Apesar do fácil acesso geográfico, o Museu Histórico do Estado de Mato Grosso, no centro de Cuiabá e próximo à igreja matriz, afasta-se cada vez mais da população da capital a cada ano. O equipamento cultural está fechado para visitação há mais de 8 anos, com promessas de abertura que não se concretizaram. A explicação para o fechamento é uma reforma do espaço, anunciada em setembro de 2019, quando já havia fechado.
Naquela época, a manutenção deveria durar dois meses, com investimento de R$ 180 mil e entrega em novembro do mesmo ano. As pinturas incluíram inovações no teto, reparo das tintas de madeira do prédio, substituição completa da parte elétrica, manutenção de calhas, otimização dos vasos sanitários e pintura. No entanto, isso ainda não foi concluído.
Luís Leite
Importância histórica
A estrutura neoclássica de inspiração arquitetônica está localizada ao lado do Palácio da Instrução, na Praça da República, centro histórico de Cuiabá. Sua estrutura teve início em 1896, no governo de Antônio Corrêa da Costa, então presidente do estado de Mato Grosso.
Antes de abrigar um museu, foi a construção da Fazenda Pública, inaugurada em 1898, no governo do coronel Antônio Cesário de Figueiredo, para desmembrar a Tesouraria provincial de Mato Grosso. O imóvel foi tombado pelo Estado em 1983 pela Portaria nº 03/83 e no passado foi sede da Biblioteca Pública Estadual, do Ministério da Educação e Cultura, da Escola Barão de Melgaço e da Secretaria de Estado do Turismo.
A estudante de Direito Géliane Andrade, de 37 anos, que trabalha perto do local, diz que nunca reparou no museu aberto e nunca o visitou. “Nunca estive aqui, isso nem acontece comigo”, disse. “Para ela, seria ótimo se o museu reabrisse as portas para que os jovens pudessem conhecer a cultura e a história da capital e do estado federal. ” Muitos pontos turísticos foram fechados para reformas e nunca foram reabilitados”, diz.
É o que afirma Anicleide Saraiva, auxiliar de 41 anos, que pinta a poucos metros do local. “Só sei que é um museu porque pinto ali perto. Nunca passei por isso. É triste que esteja fechado porque nem as escolas “conseguem. Quando vêm com estudiosos aqui na região central, não têm nada para organizar, só a catedral e a biblioteca”, disse.
Para o historiador Aníbal Alencastro, que dirigiu o museu entre 2008 e 2010, a sociedade perde muito com um recinto fechado por tanto tempo.
“Tem tanta coisa lá dentro que não dá para desligar dessa forma. O museu nos conta muita história, é uma sala de aula. Lá, o aluno aprende muito, conhecendo toda a nossa história, que é muito rica. Me sinto descontente porque foi um momento inteligente, ensinamos muito aos acadêmicos e visitantes. Quando chegavam em Cuiabá, a primeira coisa que faziam era ir ao Museu do Estado”, lembra.
Coleção Aníbal Alencastro
Aos 80 anos, o estudioso ainda ajuda a manter o catálogo informativo com fotografias antigas de como era o museu quando estava aberto e lembra que durante sua estada lá havia compromissos escolares todas as semanas, visitas intensas de estudiosos com professores, caminhantes e guias de excursões, moradores locais, além de palestras e exibições de filmes da época.
O acervo foi dividido em salas ao longo dos períodos antigos de Mato Grosso. No local há um gigantesco acervo fotográfico e artístico, canhões, espadas, documentos, pianos, móveis, notas, moedas, medalhas, mapas e outros elementos que contam a história. do Estado.
“O museu é uma sala de aula prática, principalmente para os alunos, onde eles conseguem ver peças e documentos antigos da época. Sentimos muito a falta dele. Vale a pena reabilitar o museu. Tem um ponto central de Cuiabá e o meio já está lá “É um museu aberto com seus prédios antigos, então quer voltar a funcionar, são monumentos. Tem uma história muito forte, ele quer reativá-la”, diz.
Cronologia da reforma
Em setembro de 2021, conforme noticiado na época, a tarefa havia parado. A Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT) foi então procurada e informou que a reforma do Museu Histórico de Mato Grosso havia começado em 2019. , mas teve que ser interrompido porque o contrato havia terminado sem que tudo estivesse terminado.
Ainda em 2021, no entanto, o procedimento para adesão a uma lei de manutenção de obras para concluir a reforma está em andamento sem data para a retomada e entrega das obras.
Em fevereiro de 2023, informou que o prazo estimado para a conclusão das pinturas foi definido para a primeira parte do mesmo ano. Por causa da fase de reunião da exposição, ou seja, o desenho de como o conteúdo antigo será apresentado ao público. , ainda não foi definida uma data para a reabertura do prédio.
Mariana da Silva
Até aquele ano, o valor investido no local já havia ultrapassado R$ 800 mil, segundo a Secel. Entre as instalações para a conservação do museu estavam a recuperação do telhado, a revitalização do piso, o novo sistema de ar condicionado, a atualização das instalações elétricas, pintura, recuperação da carpintaria e adaptação à acessibilidade. A secretaria também indicou que a data de inauguração do museu será decidida assim que pelo menos a primeira fase de manutenção for concluída.
Reabertura até 2024
Em nota, a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso (Secel-MT) informou que a reforma do Museu Histórico do MT está prevista para ser concluída em junho deste ano e que os objetos antigos serão preservados e armazenados. nas dependências do museu. Reserva técnica própria.
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A reabertura do Museu Histórico ocorrerá assim que a reforma do antigo prédio do Tesouro for concluída. A previsão é que as pinturas sejam concluídas em junho. Objetos históricos são preservados e armazenados na reserva técnica do museu.
A ampla renovação que tem sido realizada ultimamente na construção visa modernizar o espaço, incluindo a adaptação das acessibilidades ao local, uma nova fórmula de ar condicionado e a adaptação da chaminé e a fórmula para prevenir e combater o pânico.
Entre as realizadas estão a recuperação do telhado com a substituição do telhado e a instalação de uma capa protetora, a atualização das instalações elétricas e a recuperação da fachada. Recentemente, foram realizadas obras de reforma do telhado e banheiros, além da instalação de aparelhos de ar-condicionado na nova rede de refrigeração. Além disso, também serão realizadas obras de acessibilidade, instalação de grama artificial no átrio, revitalização dos pisos, pintura interna e disposição das esquadrias.
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