Apenas uma das 79 câmaras do estado elegeu mais do que homens

Uma pesquisa realizada pelo Correio do Estado no portal do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) revelou que a baixa reprovação das mulheres na política brasileira também se reflete na distribuição de gênero nas cadeiras de vereadores nos 79 municípios do estado.

De acordo com a consulta realizada sobre os efeitos das eleições de 2020, apenas um dos 79 conselhos municipais de Mato Grosso do Sul – o de Brasilândia – elegeu mais mulheres do que homens, enquanto as câmaras legislativas de seis municípios – Aquidauana, Batayporã, Maracaju , Naviraí, Pedro Gomes e Sete Quedas – elegeram uma mulher nas eleições realizadas há 4 anos.

No caso da Brasilândia, das nove vereadoras, cinco eram mulheres: Marcia Regina do Amaral Schio, Aurieneia de Almeida Halsback, Patrícia Costa Jardim, Maria Jovelina da Silva e Selma de Souza Alquaz Silva. Do total de 847 vereadores eleitos em 2020, 164 eram mulheres, ou 19,36%, enquanto 683 eram homens, ou 80,64%.

Segundo levantamento do Correio do Estado, nas maiores cidades de Mato Grosso do Sul, como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá, a participação feminina é muito baixa, principalmente na capital, que elegeu apenas uma, entre 29 deputadas, uma mulher: Camila Jara, que acabou sendo substituída pela colega de partido Luiza Ribeiro após vencer as eleições como deputada federal.

O mesmo aconteceu em Corumbá, onde, de 15 vereadoras, apenas uma mulher foi eleita – Raquel Anani da Solva Bryk – enquanto em Dourados, de 19 vereadoras, apenas 4 mulheres foram eleitas – Maria Imaculada Nogueira, Liandra Ana Brambilla, Creusimar. Barbosa da Silva e Daniela Weiler Wagner.

Em Lagoas, dos 17 vereadores, cinco foram eleitos – Evalda dos Reis Ferreira, Sirlene dos Santos Pereira, Marisa Andrade Rocha, Charlene Santana Bortoleto e Sayuri Ahagon Baez – e em Ponta Porã, dos 17 vereadores, 4 foram eleitos. – Kamila Alvarenga González, Ángela Gamarra Rodrigues Derzi, Maria de Lourdes Monteiro Godoy e Neli Aparecida Souza Abdulahad.

Além disso, em outros 24 municípios – Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Aparecida do Taboado, Bandeirantes, Bataguassu, Caarapó, Camapuã, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Fátima do Sul, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Japorã, Laguna Carapã, Mundo Novo, Paranaíba, Paraíso das Águas, Selvíria, Tacuru, Taquarussu, Terenos e Vicentina – apenas uma mulher é eleita para os respectivos conselhos municipais.

Embora 2018 tenha marcado a definição de mais incentivos legais para as mulheres participarem da política institucional, esses números não aumentaram significativamente.

A alta chegou a 19,36% em nível estadual. Para as eleições municipais deste ano, os recentes ajustes legislativos incluem a destinação obrigatória de 30% do orçamento eleitoral por meio dos partidos para campanhas femininas e o mesmo percentual do tempo de propaganda destinado a candidatas mulheres no rádio e na televisão.

Enquanto a Câmara dos Deputados debate a anistia de multas aplicadas a partidos que não respeitaram as eleições por cotas de gênero, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acelera sanções em casos de fraude. Com base nas 51 decisões envolvendo candidatos laranjas na eleição de 2020, pelo menos 42 decisões resultaram na retirada de listas inteiras de vereadores, ou 82% das instâncias, chegando a 101 candidatos.

O ponto antecipa quais serão os próximos passos para 2024, quando o tribunal tomará medidas rigorosas para coibir essa prática.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, devido a irregularidades nas eleições de 2022, o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) perdeu o mandato porque o partido fraudou a cota de gênero, mostrando que a Justiça Eleitoral está mais vigilante, caso se tente a ilegalidade nas eleições deste ano.

O estímulo à participação feminina por meio da cota de gênero está previsto na legislação brasileira há 26 anos, mais especificamente no artigo 10, parágrafo 3º, da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). 

