Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai ficar preso por tempo indeterminado. A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi anunciada na sexta-feira (9).
Costa Neto foi uma das outras quatro pessoas presas na megaoperação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), apresentada nesta quinta-feira (8), que investiga a organização criminosa bolsonarista que planejou uma tentativa de golpe de Estado. Estado no Brasil.
O presidente do PL é o único preso por porte ilegal de armas e por posse de uma pepita de ouro do garimpo ilegal, ele era investigado por tentativa de golpe de Estado.
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Em 2022, o De Olho nos Ruralistas revelou os motivos pelos quais Costa Neto tirou a pepita de ouro dele e as interações do político com uma organização de empresários holandeses.
Essa organização de corporações foi condenada por participação em esquemas de pirâmide e tráfico de drogas no exterior, tendo o presidente do PL como seu representante no Brasil.
De acordo com a investigação do site, Costa Neto atua como empresário na Amazônia e mantém uma rede de conexões inclui vínculos corporativos com Jonivaldo Mota Campos, um proeminente líder de garimpeiros no Amazonas.
As pepitas de ouro descobertas por meio da PF durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de Costa Neto estão ligadas à ampla e insistente defesa do garimpo ilegal de Bolsonaro durante seu governo.
O garimpo ilegal está diretamente associado ao comércio ilegal de ouro. O próprio ex-presidente Bolsonaro já admitiu ter sido garimpeiro anteriormente.
A história da pepita de ouro de Costa Neto pode ser encontrada no arquivo “As Veias Abertas”, documento que esclarece a datação entre determinados movimentos políticos e movimentos de Costa Neto semelhantes ao ouro de origem ilícita.
Valdemar Costa Neto, incentivado pelo pai Waldemar, fundou a VCN Mineração em 1996, mas foi condenado em 2021 por desfigurar um domínio de 28 campos de futebol em São Paulo.
Antes da morte do pai, em 2000, transferiu a propriedade de Itacoatiara para a empresa. No mesmo ano, vendeu a Agropecuária Patauá para a Reflorestadora Holanda, dirigida por Francisco Jonivaldo Mota Campos, ligada à Eco Brasil B. V. e um apoiador de Bolsonaro.
Sócios da Reflorestadora foram investigados por tráfico de drogas em 2011, mas não condenados.
O PL, por meio de integrantes como o candidato derrotado em 2022, Rodrigo Cataratas, empresário de Roraima, apoiador de Bolsonaro e integrante do “Movimento Garimpo É Legal”, tem ligação com o garimpo ilegal na terra indígena Yanomami.
Cataratas, que teve helicópteros apreendidos por meio da PF, se beneficiou de um contrato do governo durante o governo Bolsonaro para poços artesianos na área, e chegou a ser preso na Justiça Federal por financiar garimpo ilegal.
O garimpo ilegal, atividade conhecida por seus significativos impactos ambientais, tem sido central em ações violentas, incluindo homicídios e potenciais genocídios, direcionados contra comunidades indígenas, como os Yanomami.
No Congresso Nacional, a defesa dessa atividade ilícita é defendida por meio dos parlamentares de Bolsonaro. Em 2022, a bancada do Garimpo no Congresso Nacional é composta pelos deputados federais Antônio Doido (MDB-PA), José Medeiros (PL-MT), Joaquim Passarinho (PL-PA), delegado Eder Mauro (PL-PA), Hugo Leal (PSD-RJ), Silas Câmara (Republicanos-AM), Nicoletti (União-RR), José Priante (MDB-PA), Euclydes Pettersen (PSC-MG) e Ricardo Salles (PL-SP), este último ministro do Meio Ambiente no governo passado.
O mandato de Silas Câmara foi cassado em janeiro por meio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) do Amazonas, onde Valdemar Costa Neto tem seu sócio mineiro.
No Senado, a lista é completada por Wilder Morais (PL-GO), Davi Alcolumbre (União-AP), Wellington Fagundes (PL-MT), Zequinha Marinho (PL-PA), Jaime Bagattoli (PL-RO), que tem uma fazenda em terras indígenas, e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Em um vídeo de 2022 feito por meio do De Olho nos Ruralistas, intitulado “A Bancada do Garimpo”, é destacada a interseção entre a política de extrema-direita e a mineração.