Mais de 100 pessoas sofrem queimaduras nos olhos após pomada capilar no Rio de Janeiro

Mais de 100 pessoas foram parar na emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com queimaduras nos olhos após uso de pomadas modeladoras para cabelo.

Os casos começaram a aparecer na segunda (25) e terça-feira (26). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os pacientes são outras pessoas que usam tranças ou outros penteados acoplados ao produto para passar a véspera de Natal. Enquanto chovia os cabelos, a água contendo a substância química entrava em seus olhos, causando ferimentos.

A lesão na córnea pode causar irritação e inchaço, visão turva e até cegueira temporária, além de causar bastante dor.

A Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância em Saúde do Rio (IVISA-Rio), órgãos da Secretaria Municipal de Saúde, iniciaram uma investigação epidemiológica para identificar quais marcas são utilizadas pelos pacientes e em quais instituições os penteados são feitos ou comprados.

Algumas marcas de pomadas foram suspensas de venda e uso por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), justamente porque sua composição contém ingredientes considerados destrutivos à saúde, como os que causam intoxicação ocular.

Normalmente, o pronto-socorro oftalmológico do Hospital Souza Aguiar recebe cerca de 70 pacientes por dia devido a problemas. Somente na segunda-feira de Natal e no dia seguinte, foram 83 e 167 atendimentos, respectivamente, a maioria por danos na córnea causados pelo contato com a pomada styling.

Foram atendidos crianças, adolescentes, mulheres e homens adultos, que disseram ter penteado os cabelos para o Natal e, quando lavavam os cabelos, tomavam banho na praia ou na piscina, começavam a sentir uma ardência nos olhos, que se agravava. para as próximas horas.

Os principais sintomas que ocorrem são coceira nos olhos, vermelhidão, irritação, ardência e inchaço. Nos casos mais graves, a visão fica embaçada, até que o paciente não consiga mais enxergar.

“A maioria dos pacientes apresenta uma conjuntivite ou ceratite química causadas pelo contato com a pomada. E, quanto maior a quantidade do produto que escorre para os olhos, mais grave pode ser a lesão. Alguns estão chegando com muito inchaço nos olhos e sem conseguir enxergar, tendo que ser guiados por acompanhantes. São quadros considerados bem graves”, disse, em nota, a diretora do Hospital Souza Aguiar, Paula Travassos.

O médico manifesta o seu receio para o final da próxima semana: “Se a situação já está assim por causa do Natal, pode piorar na passagem de ano, porque sabemos que muitas outras pessoas terminam a noite mergulhando no mar. E ainda temos previsão de chuva para a tarde do dia 31. Quem já usou essas pomadas e choveu também corre o risco de pegar água da chuva com o produto químico nos olhos.

A vigilância física do Rio aconselha outras pessoas a comprar e usar apenas produtos regulamentados pela Anvisa. É possível conferir os produtos indexados conforme regularizados no site do órgão.

Com a Agência Brasil

Redatora do BHAZ desde 2021. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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