Pela legislação, cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo, nas eleições para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, assembleias legislativas e câmaras municipais.

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), tem em mãos a força para alterar o calendário do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em matéria econômica.

Integrantes do governo e aliados do líder do meio, no entanto, disseram que ele não usaria sistemas explosivos para minar o cronograma do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O risco de Lira acionar um pacote de votações de projetos que aumentem as despesas ou retirem receitas do Executivo entrou no radar após o clima de tensão em Brasília que marcou o seu discurso, na semana passada, durante a abertura dos trabalhos legislativos deste ano.

Lira cobrou que o governo federal cumpra os acordos firmados e disse que o orçamento só pode ser elaborado exclusivamente por meio do Executivo.

A opção por uma indicação polêmica com o presidente da Câmara lembra os petistas da reta final do governo de Dilma Rousseff (PT).

Nessa ocasião, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (então MDB-RJ), instaurou uma guerra contra o Planalto, aos problemas eleitorais que colocavam em risco a estabilidade fiscal do país, o que acabou sendo descrito como uma agenda bombástica. .

Interlocutores de Lira disseram que sua estratégia é adotar um tom beligerante na agenda econômica.

Acredita-se que Lira atuará caso a caso e que o clima de tensão, na prática, pode acabar ampliando seu poder de barganha.

Se por um lado medidas econômicas impopulares enviadas pelo governo ao Congresso aumentariam a pressão dos deputados sobre Lira, por outro, quando o governo precisar, ele teria mais poder de negociação para tentar fazer seu sucessor no comando da Câmara.

Desde que fez campanha para a eleição como presidente da Câmara, Lira tem buscado se identificar como um interlocutor de confiança do mercado financeiro e do mundo dos negócios e deixará o cargo com agendas explosivas que comprometeriam a trajetória da recuperação econômica, disseram seus familiares ouvidos pela reportagem.

Pelo menos 3 agendas econômicas são vitais para o Governo com um primeiro remédio na Câmara: a negociação da MP (medida provisória) para a recuperação da massa salarial, a regulamentação da reforma tributária e, se necessário, o projeto de modificação da meta do déficit. 0 contas públicas em 2024.

Aliados de Lira afirmam nos bastidores que é errada a visão de que o presidente da Câmara entregou os principais projetos da pauta econômica ao governo no primeiro ano do terceiro mandato de Lula e que agora estaria sem força para negociar.

Em 2023, o Congresso Nacional aprovou a pauta do governo, acrescentando a votação do novo marco fiscal, da tão esperada reforma tributária e de medidas tributárias para aumentar a arrecadação.

Lira teve um encontro com Lula na sexta-feira (9), no Palácio da Alvorada, o primeiro desde o estremecimento das relações —que teve início nos últimos dias do ano passado.

No entanto, a trégua selada após uma reunião com o presidente Lula é considerada frágil e pode ceder se os acordos forem respeitáveis e se houver uma tentativa do governo de antecipar o processo sucessório na Câmara.

Lira e seus aliados estão insatisfeitos com uma série de movimentações do governo Lula, basicamente o veto deste ano ao dispositivo da LDO (Lei de Orientação Orçamentária) que estabelece um cronograma para o pagamento de emendas parlamentares; o alívio de R$ 5,6 em mudanças de comissão; Além da edição do deputado que restabeleceu a massa salarial e descartou a Pérsia, um programa para o setor de ocasião amplamente defendido por Lira e pelos deputados do meio.

O fim da Pérsia é uma medida que Haddad quer aumentar a sua fonte de rendimentos e reduzir a necessidade de um bloqueio orçamental em 2024.

Para o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), o corte das emendas quebrou acordo feito com a articulação política, mas o mais urgente agora é garantir a aprovação do cronograma de pagamento das emendas parlamentares, com a derrubada do veto.

O parlamentar reclamou da emissão do novo cargo do deputado na véspera de Ano Novo, apesar da recomendação dada a Haddad para não dar esse passo, ao contrário do que foi aprovado pelo Congresso.

O relator argumenta que Lira, mesmo diante das tentativas de levar adiante o processo sucessório, ainda tem força para atrapalhar os planos do governo caso o clima de animosidade retorne.

