O presidente da Prumo Logística, Rogério Zampronha, disse nesta segunda-feira que a empresa vai se aventurar no setor de movimentação de grãos, com a instalação de um terminal e serviços expressos no Porto do Açu, zona norte do Rio de Janeiro. A operação, voltada para soja e milho, será objeto de uma resolução final de investimentos (FID) até o final do primeiro semestre de 2024, com início das operações previsto para 2026.
A Prumo, segundo Zampronha, tem como meta uma capacidade de produção de até 3 milhões de toneladas por ano na primeira fase do projeto, para um investimento de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões. A unidade de negócio poderá ser expandida a longo prazo, dependendo da escala ou ligação do porto à rede ferroviária.
“O Rio estava fora do mapa do agronegócio, mas esse ano realizamos com sucesso as primeiras operações de soja e milho, que devem redundar na construção do terminal. Estamos finalizando o projeto final (da nova operação)”, disse Zampronha. Ele falou a jornalistas na tarde desta segunda-feira, no Rio de Janeiro.
Segundo o diretor Comercial e de Industrialização, Energia e Terminais do Porto do Açu, João Braz, o Açu processou, em 2023, 98 mil toneladas de soja e 58 mil toneladas de milho, além de cerca de 20 mil toneladas de fertilizantes. Braz especifica que o porto do Açu tem a perspectiva de embarcar cerca de 8 milhões de toneladas de cereais por ano, produzidos na área geográfica que compreende o sul e o norte de Minas, o oeste do Espírito Santo e Goiás.
Hoje, diz, a produção dessas regiões é transportada por caminhão, dos quais mais de 80% passa pelo porto de Paranaguá, no Paraná, mas também pelos portos de Imbituba e São Francisco do Sul, ambos em Santa Catarina. A distância até o Rio de Janeiro é bem menor e as rotas de caminhões para o sul são mais estabelecidas.
O executivo relata ainda que a movimentação de fertilizantes contrária à importação de fertilizantes complica a operação com um alívio nos custos de frete de até 40%. Ele conta que o Açu começou a receber fertilizantes em 2020, quando linhas de navios no porto de Vitória, porta de entrada do produto, participaram no Rio, inaugurando a nova rota.
Os executivos da Prumo acrescentam que o negócio de movimentação de grãos no Açu tem potencial para escalar ainda mais com a ligação do porto à malha ferroviária nacional após a conclusão da ferrovia Vitória-Rio (EF-118). “Isso dobraria a mancha de produção conectada ao Açu, elevando o fluxo potencial para a casa dos 20 milhões de toneladas por ano”, diz Braz.
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