Agronegócio de Mato Grosso do Sul teve 10 à beira da falência em 2023

Apesar de ser um dos segmentos mais importantes da economia de Mato Grosso do Sul, o agronegócio local notou um aumento no número de pedidos de recuperação judicial (RJ) no último ano. Segundo levantamento da Serasa Experian, em 2023, 10 fabricantes que atuam separadamente no estado entraram na Justiça para pedir falência.

O conhecimento mostra que, em um período de 12 meses, os pedidos passaram de 0 em 2022 para 10 pedidos de cobrança judicial em 2023 registrados no estado. Segundo a Serasa, em 2021, um empresário utilizou o recurso.

Em estudo sobre o panorama, Staney Barbosa Melo, economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG) aponta que os RJs apresentados causam menos medo por causa do volume e mais pelo momento econômico que refletem.

Para o chefe de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, a expansão dos RJs já era esperada. Segundo ele, o mais provável é que se busque reparação judicial nesse mercado.

“Os problemas climáticos, que ocasionaram lavouras em diversas regiões e maiores desafios de controle, bem como o cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, não têm contribuído para a criação de estabilidade monetária no campo”, enfatiza.

Segundo Melo, há também o cenário de juros máximos no país, que limita e encarece o crédito rural, afetando diretamente a capacidade dos industriais rurais de usar as ferramentas monetárias disponíveis para cobrir seus compromissos mais urgentes.

“Os dados nos mostram exatamente esse fato complicado que a agricultura está enfrentando. Enquanto a maioria dos fabricantes está se segurando, investindo no longo prazo e gerenciando estrategicamente seus custos de financiamento, os números confirmam que o número de fabricantes à beira da insolvência está aumentando”, diz o economista.

Para contrariar a situação, Melo alerta que a continuidade e o planeamento podem tornar-se, de forma sistémica, um indicador a ter em conta na investigação de crédito através de bancos ou credores. “Isso pode complicar ainda mais a vida dos produtores rurais, uma vez que a estabilidade dessas demandas é indicativa de situações complexas de demanda dentro do setor”, afirma.

Verificando a instabilidade, com destaque para a pecuária no MS, conhecimento da Corretora Granos revela que a média cotada em fevereiro deste ano para a arroba bovina no estado (R$ 216,21) registrou para o mês o menor valor dos últimos 4 anos. Formação

Em 2021, por exemplo, a arroba era negociada pelo preço médio de R$ 267,08 no mercado físico de Mato Grosso do Sul. Já no mês passado, a média ficou em R$ 216,21, pior resultado desde 2020, quando o gado era comercializado a R$ 168,20.

A título de comparação, se analisarmos os Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJ) dos Estados-membros, somente até meados do ano passado, segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), com conhecimento de falências, cobranças, cartas de apresentação judicial e cível, foram registrados 31 pedidos de recuperação judicial e 38 processos falimentares no setor publicitário e rural.

Carlos Henrique Santana, advogado especializado em reestruturações e concordatas, acredita que existe sim um cenário.

No país, os pedidos de recuperação judicial também são uma realidade para os produtores rurais individuais, com aumento de mais de seis vezes entre 2023 e 2022 e salto no último trimestre do ano passado, quando os efeitos da seca nas lavouras de soja podem mal ser verificado.

Foram registrados 127 RJs no Brasil em 2023, contra apenas 20 pedidos no ano passado, um aumento de 535%. No quarto trimestre, a Serasa registrou 47 pedidos, o que, após a comparação anterior, indica um aumento de mais de 10 vezes.

Além das colheitas fracas, os produtores de grãos como soja e milho enfrentam preços mais baixos, o que afetou a rentabilidade do setor.

“Quando relativizamos a quantidade de recuperações judiciais solicitadas versus milhões de pessoas que exercem atividade ligada ao agro, o número de recuperações judiciais parece pequeno. Mas a velocidade em que essas solicitações vêm crescendo trimestre a trimestre é preocupante”, comenta Pimenta.

No mês passado, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) afirmou ver com apreensão o aumento de RJs de agricultores no País, acrescentando que a situação pode comprometer a execução de contratos de grãos.

A procura dos agricultores por cobertura legal também pode prejudicar a capacidade dos comerciantes de implementarem os seus sistemas de exportação se os bens comercializados forem entregues.

A Serasa afirma que os produtores rurais que mais buscaram a recuperação judicial foram aqueles que tinham as maiores áreas plantadas com soja.

Em segundo lugar, vieram aqueles que tinham áreas de pastagem e, depois, os cafeicultores.

