Aproveitemos o Dia Mundial do Câncer para lembrar que os números dessa doença no Brasil implicam na necessidade de ações rápidas, que devem ser tomadas em conjunto, para promover a prevenção e o acesso a diagnósticos e tratamentos.
Os cânceres, juntos, respondem por mais de 700 mil novos casos por ano no país, e essa taxa vem aumentando. Ao contrário de outros lugares, a taxa de mortalidade no Brasil diminuiu.
Queremos enfrentar este desafio com rigor, oferecendo aos pacientes acesso às tecnologias com melhor relação custo-benefício. Quando falamos em rentabilidade não nos referimos necessariamente a qual é o preço máximo, mas sim ao que pode ser mais eficaz e, em última análise, mais económico, porque estamos aqui para curar as pessoas, evitando recaídas e complicações.
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Em particular, é necessário rever os métodos de diagnóstico e tratamento dos tumores mais comuns, que maximizam a vida dos brasileiros. Cito aqui os cânceres de próstata, mama, intestino, pulmão e colo do útero, sem falar nos cânceres de pele que não sejam o melanoma.
É claro que não podemos falar em prevenção, através de corridas, para melhorar, por exemplo, as taxas de vacinação contra o HPV e a hepatite, duas doenças cancerígenas. Outra abordagem seriam sistemas para combater a obesidade, uma ameaça a mais de uma dúzia de tipos de tumores. .
Da mesma forma, queremos educar a população sobre o consumo de álcool e, em particular, sobre o consumo de cigarros, fornecendo remédios para alcoólatras e fumantes.
Outro ponto importante é a pesquisa clínica. É fundamental ampliar o acesso da população aos estudos com potenciais tratamentos. Isso permitiria que pessoas com cânceres que têm poucos tratamentos disponíveis (ou que sejam disponíveis, mas ofereçam pequenas chances de sucesso) recebam terapias e estratégias inovadoras.
Colocar o Brasil mais adiante nesse caminho clínico geraria vários resultados positivos para o sistema de saúde, com oportunidades mais eficazes para tratar pacientes com câncer. Que o Dia Mundial do Câncer espalhe esta mensagem para nós.
*Fernando Maluf é oncologista da Salud Brasil, fundador do Instituto Vencer, diretor do setor de oncologia do Hospital BP Mirante e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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