De página universitária ao metaverso: os 20 anos do Facebook

Um estudante de computação na Universidade de Harvard (EUA) criou uma plataforma que mudou tudo na internet. O jovem se chamava Mark Zuckerberg. E a plataforma: Facebook, que completou 20 anos no domingo (04).

Ao longo de duas décadas, o Facebook teve uma plataforma gigantesca a ponto de impactar economias e políticas em todo o mundo, além de se tornar sinônimo de “internet” para muitos. E um filme, Oscar e tudo mais.

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Veja abaixo os destaques da trajetória da rede social, como ela chamou e “engoliu” alguns rivais:

O início

Quem já assistiu ao filme A Rede Social (2010) – dirigido por David Fincher (Clube da Luta), estrelado por Jesse Elsenberg e Andrew Garfield e trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross (Nine Inch Nails) – conhece esse componente da história. Mas vale lembrar (ou saber, para quem não viu).

Em 2004, Zuckerberg e seu amigo brasileiro (colega de classe) Eduardo Saverin lançaram a página “Thefacebook”, impulsionada pelo conceito de diretórios. Um ano depois, a plataforma perdeu o “O” e aceitou usuários de fora de Harvard. atinge um milhão de usuários.

Pouco depois, a plataforma enfrenta seu primeiro processo judicial. Os gêmeos Winklevoss, também alunos de Harvard, acusam Zuckerberg de ter roubado sua ideia de rede social para universitários. É que eles tinham contratado o colega para desenvolver o site ConnectU, que não saiu do papel. E aí apareceu o Facebook. Em 2011, os irmãos desistem do litígio e aceitam o acordo judicial proposto por Zuckerberg.

Curtidas, mensagens, linha do tempo

Três anos após surgir no ciberespaço, o Facebook ganha parte da cara de rede social que vemos em tantas outras até hoje. Isso porque ganha linha do tempo, que você pode conhecer como feed ou timeline. Na época, só dava para navegar pelo conteúdo organizado em ordem cronológica. 

Em 2009, mensagens, classificados e vídeos chegaram ao Facebook. E um botãozinho que substituiu tudo: o like. Seja para o bem ou para o mal, aqui está o ouro no pote no final do arco-íris procurado por influenciadores tão sedentos. Hoje. Compromisso.

Jogos & Apps

No mesmo ano, a plataforma incluiu jogos. Virou febre. Eles já tinham boa sorte no Orkut (Buddy Poke?), então a adoção deles aqui no Brasil foi um ajuste natural. Ele se espalhou facilmente. Você provavelmente é Farmville, por exemplo.

Nos anos seguintes, a rede social “engoliu” os aplicativos. Para se ter uma ideia, em 2012, o Facebook tinha 350 milhões de aplicativos incorporados à sua plataforma. E, sem surpresa, mais de um milhão de usuários ativos.

Instagram e WhatsApp

Você não pode lutar contra isso? Junte-se! Seguindo essa frase à risca, o Facebook comprou o Instagram por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões na cotação atual) em 2012. Na época, a rede social de compartilhamento de fotos era sua maior rival.

Dois anos depois, outra rede social vai para debaixo do guarda-chuva de Zuckerberg: o WhatsApp. O aplicativo de mensagens foi consideravelmente mais caro que o Insta. US$ 21 bilhões (R$ 105 bilhões) mais caro. É também neste período, entre 2012 e 2015, que as transmissões ao vivo (lives) começam a pipocar no Facebook.

Multas e depoimentos perante o Congresso

De 2015 para frente, o império de Zuckerberg enfrenta batalhas difíceis. Em 2018, veio a denúncia de que a empresa estadunidense Cambridge Analytica tinha extraído dados de 87 milhões de usuários do Facebook. Esses dados foram usados para espalhar propaganda política do então candidato Donald Trump em 2016. Começa aqui a coleção de fotos dos testemunhos de Mark Zuckerberg nos EUA. Na época, ele e a COO Sheryl Sandberg testemunharam no Congresso estadunidense. 

Além disso, o Information Commissioner’s Office (ICO) do Reino Unido multou o Facebook em £ 500. 000. O motivo? Usar o conhecimento do usuário e permitir que aplicativos de terceiros extraiam dados de consentimento de usuários e seus amigos entre 2007 e 2014.

Meta (e o metaverso)

Em 2021, outra atualização importante chegará ao império de Zuckerberg, que agora tinha nome: Meta, em referência ao metaverso, uma espécie de mundo virtual em que avatares tridimensionais interagem entre si. Na época, havia ceticismo em relação a isso. o conceito. Mas progrediu a ponto de “deixar o vale” no final de 2023, quando Lex Fridman entrevistou Zuckerberg no metaverso.

O progresso tem sido dispendioso. Em 2022, cerca de 11 mil trabalhadores da empresa (13% dos funcionários na época) foram demitidos. Além disso, o metaverso e a verdade virtual estão saindo de cena para dar lugar à inteligência sintética (IA). Zuckerberg sabe disso.

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba e já fez um pouco de tudo em sua carreira. Hoje trabalha no Olhar Digital, onde persegue suas duas paixões: farejar e explicar.

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