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26/11/2023 02:25, atualizado em 26/11/2023 09:22
A cena não é incomum para quem usa o transporte público no Distrito Federal: o usuário chega à estação de metrô, mas não há trabalhadores no balcão para vender a passagem. Nisso, um garçom fica ao lado da catraca que permite a entrada. Isso se chama “abrir a porta”. Em 2022, 601. 255 usuários do metrô ficaram sem pagar graças a essa abertura. Com isso, o Metrô-DF deixou de arrecadar mais de R$ 3,3 milhões no ano passado.
Dado que a passagem do metrô custa atualmente R$ 5,50, os 601. 255 acessos significariam uma arrecadação de justamente R$ 3. 306. 902,50. Durante o último concurso de metro, em 2013, o cargo de operador júnior de metro, cujo trabalho diário era “vender créditos” e consolidar e fechar cabines de preços; guardar, cadastrar, movimentar e contabilizar objetos de valor e dinheiro nos postos”, tinha salário mensal de R$ 3. 240.
Como há 27 estações de metrô em operação, um cálculo básico mostra que 27 trabalhadores nessa posição fariam a empresa gastar R$ 1. 049. 760 em salários por ano, o que significa apenas 31,7% do valor que falta arrecadar em 2022 com a abertura. das portas. Os números são estimativas, pois são corrigidos pela inflação e não houve outra competição mais recente.
Enquanto a corporação metropolitana ainda não tem pessoal, a abertura da catraca ainda é comum. Isso ocorre quando há apenas um servidor na estação, e o mínimo ideal seria em torno de mais seis pessoas correndo no ponto.
Em 2023, a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, presidida pelo deputado Max Maciel (PSol), constatou que, somente em agosto, 57. 020 portas foram abertas, deixando de lado um total de R$ 313. 610.
Os dados de agosto mostram que o valor “jogado fora” pelo metrô em 2023 pode ser ainda maior. Se cada mês repetisse o número de aberturas, o ano terminaria com R$ 3.763.320 não arrecadados. Max promoveu uma visita técnica no metrô nesta semana para avaliar os problemas atuais do sistema.
“O Metrô-DF tem uma carência enorme de trabalhadores. Desde 2014, não realizamos concurso público para atender a demanda existente. São quase 10 anos sem competição. O dinheiro que deixou de ser arrecadado devido às portas abertas nas estações e que pode ser simplesmente investido no próprio metrô é reflexo dessa falta de vantagens no sistema. Queremos mais trabalhadores e mais investimento público nessa mesma modalidade para o Distrito Federal”, disse ao Metrópoles.
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Metropolitano do Distrito Federal (Sindmetrô-DF) lembra que o maior número de aberturas de portas ocorreu mesmo em períodos em que não houve movimentação de funcionários.
“A falta de trabalhadores é alarmante e pode colocar em risco os usuários de fórmulas. A contratação de trabalhadores foi objeto de negociação na primeira alteração da Lei 2015/2017. Em 2016, a reestruturação do quadro de funcionários da empresa incluiu a contratação de 621 trabalhadores, somando 320 vagas e 301 vagas geradas com a ampliação da fórmula. No entanto, menos de trezentos trabalhadores foram contratados, ou seja, os cargos vagos não foram substituídos, muito menos o pessoal necessário para ampliar a fórmula”, diz a nota.
O sindicato também pontua que, em 2018, houve autorização para realização de novo concurso público, mas que acabou não sendo realizado. “A falta de empregados e a insegurança causada pela manutenção inadequada tem feito com que os empregados do Metrô-DF sofram com jornadas de trabalho exaustivas e desgastes à saúde física e/ou mental”, finaliza.
Além da exaustão de um serviço prejudicado pela falta de funcionários, quem atua no metrô também cita que alguns problemas recorrentes são causados por serviços que já são privatizados. Atualmente, o serviço de manutenção e o de vigilância são prestados por empresas privadas.
Recentemente, em 27 de outubro, houve uma explosão em um equipamento do sistema e a Estação Central do metrô precisou ser fechada. As imagens assustaram a população que passava pelo local e ao menos duas pessoas ficaram feridas. Elas teriam se machucado durante o tumulto — uma, na perna; outra, no braço — e levadas para o hospital.
No que diz respeito à fiscalização, a causa dos transtornos que afetam a população é o furto de cabos elétricos, que já paralisam o trânsito várias vezes ao ano. No dia 19 de outubro, o assalto interrompeu o trânsito no metrô de Ceilândia durante o horário de pico. De acordo com a Polícia Militar (PMDF), o crime foi cometido na estação de Ceilândia Norte e interrompeu momentaneamente os exercícios.
A Companhia do Metropolitano, em nota, afirmou que “o controle de recursos humanos é prioridade constante para garantir a potência e proteção das operações”, e sob pressão de que a abertura de portas “é uma medida tomada por meio do Metrô-DF que visa garantir ao usuário que seu direito não seja comprometido.
“A empresa está constantemente avaliando as necessidades de sua equipe para atender às demandas de conversão. Dessa forma, são implementados métodos para otimizar o uso dos recursos disponíveis e proporcionar um ambiente eficiente para nossos usuários nas 27 estações operacionais.
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