Depois de Dourados, vacina contra dengue chega no restante de fevereiro

Dourados, no Mato Grosso do Sul, tornou-se nesta quarta-feira a terceira cidade do mundo a iniciar um processo de vacinação em massa contra a dengue. Isto só foi possível graças à colaboração com a empresa farmacêutica Takeda.

O Brasil passará a adotar só no mês que vem a vacina como parte do calendário nacional. Como adiantou o Estadão, a previsão é de que cerca de 3,1 milhões de pessoas possam ser vacinadas neste primeiro ano da campanha, já que a Takeda conseguirá entregar cerca de 6,2 milhões de doses em 2024 – 1,2 milhão por meio de doação e 5 milhões pelo contrato de compra – e o esquema vacinal completo envolve duas doses.

A prefeitura local anunciou que a primeira dose foi aplicada em Francisleine Costa, mãe de Julio César da Costa, de 15 anos, que morreu de dengue em 2023. “Meu filho foi enterrado no dia do aniversário dele. Agora a vacina chegou e estou fazendo campanha para que todos se vacinem para que não passem pela mesma dor. Fico feliz que Dourados seja a primeira cidade a oferecer esse serviço ao público.

O controle municipal informou um comparecimento máximo desde o primeiro dia de vacinação. Inicialmente, foram distribuídas 90 mil doses da vacina Qdenga, mas a farmacêutica garantiu o fornecimento de 150 mil doses, suficientes para todos os cidadãos duradenses entre os quatro e os 59 anos.

A vacina faz parte de um projeto farmacêutico em colaboração com o pesquisador Julio Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que busca avaliar a cobertura oferecida fora do laboratório, em uma população real.

“São 300 mil doses disponíveis que vencem em agosto deste ano e que serão usadas para esse estudo, o primeiro do tipo para essa vacina no mundo”, disse Croda ao jornal O Globo. Takeda, por sua vez, disse que a iniciativa começou antes mesmo de o governo federal comprar doses.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o número de casos de dengue em 2023, publicados no Estadão há dez dias, colocam o Brasil como o país com maior ocorrência da doença. No total, havia 2,9 milhões de casos em 11 de dezembro, mais de uma fração dos mais de cinco milhões registrados globalmente. Dependendo do estado, há um ponto antigo para a dengue.

A OMS alertou que a doença também se espalhou para países onde historicamente não circulava, como França, Itália e Espanha. Entre os motivos para essa disseminação está a crise climática, que tem provocado um aumento nas temperaturas globais e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, chegue a ambientes onde isso não acontecia antes, podendo assim se reproduzir cada vez mais.

O fenómeno El Niño, que atingiu agora o seu pico, também exacerbou os efeitos do aquecimento global e das alterações climáticas, e espera-se que os seus efeitos, juntamente com ondas de calor sem precedentes, persistam até Maio ou Junho. O Ministério da Saúde brasileiro já prevê aumento de casos da doença neste ano, e adotará a aplicação da vacina em geral, o que também é inédito no mundo.

Dados da OMS também alertam para o número de casos graves de dengue: um total de 5 mil pessoas morreram este ano em decorrência da doença em todo o mundo. No Brasil, 1. 474 casos, ou 0,05% do total de registros, são da versão hemorrágica, que pode matar.

As obras de recapeamento da Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, foram paralisadas por conta das chuvas e só serão retomadas quando as condições climáticas se estabilizarem. No entanto, o estado atual da estrada, com um componente reconstruído e outros ainda sem manutenção, é alvo de processos judiciais de motoristas que estão sendo remendados.

As obras começaram em agosto de 2023 e devem ser concluídas em fevereiro deste ano. O investimento é de R$ 16. 534. 788,98, sendo parte proveniente do corredor municipal e parte do governo estadual.

Ao trafegar pela avenida, a reportagem encontrou o aposentado Luiz Antônio da Silva, de 64 anos, trocando o pneu de seu carro, que havia acabado de furar na via.

“Bati em um buraco, só ouvi o barulho, do nada. É horrível, eles fecharam esses dias e foram ‘meio assados’. Para os motociclistas aqui é um perigo. Para mim, algum outro [asfalto] tem que ser o que eu passei”, explicou.

Luiz estima que o prejuízo que sofreu foi entre R$ 150,00 e R$ 240,00 para atualizar o pneu que estourou devido ao buraco na avenida.

O aposentado conta que chegou a notar a movimentação das máquinas para o trabalho de recapeamento e que está decepcionado com o resultado obtido.

“Substituíram um quarto. Fechou, muitos caminhões, pensei ‘vai ter um recapeamento’, mas eles só fizeram uma salinha. A gente não recebe mais, o que a gente recebe fica nos custos, no buraco da rua. É difícil”, disse.

A comissão consiste na reconstrução de 9,5 quilômetros de asfalto na avenida, entre o Aeroporto Internacional de Campo Grande e o Bairro Indubrasil, com 4,1 quilômetros de reconstrução e 5,4 quilômetros de repavimentação.

A avenida também ganhará 2,8 km de ciclovia, entre o aeroporto e a rotatória do Bairro Nova Campo Grande. Com isso, a nova ciclovia deve se ligar à que já existe na via. 

No total, serão 6,8 quilômetros de pista reservada para ciclistas em Duque de Caxias, entre o Hospital Militar e a rotatória de Nova Campo Grande.

Para o pintor Paulo Batista, de 31 anos, a repavimentação colocaria fim aos problemas da avenida.

“Tem um buraco [na avenida], eles tapam, mas os mesmos buracos voltam. Com as primeiras chuvas, os buracos voltam e aqui também alagama. Depois, têm de ressurgir, desde a primeira rotunda. “Lá eles fizeram uma ação paliativa, mas depois não fizeram mais nada”, disse Paulo.

