PF cumpre mandados de prisão em Campo Grande como parte da investigação sobre a libertação do ‘chefe do PCC’

Nesta quinta-feira (8), o desembargador Divoncir Schreiner Maran é alvo de operação da Polícia Federal, com a Receita Federal. O motivo da operação seria a liberdade garantida ao ‘chefão do PCC’, Gerson Palermo, em 2020.

Segundo dados apresentados pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o tribunal é alvo da operação. Os grupos expediram um mandado de prisão na sala de audiências do prédio do TJ.

Uma residência no bairro Cidade Jardim também foi alvo de cumprimento de mandado. No local, os policiais federais apreenderam documentos e permaneceram por aproximadamente três horas. Comissão da OAB acompanhou a ação.

Em nota, a PF informou que a Operação Tiradentes investiga os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos por meio de membro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com a execução de nove mandados de busca e apreensão, judiciais até por meio do Tribunal Superior. da Justiça de Mato Grosso do Sul. Justiça.

Essas ordens foram executadas em Campo Grande e Bonito. La resolução também proibiu o usuário acusado de acessar as dependências do TJMS, em qualquer de suas sedes, bem como de se comunicar com as instalações dos funcionários, diretamente ou por meio de intermediário, sob pena de prisão preventiva.

A investigação, apoiada pela Receita Federal, começou com as consequências da decisão do juiz de soltar Gerson Palermo.

Palermo está foragido há 3 anos. Em 23 de abril de 2020, o Inspetor Nacional de Justiça, Ministro Humberto Martins, emitiu pedido de providência para apurar o habeas corpus que concedeu a detenção espacial de Palermo, concedida por meio do Divoncir.

Demorou 8 horas após sua soltura para efetivamente quebrar a tornozeleira eletrônica e ser considerado foragido. Em seguida, o ministro decidiu que a resolução merece ser avaliada como um pedido de ação, perante o CNJ (Órgão Nacional de Justiça) como aspecto ativo e o julgamento da culpa pelo HC como aspecto passivo.

Assim, intimou-se a fornecer dados sobre os fatos. Em dezembro de 2023, a autorização de saída foi concedida por meio da Justiça Federal. Acredita-se que Palermo esteja ligado à execução de Jorge Rafaat, em junho de 2016.

A decisão do alvará de soltura foi publicada no dia 28 de novembro de 2023 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, pelo desembargador Mauricio Kato. Além de Palermo, também receberam o alvará de soltura: Ezio Guimarães dos Santos, João Leandro Siqueira Oswaldo Inácio Barboza.

Uma troca verbal interceptada entre Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP no Presídio Federal de Porto Velho destacou a participação de Gerson Palermo, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), na execução de Jorge Rafaat em junho de 2016, quando foi assassinado a tiros .

A conversa interceptada foi em julho de 2016 e o relato foi registrado pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Beira-Mar e VP são apontados como líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho), e os áudios captados foram logo após a execução de Rafaat.

Gerson Palermo teve sua liberdade concedida em abril de 2020, com o uso de tornozeleira eletrônica, mas acabou quebrando o equipamento, fugindo e, desde então, está foragido. Após a fuga foi instaurado procedimento para apurar o habeas corpus concedido a Palermo.

Na troca verbal entre os dois homens, é dito que a execução de Rafaat foi atribuída à facção paulista, mas, na realidade, o envolvido na morte do líder fronteiriço seria um “siciliano”, que estaria no mesmo patamar de Gerson. Palermo, segundo o portal UOL.

Em uma das conversas, Fernandinho Beira-Mar diz: “Samura [Jorge Teófilo Samúdio González, líder do Comando Vermelho preso desde março de 2021] me contou como Array disse a bagunça cinematográfica. Eles [Palermo e seus associados] seguiram essa atitude, no entanto, os outros integrantes do 15º [referindo-se ao PCC] ocuparam o centro do palco. “

Marcinho responde que quando conheceu Rafaat, estava promovendo pneus e que não era criminoso. “Rafaat, quando cheguei [ao Paraguai], nem era criminoso. Trabalhou no ramo de pneus. Mas tinha sede de poder. E depois de puxar uma corrente ali, ele ficou incapaz de dominar. Incomodava os outros sem poder cobrar pedágio. Eu não tinha inimizade com ele, não. Mas a postura dele era a de um [inimigo] alemão.

Ainda de acordo com conversas interceptadas, Beira-Mar afirma não ter nada contra Palermo, porque o respeita. “Cara, aqui está a coisa. Não tenho nada contra ele. Ele me reputava e tudo mais, quando eu estava lá. Mas aqui está: ele é comerciante, trabalha com quem compra dele. Se são 15 [referindo-se ao PCC], não importa quem. Ele trabalha, mas a informação que eu tinha é que ele está com o Siciliano e algum outro S [Sérgio Lima dos Santos, condenado a 35 anos de prisão pelo assassinato de Rafaat]. Eles estavam lá e foram parar lá, sabe?” Ele mostra as conversas publicadas pelo Portal UOL.

Beira-Mar ainda fala que a fronteira está tomada. “Lá [na fronteira entre Brasil e Paraguai], agora, tá o seguinte (…). Tem muita gente lá. Brasileiro lá tá igual mato. Tá, tipo assim, tem muito amigo nosso que tá (…). [O Siciliano está] morando lá muito mesmo e, fora nós [Comando Vermelho], deles tem muito lá. Mas é muito grande. Então, dá pra todo mundo viver lá. Cada um na sua lá, tá ligado?”

A conversa encerra quando Beira-Mar fala que o PCC levou a fama pela execução de Rafat. “O que chegou pra gente é que ele se uniu com o S [Sérgio Lima dos Santos] e o Siciliano tomaram essa atitude. Mas quem levou a fama foi o pessoal do 15 [PCC], entendeu? Quem ganhou a fama de ter feito foi o pessoal do 15”.

Foto: Execução dos mandatos em Campo Grande (Nathallia Alcântara, Midiamax)

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