Estudo destaca as principais demandas da agricultura familiar em Mato Grosso

Apesar dos índices de crescimento alavancados pelo agronegócio, Mato Grosso é um Estado marcado pelas desigualdades regionais. De acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das 141 cidades, 105 têm menos de 20 mil habitantes e apresentam dificuldades para crescer econômica e socialmente.

Para detalhar ainda mais a realidade da região e do município, a Assembleia Legislativa realizou um estudo que traz dados detalhados sobre a relevância econômica da região. O relatório faz parte dos movimentos de uma organização em funcionamento formada por meio de outras entidades semelhantes ao desenvolvimento econômico. liderado pela deputada Janaina Riva (MDB).

O objetivo, segundo a chefe do gabinete parlamentar, Quezia Limoeiro, é permitir a criação de políticas públicas e maiores recursos para promover a progressão das regiões mais carentes do estado.

“A principal preocupação com o estudo é o fomento e a cadeia produtiva”,

Segundo ela, os dados servirão de base para a construção de planos de ação. “Nós temos muitas instituições envolvidas, mas não temos uma junção dos trabalhos que são desenvolvidos para cada uma. Então, esse estudo vem para se somar a esses trabalhos para que o resultado chegue até o pequeno produtor”, avaliou.

O estudo foi coordenado pelo deputado Arnoldo Campos, que destacou o contraste entre as perspectivas econômicas do estado e o grande desequilíbrio no progresso social e econômico entre as regiões. “A ideia é encontrar respostas para as desigualdades regionais do estado. Mato Grosso tem uma economia muito forte, mas algumas regiões não fizeram o mesmo. Há taxas de pobreza e estagnação econômica muito altas”, explicou o deputado.

Campos avalia que o mapeamento pode diminuir o contraste e criar novas cadeias produtivas considerando o potencial de cada região. “Ao mesmo tempo em que existem regiões com pouco dinamismo, também existe o potencial de crescimento. Se houver um planejamento e ação conjunta para destinar investimento e levar tecnologia, é possível melhorar o desenvolvimento e o desempenho dessa comunidade”, afirmou.

“O estado planejou e desenvolveu o agronegócio, para poder planejar e ampliar também o círculo de parentes agrícolas nessas regiões”, disse o representante.

Um dos principais temas discutidos é a proposta do governo estadual de identificar o Fundo de Amparo à Agricultura Familiar (Fundaaf). Para Vivaldo Lopes, economista consultor da Associação Mato-Grossense dos Municípios, a tarefa visa delinear melhor como os recursos serão usados para construir o fundo.

“Nossa proposta é que o fundo receba 10% das receitas da Fethab. Com lucros de quase R$ 3 bilhões por ano, queremos pensar em como esse dinheiro pode beneficiar o progresso dos pequenos agricultores”, disse.

Além do recurso Fethab, o economista também propõe investimentos do Sistema S (Sebrae, Senar, Sesi e Sesc, entre outros). Segundo ele, o orçamento anual da fórmula é de 30 bilhões, dependendo do ano e do componente dos recursos. serão destinados ao fundo para consultoria técnica e projetos.

Para a representante da Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), Karina de Lima Bezerra, o relatório traz dados importantes que servirão de base para o planejamento e desenvolvimento de ações. “Além das informações do relatório, o trabalho em conjunto com a Assembleia e demais entidades fortalece o trabalho da secretaria para que o resultado chegue na ponta, para o pequeno agricultor”, afirmou. O relatório será disponibilizado para todos os órgãos e entidades ligadas ao desenvolvimento econômico do estado.

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