Novo normal: Mato Grosso do Sul enfrenta calorão com temperaturas 3ºC acima da média

Mato Grosso do Sul enfrentou um fim de semana de calor intenso, com altas temperaturas e pouca chuva. Apesar de parecer, não há características técnicas de uma onda de calor e o clima com 3°C acima da média pode ser considerado o “novo normal”.

As mudanças climáticas e o El Niño contribuíram para o calor sentido em Mato Grosso do Sul desde o segundo semestre de 2023. No ano passado, ocorreram quatro ondas de calor entre setembro e dezembro, colocando o estado no ranking de calor mais quente e sensível do Brasil.

Segundo a Midiamax, para quem pinta ao sol, lidar com o calor no dia a dia não é fácil. Apesar de um estado inicial de calor, o “novo normal” mostra que Mato Grosso do Sul não está preparado para o calor. E é por isso que falta água fria, ar condicionado e sombra.

O pedreiro Jorge da Silva, de 30 anos, conta que substituiu o regime para se adaptar ao calor, e que a principal substituição foi usar gelo de casa para o trabalho. “Há dias em que há sombra, mas é raro, então é preciso reaplicar gelo. “hidratou muito. Mas nossa condição física piora muito com esse calor, temos mais dores de cabeça, dores de barriga, coisas assim.

O tatuador de henna Marcelo Marques, 53 anos, também reclama da sensação térmica. “É cruel demais, mas tenho tentado beber bastante água. Nunca passei mal, mas já vi gente passando mal no ponto de ônibus devido ao calor”.

É uma onda de calor, mas é assim que parece.

Vinicius Sperling, meteorologista do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento Meteorológico e Climático), diz que não há características técnicas que possam constituir uma onda de calor em Mato Grosso do Sul nesta semana. No entanto, a temperatura média em Campo Grande é de 35°C, enquanto a média para o mês de Janeiro é de 32°C.

“Pode não ser uma onda de calor, mas esse calor influencia a vida das pessoas. As chuvas estão ficando mais frias, mas nesta semana a previsão é de muito calor e só vai esfriar um pouco até quinta-feira”, disse o meteorologista.

O El Niño tem influenciado nas temperaturas, com centro de calor no Paraguai, parte da Argentina e sudoeste de Mato Grosso do Sul. É por isso que Porto Murtinho, na fronteira de MS, tem despontado como a cidade mais quente do país. Em 2023, o município registrou calor de 43,4°C.

As ondas de calor são caracterizadas por temperaturas até 5°C acima da média, com bloqueio atmosférico e por dias, entre 3 e sete dias.

Pico de El Niño que continua até abril

O que estamos vivendo no início do ano já estava previsto através da previsão do tempo de novembro. Depois de “ferver” o país entre setembro e novembro, o El Niño atingiu o pico em dezembro. Desde então, os dias têm sido caracterizados por muito calor e menos chuva.

Conforme o Cemtec/MS, no trimestre de dezembro a fevereiro de 2024, o fenômeno El Niño, que tem contribuído para o aumento das temperaturas, atingiu sua intensidade máxima. Isso significa que as temperaturas podem aumentar ainda mais, há possibilidade de novas ondas de calor e tempestades podem ocorrer.

Espera-se um trimestre “muito mais quente do que o normal”, com temperaturas entre 40°C e 43°C em Mato Grosso do Sul, e temperaturas superiores às da primavera, que até agora tem sido caracterizada por ondas de calor intensas e constantes.

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