Luciano Mansur, de 48 anos, dono de uma loja de pneus na avenida, disse que todos os dias pelo menos outras duas pessoas aparecem com o pneu furado.

“De vez em quando, um pneu estoura. E então eles ficam com raiva, explode, mas não há nada que eles possam fazer. A dor é significativa devido ao pneu. Há muitos buracos aqui, muitos disso. “Quando chove, não conseguimos vê-los”, disse o dono da fábrica de pneus, que, aproveitando a situação, pede que a rua seja reformada. [A rua] foi um pouco negligenciada por um tempo”, reclamou.

De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, as obras foram paralisadas porque a empresa culpada aguarda o tempo melhorar, já que não é possível realizar a repavimentação em caso de chuva.

“A empresa só está aguardando o tempo melhorar para retomar o ritmo dos trabalhos, pois esse tipo de obra não dá para ser executado com a ocorrência de chuva”, disse a prefeitura, em nota.

A briga por território entre criminosos, realidade em algumas cidades do interior de Mato Grosso do Sul, pode apenas se deslocar para Campo Grande, devido à instalação de equipes criminosas na cidade. A investigação da recém-criada Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul (Ficco-MS) destaca as movimentações desses movimentos, que podem levar ao aumento da violência.

O delegado da Polícia Federal e coordenador da seção regional da Ficco-MS, Leonardo Machado, comenta que, a partir do momento em que Campo Grande se tornou ponto de apoio para guardar armas, entorpecentes e outras mercadorias, há um aumento da criminalidade que está relacionado à atuação de organizações criminosas. 

“Aqui, [a capital] tem sido um corredor para a passagem de drogas por outros estados. Normalmente, no entanto, também serve como ponto de apoio para facções esconderem drogas, armas e localizarem a maneira mais produtiva de enviar essas drogas para os estados. e para as regiões praianas, para um escoamento pelo mar”, disse o coordenador.

Em algumas cidades do interior do estado, onde há disputas territoriais entre facções, há um aumento da criminalidade devido à atuação de grupos criminosos.

Um exemplo citado pelo delegado foi a disputa que se deu após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat, que aumentou a incidência de crimes violentos na região de fronteira. 

No entanto, o delegado aponta que em Mato Grosso do Sul há a predominância de um grupo criminoso e que a maioria dos faccionados pertencem a essa organização específica. O delegado não cita nomes, porém, a maior facção com atuação no Estado é o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem São Paulo como base, mas atua em diversas regiões do País, dentro e fora de presídios.

“Mas existem outras organizações, basicamente no Rio de Janeiro, a ponto de no ano passado termos realizado uma operação e apreendido drogas de uma facção que enviava drogas e armas para o estado”, explicou Machado.

A operação em questão foi a Égide II, que cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Campo Grande, inclusive em imóveis de luxo, que eram usados para lavar dinheiro da ação criminosa e como depósitos do material ilícito. 

Na ocasião, ele denunciou que o criminoso atua como uma parceria entre facções especializadas em armas e tráfico de drogas, que saíam do Paraguai em carregamentos para Campo Grande em mercadorias legais, sem a sabedoria das empresas de navegação.

Na capital, as cortinas são guardadas nas casas da organização e depois enviadas para o Rio de Janeiro.

A respeito do modus operandi, o delegado aponta que cada grupo criminoso tem sua maneira de atuar, podendo a carga ilícita ser transportada por estradas, por via aérea e até mesmo por via fluvial. 

“A partir do momento que a gente inicia uma operação, a gente identifica o modus operandi de cada célula, porque tem células que mexem bastante com transporte aéreo de drogas e armas. Tem células envolvendo essas organizações que preferem o escoamento pela rodovia. Aqui tem também [grupos] relacionados a rios, de onde eles aproveitam para mandar essa droga [para fora de MS]”, explicou o delegado sobre a diversidade de atuação dos criminosos. 

Mato Grosso do Sul é um estado vital para a atividade criminosa, pois é uma espécie de depósito de drogas, armas e outras peças provenientes de contrabando e desvio de dinheiro.

Devido a essa localização geográfica, na fronteira com os países produtores de drogas Paraguai e Bolívia, os movimentos de forças encarnadas, como a Ficco-MS, são extremamente vitais no combate ao crime organizado.

Instalada no estado no final de 2023, a Ficco-MS já apresenta resultados satisfatórios, segundo o delegado. Em pouco tempo, duas primeiras operações já foram realizadas no estado e, em breve, as movimentações serão iniciadas. .

“Eu sou o chefe da delegacia do interior em Cárceres, Mato Grosso, que tem um papel muito importante no combate ao tráfico de drogas, basicamente cocaína. Então eu sou um líder em Dourados, e nós somos culpados de desgastar certas investigações e “Nós normalmente comandamos as unidades de inteligência que provocam operações policiais. Fiquei definitivamente surpreso com a integração, a combinação de esforços, os dados e a velocidade”, disse o coordenador.

Além da Polícia Federal, participam a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Civil, a Agência Nacional de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a Diretoria Penitenciária Nacional (Depen) e, no procedimento de adesão ao acordo , a Polícia Militar.

Segundo o delegado, é essa união de forças que fortalece os movimentos do Ficco-MS. A iniciativa começou em Minas Gerais e posteriormente foi implementada no país.

“O governo federal se reuniu com a Polícia Federal e perguntou o que pode ser feito no combate à criminalidade violenta”, disse o delegado.

No MS, a Ficco-MS combate crimes violentos, como assaltos à mão armada, roubos, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas e armas, que geram vítimas e instabilidade social.

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