A colheita da soja do ciclo 2023-2024 já começou em Mato Grosso do Sul. Agricultores da região sul do Estado já colocaram as colheitadeiras no campo e já contabilizam os primeiros números da safra deste ano. A colheita ainda é tímida – cerca de 2% da área plantada na região – que é tradicional produtora de grãos no Estado.
A coluna Lado Rural conversou sobre a colheita com o presidente do Sindicato Rural de Douradina (MS), Cláudio Pradella, município que iniciou a colheita da soja no estado. Para o dirigente sindical, as colheitas devem avançar ainda mais a partir de 20 de janeiro. No entanto, ele acrescentou que a falta de chuvas e o alto calor registrado nas demais fases de crescimento da planta podem afetar a produtividade. Os resultados iniciais na região mostram que a cultura rendeu em média 40 sacas por hectare.
O município de Douradina, segundo o engenheiro agrônomo Haroldo Pradella, plantou cerca de 17 mil hectares de soja este ano. A região sul do Estado, segundo o Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), engloba os municípios de Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti.
Segundo Cláudio Pradella, praticamente toda a região sul já tem máquinas trabalhando na colheita da soja, ainda que seja apenas numa “beiradinha”. Esses agricultores plantaram logo após o fim do vazio sanitário, no dia 15 de setembro.
A estimativa para Mato Grosso do Sul é que a safra seja 6,5% superior ao ciclo passado (2022/2023), chegando a 4,2 milhões de hectares, com produtividade estimada de 54 sacas por hectare, o que pode se traduzir em uma produção de apenas 13,8 milhões de toneladas. É o que esperamos da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
Condições das lavouras
Como resultado do monitoramento de pragas realizado através de Siga-MS, observou-se baixa ocorrência de plantas daninhas ácidas, milho equino e tiguera na região sul. Entre pragas e doenças, observou-se pequena infestação de insetos marrons.
De acordo com o boletim Siga-MS, publicado em 9 de janeiro deste ano, atualmente a maior parte das lavouras da região Sul está em boas condições e pode atingir o potencial máximo de produção. Devido às más condições climáticas, o plantio da soja foi tecnicamente concluído e com 3 semanas de atraso, sendo prorrogado até este sábado, dia 13.
Óxido asiático
Até agora. Mato Grosso do Sul registrou 6 ocorrências de ferrugem asiática, quatro em Laguna Carapã, uma em Iguatemi e uma em Naviraí, na região sudoeste do estado. A doença disparou no Paraná, com casos recentes, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 37.
Segundo o mapa de dispersão do Consórcio Antiferrugem, administrado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a doença já espalhou-se por 7 estados brasileiros, totalizando 148 ocorrências. No ciclo passado, o Brasil registrou 295 casos, tendo o Mato Grosso do Sul ficado em segundo lugar, com 57 casos, atrás apenas do Paraná, com 83.
Se não controlada, a ferrugem-asiática pode comprometer até 90% da produtividade da soja.