“Pé-de-meia” cria bolsa permanente para combater oposição ao abandono

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Por Hora do Povo Publicado em 29 de janeiro de 2024

O presidente Lula assinou, nesta sexta-feira (26), o decreto que regulamenta as bolsas de estudo para inspirar os alunos a permanecerem nas melhores escolas. O programa “Pé-de-Meia” concede uma bolsa de até R$ 9. 200 por 3 anos aos melhores alunos matriculados no Bolsa Família e matriculados na rede pública de ensino.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o incentivo passa a valer a partir de março.

Por meio do Pé-de-Meia, o aluno recebe a cada ano R$ 2 mil, divido em dez parcelas mensais R$ 200 – de março a junho e de agosto a dezembro. Ao fim de cada ano letivo, o aluno terá até um adicional de R$ 1 mil depositado, que só poderá ser sacado após a aprovação ao fim do ano. Os concluintes do 3º ano recebem ainda R$ 200 extra para a realização do Enem.

Segundo o MEC, o plano é investir R$ 7,1 bilhões por ano no programa, atendendo 2,4 milhões de estudantes. As vantagens obtidas serão depositadas em uma conta bancária da Caixa Econômica Federal na convocação do estudante.

Os incentivos estão divididos em categorias:

As situações para beneficiar da bolsa são: ter entre 14 e 24 anos; fazer parte das famílias inscritas no programa Bolsa Família no início do ano letivo; Estar matriculado em escola regular de ensino médio da rede pública de ensino. O procedimento para análise da inscrição no Pé-de-Meia e concessão dos benefícios será de responsabilidade do MEC.

Segundo o MEC, 480 mil estudantes abandonam o ensino médio a cada ano. O Pé-de-Meia é um incentivo à matrícula, à frequência, à formação continuada e, para o Enem, uma estratégia de funcionalidade estudantil e de combate à evasão. Mas quem não cumprir os requisitos, reprovar dois anos seguidos ou abandonar a escola, por exemplo, será excluído do programa.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que os recursos para o programa já estão garantidos e espera começar a pagar os alunos até o final de março. Até 2026, a Nest Egg movimentará R$ 20 bilhões.

O presidente Lula reafirmou que o objetivo do programa é evitar que os alunos abandonem a escola.

“Este é o investimento máximo ordinário que um país pode fazer. Não há nada igual. Investir em educação e cultura significa salvar uma cidade, um estado e um país”, disse Lula.

O presidente Lula disse que o termo “gasto” deve ser abandonado quando se fala em escolarização e o termo “investimento” deve ser adotado. “Nenhum país do mundo pode se expandir sem antes fazer um investimento em educação”, disse.

“Esse dinheiro que investimos em educação não deve ser gasto em presídios no futuro. Queremos dar uma possibilidade para que um jovem, por falta de visão, não permita que ele recorra às drogas, roube gasolina de sua casa para vender e comprar drogas. Estamos tentando fazer qualquer coisa antes de perder esse jovem para o crime organizado”, acrescentou o presidente.

Lula ressaltou que “houve um tempo em que quem governava este país não se importava com a escolarização” e que “mulheres e deficientes não estudavam”. O chefe do executivo mostrou-se “orgulhoso” de ser “o presidente sem carreira que colocou o maior número de jovens no ensino superior”.

“Garantir o ensino médio e toda a educação básica é fundamental para garantir a cidadania e as oportunidades. O principal objetivo dessa estratégia global que estamos construindo nas escolas é garantir dinheiro para que outros jovens permaneçam na escola e não precisem decidir entre alimentação e estudo”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.

“Imagine se perdêssemos cerca de um milhão de acadêmicos todos os anos?Garantir o acabamento do ensino médio promete produtividade, o que tem um efeito enorme no PIB brasileiro. O salário de quem conclui o ensino médio é 104% maior do que o de quem não conclui”, acrescentou Santana.

Segundo informações da Secretaria de Estado da Educação de Goiás, Evasão escolar caiu mais de 50% após inicio de programa estadual de bolsas.

Levantamento realizado com base no número de matrículas, indica que a evasão escolar diminuiu 54% entre 2018 e 2021 no ensino médio e fundamental. São iniciativas como o programa Bolsa Estudo, implantado em 2021, que repassa R$ 111,92 para cada estudante do ensino médio que tenha frequência mínima de 75% e média escolar de seis pontos que contribuiu pra queda na evasão, segundo a Secretária.

O conhecimento mostra o número de bolsistas que não solicitaram transferência ou renovaram a matrícula, que o aluno optou por não continuar os estudos e deixou de frequentar a escola.

Os indicadores mostram que em 2018 a taxa de evasão foi de 18,8%. Já em 2019, caiu para 16,4% e, em 2020, registrou apenas 8,6%. O abandono escolar, que é avaliado pelo Censo Escolar, é um indicador diferente e aponta o aluno que deixa de frequentar as aulas durante o ano letivo e retorna no ano seguinte.

Desde 2018, os números também mostram melhorias, quando 2,9% dos alunos matriculados no ensino médio desistiram. Na escola número um, o percentual era de 1,2%. Em 2021, a taxa de abandono é de 1,3% no ensino secundário e de 0,5% na escola número um.

Outra medida implementada em conjunto por meio da agência é o programa Busca Ativa: Acolher para Permanente. Para a superintendente de Gestão Estratégica e Avaliação de Resultados da Seduc, Márcia Carvalho, o alívio da evasão escolar em Goiás está diretamente relacionado aos movimentos disseminados pelo ramo nos últimos anos. “Isso é resultado de muito esforço e trabalho do Ministério da Educação por meio de políticas de combate à evasão escolar. Monitoramos mensalmente a frequência dos alunos e promovemos a busca ativa, que busca alunos com retorno pouco frequente à escola, e isso tem sido muito efetivo”, explicou.

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