“O presidente Lira terá que ser tratado com a força e o dever que tem. Não pode ser um animal ferido”, disse. Entre o corredor do Plenário e a Faria Lima, escolha o primeiro”, diz.

A assembleia em Alvorada amenizou parte da animosidade, com Lula prometendo um canal direto com Lira a partir de agora, por meio do telefone de um de seus auxiliares.

Além disso, ficou acordado que a comunicação institucional entre o Governo e a Câmara será tratada através do ministro Rui Costa (Casa Civil).

“O meu é que Lira ainda tem muito poder de negociação no calendário econômico e é uma convocação capaz de prejudicar o calendário econômico do governo, que ainda é muito delicado em questões fiscais e fiscais”, diz o cientista político e cônjuge de Tendências. Consultoria. Rafael Cortés.

Segundo ele, o Governo poderá tentar substituir a fonte de rendimento e o imposto sobre a fortuna este ano e não haverá possibilidade de progresso nesta área se o presidente da Câmara não estiver disposto a negociar.

“Acreditar que o governo poderia simplesmente adotar uma estratégia de tensão com a lira e tentar isolá-la, me parece que seria precipitado e poderia ter uma situação mais complicada do que a atual”, disse Cortez.

Ele ressalta que não é que Lula tenha seguido uma atitude muito mais cautelosa e não tenha apertado seu controle após a denúncia do presidente da Câmara.

As prioridades no campo econômico também são o projeto de lei do plano de progressão regional para o Centro-Oeste, a Amazônia e o Nordeste, além de medidas para gerar créditos e financiar o crescimento.

O governo Lula também prioriza temas semelhantes à transição ecológica, como o programa Mobilidade Verde e Inovação, a conta do mercado de carbono e o programa Combustível do Futuro.

Líderes do governo no Congresso reconhecem nos bastidores que Lira teria poder para bloquear a pauta prioritária do Planalto e também para incomodar a equipe de Lula com medidas de aumento da arrecadação.

Porém, dizem que não, esse é o caminho que Lira seguirá, mesmo em tempos de crise com o Planalto. Um dirigente destacou que o presidente da Câmara continuará negociando, já que mantém benefícios para os próprios deputados.

E o governo também estará na mesa de negociação com o grupo de Lira, respondendo a demandas desde que façam parte de um acordo.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) desfilou, neste domingo, na escola de samba Grande Rio, que passou pela Sapucaí com o enredo “Nosso destino é ser onça”.

No ano passado, Soraya viralizou nas redes sociais ao dizer no debate presidencial que em Mato Grosso do Sul as mulheres estavam virando onças e que ela era uma das mulheres.

No Grande Rio, que trouxe o tema onça para a avenida, o senador desfilou o quadro e, nas redes sociais, postou uma foto com a rainha do tambor, Paolla Oliveira.

“Que desfile maravilhoso da Grande Rio com a rainha Paolla Oliveira representando todas as onças desse país”, postou.

Em entrevista a Veja, Soraya disse que é a primeira vez que desfila no sambódromo do Rio de Janeiro e enfatizou que se identificou com o tema.

“É uma grande emoção”, disse ele.

O senador ressaltou que o Carnaval de Mato Grosso do Sul segue crescendo.

“No meu estado, o carnaval ainda é muito pequeno. Tentei fazê-lo com alterações. [O Carnaval] gera lucro e é o maior show do mundo”, disse.

A trama da Grande Rio é incentivada através do e-book “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa, no qual ele “reconstrói” o mito tupinambá da criação do mundo. O desfile destaca mitos indígenas e símbolos do felino, símbolo da vida selvagem brasileira na cultura do país.

Durante o debate presidencial do ano passado, organizado pela Band Uol em 28 de outubro, a senadora Soraya Thronicke, então candidata à Presidência pela União Brasil, disse que eles viraram onças ao criticar o candidato Jair Bolsonaro, após este insultar a jornalista Vera Magalhães.

“Quando os homens fazem chutchuca com outros homens e nos atacam como tigres, eu me sinto incrivelmente desconfortável. Eu fico com raiva. E eu te digo, no meu estado tem quem vira onça, e eu sou onça. eles”, disse o senador.

Naquela época, havia planos de refazer a novela Pantanal, em que o personagem de Juma Marruá se transformava em onça.

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