Paulo, caso a entidade receba denúncias.
“Embora ele possua registro secundário no Estado de São Paulo, segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina, como todas as acusações são fora do nosso estado, cabe às autoridades e ao Conselho do Rio Grande do Sul apurar os fatos”, informou.
Rua Marechal Deodoro, 101 – térreo sala 701
Centro – Bento Gonçalves – RS
Fone/Fax: (54) 3455-3999
WhatsApp: (54) 99692-3999
Contato: [email protected]
© Todos os Direitos Reservados
Grupo RSCOM e Portal Léouve 2022
Desenvolvido pela tecnologia BW2
Compartilhe em suas redes