Vagner Freitas, é o presidente do Conselho Nacional do Sesi. Foi presidente da CUT entre 2012 e 2019
A proposta de concessão de bolsas para estudantes em situação de vulnerabilidade no ensino médio, recentemente sancionado pelo presidente da República, representa um marco na busca por soluções para os desafios educacionais do Brasil.
Esta iniciativa, que visa combater o abandono escolar precoce e promover a inclusão social, reflete uma política que reconhece o futuro dos jovens e a importância da escolaridade para o progresso sustentável do país.
Ao longo dos últimos anos, tem se tornado cada vez mais evidente que a evasão escolar no ensino médio é um dos maiores obstáculos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil.
A evasão escolar precoce é incomum no Brasil, como atesta pesquisa realizada por meio do Sesi/Senai (Serviço Social da Indústria/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em colaboração com o Instituto de Pesquisas FSB. Após os 16 anos, apenas 15% vão para a escola.
Dos que não estão estudando, 57% disseram que abandonaram as categorias porque não conseguiram. O desejo de pintar é o principal motivo (47%) para a interrupção dos estudos.
Neste contexto, a política de bolsas parece ser uma medida vanguardista e assertiva para enfrentar este desafio. Ao oferecer um incentivo monetário para que os alunos permaneçam na escola, o programa não só combate as taxas de abandono escolar, mas também incentiva a escolarização adicional e a continuação da escolaridade. , abrindo as portas para um futuro melhor para milhões de jovens em todo o país.
O preço da bolsa, que pode chegar a até R$ 3 mil por ano para o estudante, é um investimento significativo, mas os benefícios a longo prazo são incalculáveis. Além de reduzir a evasão escolar, o programa tem potencial para impactar positivamente outras esferas da sociedade.
Uma das maiores facetas deste programa é a sua abrangência. Estima-se que aproximadamente 2,4 milhões de bolsistas inscritos no Cadastro Único, além de 170 mil bolsistas da Educação de Jovens e Adultos (YEJA), serão elegíveis para as bolsas.
Essa política abrangente garante que o programa chegue àqueles que mais precisam de oportunidades educacionais.
Além disso, para os estudantes que fizerem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o governo também oferecerá um bônus de R$ 200. Ao final do ensino fundamental, os alunos receberão um total de R$ 9,2 mil como incentivo. Essa é uma estratégia inteligente para inspirá-los a se preparar para o longo prazo e buscar novas oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público de qualidade no Brasil e o programa Pé de Meia vai inspirar acadêmicos a se dedicarem aos estudos e se inscreverem no exame.
Não há prejuízo em fazer um investimento em educação.
O custo do projeto, estimado em R$ 20 bilhões até 2026, é substancial, mas os investimentos em educação são essenciais para o desenvolvimento de qualquer país.
É preciso reconhecer que a educação é um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e próspera e que investir na formação e no desenvolvimento dos jovens é investir no futuro do Brasil.
É fundamental ressaltar que o programa não é a única solução para todas as situações exigentes enfrentadas pelo sistema escolar brasileiro. Questões estruturais, como a qualidade do ensino, a formação dos instrutores e a disponibilidade de recursos suficientes, também precisam ser abordadas de forma abrangente. e sistemática. No entanto, o programa de bolsas de estudo é um passo vital na direção certa.
Por último, importa referir que esta iniciativa não é apenas um programa de assistência social, mas um compromisso sério e estratégico com o progresso humano e económico do país.
Ao garantir que todos os jovens tenham uma educação de qualidade, estamos lançando as bases para uma sociedade mais inclusiva, equivalente e sustentável, onde todos tenham a oportunidade de ter sucesso em seu pleno futuro e contribuir para o progresso do país.
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