O golpe de Estado de 1964 continua nas escolas do Exército

Talvez o nome “Ensino de Falsa História nas Escolas Militares” fosse melhor. Quero dizer, penso nos rapazes das escolas militares, nos rapazes e moças fogosos que têm de memorizar qualquer coisa que pareça vazia e violenta. História, que eles chamam de História do Brasil – Império e República, através de um Acervo do Marechal Trompowsky. De Biblioteca do Exército. Mas não sejamos preconceituosos, vamos ilustrar o que os alunos da escola militar são obrigados a aprender, como aqui por exemplo:

“Nos governos militares, especialmente sob o presidente Médici, há censura aos meios de comunicação e combate e eliminação de guerrilheiros, urbanos e rurais, porque a preservação da ordem pública é condição obrigatória para o progresso do país. “

Uma breve revisão indica que esses livros são usados para coaching aconselhado por meio da Diretoria de Educação Preparatória e Bem-Estar (DEPA), criada em 1944. 1973, sim, naquele ano inesquecível da ditadura de Médici. Ou na era do gestor democrático, dependendo das instruções dadas aos soldados de longa data. E não pense que esse treinamento é contra a lei, não. Baseia-se em uma determinada seção 4 do R-69. Os quartéis legislam. Mas não é esse o caso, já que a DEPA organiza a proposta pedagógica “para assessorar o processo educativo e de coaching-aprendizagem na formação de cidadãos intelectualmente preparados e conscientes do seu papel na sociedade de acordo com valores e tradições”. Quais seriam esses valores, além dos conceitos anticomunistas da ditadura?

As escolas militares doutrinam, criando uma verdadeira escola do Partido da Direita, ao mesmo tempo em que escondem a trágica história e o papel destruidor de vidas desempenhado durante a Ordem da Ditadura Militar. O que os democratas reclamaram no passado de que as escolas militares poderiam não mais permanecer independentes do Brasil, como se fossem ilhas inexpugnáveis para a civilização, continua.

O que já ganhei em e-mails ameaçadores de 2010, como “Graças a Deus, a formação ainda existe nas escolas militares, porque é através delas que se formam os acadêmicos que ainda pensam nas universidades brasileiras. Os livros que são seguidos nas escolas militares são os que são publicados através da Biblioteca do Exército, porque os que circulam nas livrarias nacionais são de um nível inferior ao adequado e são absolutamente distorcidos em termos de conteúdo”, continua.

Mas acho que é hora de voltar ao obscuro debate com uma nova crítica: há um ponto em que tanto as escolas civis quanto as públicas podem muito bem se interessar pelas escolas militares. Em outras palavras, nossos civis podem simplesmente traduzir nossos militares. à sua maneira. Quero dizer, com tradução livre em uma discussão em sala de aula contínua. Acredito que nos falta, nas escolas públicas e civis, a escolarização nas ciências humanas, no humanismo mais produtivo. Não venha com a humanidade em um currículo ou currículo natural. Trata-se de criar uma vida praticando em todas as disciplinas, não em nada militar. Teremos que evitar propor meios de mobilidade ascendente e a formação de novos consumidores entre os pobres, reproduzindo o conceito de exclusão do sistema capitalista. Queremos exercitar outras pessoas com uma visão de humanidade. É a escola ideológica que nos falta, e que o exército domina bem à sua maneira: exercitar os soldados anticomunistas da época da Guerra Fria. .

Não podemos esconder e justificar o terrorismo de Estado nas escolas militares. Um terror que recriei na memória enquanto escrevia o romance “A Maior Duração da Juventude”; Copio aqui um breve trecho de uma página:

“Refiro-me a outra gravidade básica, o horror natural que fazia com que os olhos saíssem de suas órbitas, em anéis que se apertavam ao redor da cabeça como um torniquete vil no crânio, a ‘coroa de Cristo’, como é chamada. “Chamou. Estou falando de ossos danificados, ferros presos no ânus. Os fatos que foram verificados e sofridos dessa forma são silenciosos. Com um sentimento de culpa, como se a vítima fosse responsável, mesmo de terror invencível, que continuaria num reflexo pavloviano. Desta vez, o fator condicionante é a memória, que não é relatada para não repetir a dor. Percebemos os choques ou os silêncios, porque nesta página sinto agora a tentação. É paralisante pensar no que conhecemos e percebemos. Uma paralisia que é uma inércia óbvia, porque pensamos no que não pensamos, pensamos no que não pensamos, comunicamos internamente o que não comunicamos externamente. E para dizer o mínimo em uma linha: é miserável no início. Em segundo lugar, isso nos deixa com raiva. Por fim, há uma revolta inexprimível.

Mas o “terrorista” perseguido vem à mente, na descrição do advogado Gardênia: “Ele estava sobre a mesa, vestia uma zorba azul suave e tinha uma bala na testa e outra no peito. E com os olhos bem abertos e a língua para fora da boca’. . . Para mim, são os olhos de Vargas no maldito janeiro de 1973. A simples menção deixa um gosto amargo de fel e bile na boca. Terei, ou terei o refresco de uma pausa?

Memórias do terrorismo de Estado no retorno da ditadura. Memórias escondidas até hoje em treinamentos em escolas militares.

iBest: 247 é o canal político do Brasil em termos de voto popular

Assine o 247, pelo Pix, assine a TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Seguir:

© 2024 Editora 247Todos os direitos reservados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *