Os recursos do PAC Novas Escolas, do Governo Federal, podem resolver um desafio crônico em Mato Grosso do Sul: a falta de maternidades e, sobretudo, de casas de parto à base de plantas. Os recursos anunciados nesta semana verificam que 3 localidades do estado devem ser incluídas nos investimentos.
Segundo a Casa Civil, Corumbá vai conseguir recursos do PAC Seleções para a estruturação de uma CPN (Centro de Parto Normal), conforme solicitado no passado. Além disso, Campo Grande e Dourados obtêm recursos para quadros de maternidade de NPCs.
De janeiro a dezembro do ano passado, 40,4 mil crianças pequenas nasceram em Mato Grosso do Sul, das quais apenas 14,7 mil foram de parto natural. Dados do Ministério da Saúde mostram uma verdade no estado, a falta de centros especializados para parto geral e a ameaça de falta de assistência e violência obstétrica a que as mulheres estão submetidas.
Mato Grosso do Sul tinha apenas uma casa de parto de fitoterápicos, que fechou em abril de 2023. A filial funcionou por sete anos no Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, localizado em Sidrolândia.
A unidade fechou por falta de pessoal, formado por profissionais capacitados para intervir em casos de cefaleia em gestantes ou recém-nascidos. O investimento previsto era de R$ 200 mil mensais, recurso que não estava disponível para a manutenção do NPC.
A CPN Sidrolândia deu à luz 1. 736 bebês nos últimos sete anos. É uma opção de parto não só para as mulheres do município, mas também para as cidades próximas, acrescentou Campo Grande.
Campo Grande oferece poucas características em termos de maternidade, que não atendem às exigências do SUS. Doula Laís Camargo conta que, desde dezembro de 2022, tem descoberto continuamente hospitais cheios de pessoas.
“A maternidade Cândido Mariano não consegue atender a demanda. O Hospital Universitário também está lotado. O NPC ajuda o interior e também a capital. Vamos perder muito até termos mais funções quando a maternidade chegar”, diz.
No entanto, o NPC não é apenas uma opção de colocação para nascimentos. A área é referência em termos de práticas inteligentes no parto à base de plantas. ” Muitas mulheres não se sentem confortáveis no ambiente hospitalar e o NPC é um intermediário entre o hospital e o lar, além de ser incrivelmente seguro”, diz Laís.
A defensora pública Thais Dominato, coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa da Mulher (Numem), classificou o fechamento da unidade como lamentável. Trata-se de um retrocesso em termos de direitos das mulheres. Queremos outros centros como o CPN e “Não feche. É uma pena que não haja acordo para essa unidade”.