O samba Melquisedeque Marins Marques, que morreu nesta quarta-feira (3), aos 66 anos, foi uma voz mítica do Carnaval brasileiro. A novidade foi anunciada através da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, na qual fez história em vários desfiles, um deles, em 1993, com a música Pei um Ita no Norte, cujo refrão “explode, coração, na maior felicidade”. “É lembrado até hoje.
Quinho do Salgueiro, como o conhecia, passou por outros clubes do Rio, São Paulo, e também teve uma etapa vital em Porto Alegre. Em 2005, defendeu a União da Vila do IAPI com o enredo Do Mundo das Comunicações, o Comando Maior. e Sérgio Zambiasi, que ficou em 6º lugar.
O usuário que acompanhou intensamente essa e outras visitas através do samba à capital gaúcha Renato Dornelles, 59, responsável pelo segmento Chora e Cavaco do Diário Gaúcho por vários anos, o jornalista também esteve ao seu lado na política da Sapucaí.
— Quinto do Salgueiro era mais do que um intérprete, um sambista ou qualquer outra nomenclatura usada para cantores em escolas de samba. Além de fazer um samba-enredo, ele era mestre em criar e usar “cacos” (palavras que os atiradores proferem na hora do grito de guerra ou do desfile e que não aparecem nas letras do samba). No seu caso, muitos foram usados desde 1989, quando cantou a inesquecível Festa Profana, na União da Ilha do Governador, e que se repetem até hoje: “¿Já vai?”, “pimba, pimba”, “vambora, vambora”, “Gongá se va a incendiar”, “ay que bonito, que bonito”, entre outros. Mas, além de mestre da passarela, Quinho era uma figura maravilhosa. Nunca houve um momento em que, quando encontrava amigos, não fizesse uma festa de verdade. O mundo do samba e do carnaval está desperdiçando sua alegria, ressalta o jornalista.
O legado de Quinho também foi a memória emocional de outras gerações, como a do carnavalesco Luiz Augusto Lacerda, 42. Ele conta que, junto com os primos, conheceu a essência do Carnaval ouvindo o ídolo.
— A primeira vez que ouvi a voz do Quinho foi no carnaval de 1988, quando ele estreava na União da Ilha do Governador. Era uma época em que, nas festas de família, o disco de samba do Carnaval carioca era tocado a todo vapor e também ouvíamos sambas durante a semana na Rádio Princesa. Nasci e cresci em União da Vila do IAPI, como meus primos. Juntos, na escola, aprendemos o que significa curtir o Carnaval em um círculo familiar e em um ambiente saudável. Em seguida, Quinto, com sua “pimba, pimba” e sua voz rouca que transmitia uma alegria contagiante, capturou os 4 jovens que tocavam a bateria da Vila, fazendo ferramentas com latas e baldes — lembra Luiz, acrescentando entusiasmado:
— Em 1989 conduziu no antigo pátio de treinos da Vila, localizado em frente ao Shopping Iguatemi, a execução do samba Festa Profana. Aqui estamos diante do nosso jovem ídolo. Quinto disse que o rei nos ordenou que participássemos das festas e que seguimos a ordem. Os 4 meninos eram Luis Felipe, André Felipe, Rafael e eu. Agora, Quiño foi ao encontro de Rafa no carnaval estelar e, combinado, exclamará o inesquecível “pimba, pimba”.
Nome: Melquisedeque Marins Marques
Data de nascimento: 6 de Maio de 1957
Samba onde trabalhou: União da Ilha do Governador (1988-1990), Salgueiro (1991-1993), São Clemente (1993), União da Ilha do Governador (1994), Salgueiro (1995-1999), Rosas de Ouro (SP) (2000), Grande Rio (2001-2002), Salgueiro (2003-2014), União da Vila do IAPI (Porto Alegre – 2005), Vila Maria (SP – 2008-2010), Boêmios do Laguinho (Amapá – 2010), Tamandaré (Guaratinguetá – 2011), Vila Maria (SP – 2012), Unidos do Peruche (SP – 2015-2016), Império da Tijuca (2015), Acadêmicos da Santa Cruz (2018), Império de Fátima (ES – 2018), Salgueiro (2019 – 2023).
Títulos do Carnaval do Rio: 1993 e 2019 (Salgueiro)
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