O advogado Carlos Henrique Santana esclarece que a Lei de Recuperação e Falência (Lei nº 11. 101/2005) se aplica aos fabricantes rurais que exercem atividades publicitárias.

“Isso significa que produtores rurais que atuam de forma empresarial, ou seja, que desenvolvem suas atividades com intuito de lucro e organização empresarial, podem recorrer à recuperação judicial em caso de dificuldades financeiras”, esclarece.

Ele ainda pontua que a aplicação da lei aos produtores rurais empresariais é importante para garantir que eles tenham acesso a ferramentas legais, a fim de reestruturarem suas dívidas e tentarem viabilizar a continuidade de suas operações.

“No entanto, é fundamental destacar que a lei tem especificidades ou aspectos que devem ser considerados no contexto individual. Assim, é recomendável que os produtores rurais busquem orientação jurídica especializada, para entender como a lei se aplica as suas circunstâncias específicas”, conclui.

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Em nota ao Valor, a Febraban destacou a transparência que a nova abordagem traz, mas sob pressão de que “continuará com as discussões técnicas, para respostas estruturais que tratem das razões do ainda principal ponto de interesse, com vistas a reequilibrar o importante instrumento de financiamento “consumo no Brasil, com maior transparência e efetiva e sustentável desoneração das taxas de juros”.

A proposta é mostrar a proporção dos juros cobrados em relação ao valor inicial da dívida. O índice será divulgado mensalmente.

Segundo a Abranet, os dados de janeiro deste ano “já refletem um alívio nas taxas de juros cobradas dos consumidores”. Além disso, segundo a associação, a portabilidade das dívidas com cartão, “que dará aos consumidores poder de barganha, com a perspectiva de ser um dos principais motivos para a redução das taxas de juros, o prolongamento do festival e a redução dos juros cobrados no cartão rotativo de forma estrutural e sustentável”. Só vai começar no próximo mês de julho. “

“A Abranet e suas afiliadas aguardam a mensuração do conhecimento sobre a queda das taxas de juros nos próximos meses e, principalmente, o início da portabilidade das dívidas com cartão, que efetivamente trará efeitos aos milhões de consumidores que hoje, ao acessar o rotativo do cartão de crédito, não têm poder de barganha (só podem pagar para negociar com o banco que emitiu o cartão) Seguimos atentos aos sinais e medidas regulatórias em prol de maior celebração e transparência, e a favor da manutenção e fomento do poder de compra. dos brasileiros”, disse a Abranet em nota.

Cinco frigoríficos de Mato Grosso do Sul foram autorizados a exportar carne para a China. No Brasil, 38 novas oficinas incruentas estão em operação.

O anúncio foi feito por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta terça-feira (12), após uma comunicação por meio da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC).

No Estado, todos os habilitados são abatedouros bovinos, sendo:

A última Carta de Conjuntura do Setor Externo, com dados de janeiro e fevereiro de 2024, divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) aponta que as exportações de carne bovina cresceram 2,9% neste bimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram exportadas 36.179 toneladas de carne bovina neste ano, enquanto no primeiro bimestre de 2023 foram 35.173 toneladas. 

Em dinheiro, as exportações de carne bovina neste ano somaram US$ 172.065.903, enquanto nos dois primeiros meses do ano passado a soma foi de US$ 167.138.122.

Quanto às novas fábricas, o Mapa diz que algumas das instalações qualificadas foram auditadas remotamente em janeiro deste ano, enquanto outras ganharam uma avaliação presencial em dezembro do ano passado.

Em todas as avaliações, as equipes técnicas chinesas foram recebidas e acompanhadas por representadas do Mapa.

Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a habilitação das novas unidades é um momento importante para os dois países.

“A China que vai receber carnes de qualidade com preços competitivos, garantindo produtos a sua população, e ao Brasil a certeza de geração de emprego, oportunidade e crescimento da economia brasileira. É um dia histórico na relação comercial Brasil-China, um dia histórico para nossa agropecuária”, declarou.

Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carne do Brasil, mais de US$ 8,2 bilhões, segundo o Mapa.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, afirma que este é o maior número de títulos emitidos na história. “Continuaremos trabalhando para ampliar a lista de estabelecimentos exportadores”, destacou.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destaca que esse resultado histórico demonstra a popularidade da qualidade, credibilidade e aceitação do trabalho de defesa agropecuária do Brasil.

Até o início de março deste ano, o Brasil tinha 106 fábricas autorizadas para a China, totalizando 47 aves, 41 bovinos, 17 suínos e 1 jumento.

O Correio do Estado entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para saber o número total de frigoríficos de Mato Grosos do Sul habilitados para exportar carnes a China, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

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