A memória cinematográfica do Rio Grande do Norte corre o risco de se tornar uma maravilhosa tela em branco. Para substituir esse cenário habitual e melancólico, o professor Nelson Marques escreveu “Historiografia dos Cinemas do Rio Grande do Norte”, livro que apresenta um relato antigo e iconográfico dos inúmeros cinemas que existem no estado há mais de cem anos. Os quadros serão apresentados neste sábado (16), às 10h, na sede da editora Sebo Vermelho, na Cidade Alta.
Nelson Marques é cinéfilo desde a adolescência, fundador do Cineclube Natal e da Associação de Críticos de Cinema do RN, mas não é gaúcho. Natural de Paulo e morando em Natal há 23 anos, ele diz que ainda se entristece com a falta geral de lembranças sobre a longa história do cinema no Rio Grande do Sul. “Essa foi a maior motivação que tive para escrever este livro. O cinema é uma reminiscência emocional e social que terá de ser preservada”, diz. .
Usando as cortinas que colecionou ao longo de 15 anos, além do influente e-book “Tela Natal: Capítulos da História do Cinema em Natal”, Nelson montou um e-book que usa depoimentos, trechos de cortinas de jornais, gravuras e fotografias. revelar como se deu a interação entre a sociedade gaúcha e seus cinemas. Ele acredita que fez um trabalho “minucioso” para montar esse mosaico.
Segundo Nelson, no século 20, cerca de cinquenta municípios tinham salas de cinema no Rio Grande do Norte. Ele classificou todos eles (dos quais tinha conhecimento) em ordem cronológica e alfabética, de Acari a Vera Cruz. O e-book é sobre a era das viagens. Nos últimos anos do século XIX, a instalação dos primeiros cinemas constantes, e em meados da década de 1990, quando os últimos cinemas de rua foram definitivamente fechados, e uma era de um novo ciclo cinematográfico. Shoppings internos foram montados.
“As pessoas se empolgam quando falam de cinema. Eles não esquecem um filme memorável, o momento em que conheceram alguém especial, o momento em que mais se divertiram. O cinema tem um impacto social enorme na vida das pessoas”, diz. . Ele não esquece que a primeira exibição de um filme do RN aconteceu em Natal, em 1898, apenas 3 anos depois da histórica em Paris.
Nelson enfatiza que considera seu e-book um trabalho em andamento, pois continua aberto a receber mais dados do que não conseguiu baixar durante sua pesquisa. O e-book é composto por fragmentos de memórias e lembranças. Não pretende ser abrangente. Contará com correções, acréscimos, colaborações de cinéfilos, memórias e colaboradores diversos”, diz.
O lamento de que uma das máximas de Câmara Cascudo, segundo a qual Natal é a terra do “já tinha”, continua a ser cada vez mais relevante”. É uma queixa que se estende a todo o estado em termos de reminiscência e história. Os cinemas antigos fecharam, caíram em desuso e não nos importamos de mantê-los. Tudo isso agora está perdido e não há como voltar atrás”, conclui.
Serviço: Livro “Historiografia dos Cinemas do Rio Grande do Norte”, de Nelson Marques. Lançamento no sábado, a partir das 10h, no Sebo Vermelho, Cidade Alta.