Brasil tem 918 praças com o nome dos presidentes da ditadura 60 anos após o golpe

As homenagens aos presidentes da ditadura militar não impedem isso. Quase exatamente 60 anos após o golpe de Estado de 31 de março de 1964 que instaurou a ditadura do Exército, o país ainda mantém 918 localidades com o nome de um dos cinco presidentes da ditadura militar. Hora. Além de municípios, há nomes para ruas, praças e outros locais públicos. O conhecimento foi divulgado por meio do Broadcast Politico de Correios.

Leia abaixo quantas dessas homenagens estão sendo prestadas hoje ao ditador do regime militar que terminou em 1985:

Humberto de Alencar Castelo Branco – de 1964 a 1967, recebendo 469 prêmios;

Arthur da Costa e Silva – de 1967 a 1969, nomeou 233 logradouros públicos;

Emílio Garrastazu Médici – de 1969 a 1974, nomeou 90 cadeiras;

Ernesto Beckmann Geisel – de 1974 a 1979, 44 vagas;

João Baptista de Oliveira Figueiredo – de 1979 a 1985, nomeou 82 localidades.

Heloísa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e organizadora da coleção de e-books “Arquivos da Respiração no Brasil”, da Companhia das Letras, deu explicações concebíveis sobre por que os dois primeiros presidentes do regime autoritário tiveram tantas nomeações quanto os outros três.

Starling disse que Castelo Branco foi o principal organizador do golpe dentro das Forças Armadas. “Ele é um cara do Exército que trama desde 1962″, disse. Homenagear Castelo significa, para quem presta essa homenagem, homenagear aquele que parece ser o maior líder militar do golpe”, disse o pesquisador.

O maior homenageado, Costa e Silva, já competia em força com Castelo Branco antes mesmo do golpe, explicou Starling. “Ele é o principal líder, talvez por isso [razão pela qual tantos postos são nomeados em sua homenagem], de um Exército “É muito provável que o foco em Costa e Silva venha dessa facção militar que teve muitas discussões dentro do governo Médici”, disse o professor. Em 2024, o pesquisador publicará o e-book “A Máquina do Golpe”, que reconstrói passo a passo a tomada de força pelo exército há 60 anos.

Nomes alterados

Uma das apresentações que homenageou Costa e Silva foi uma das pontes sobre o Lago Paranoá, em Brasília. Em 2015, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou uma lei para substituir a chamada de Honestino Guimarães, estudante da Universidade de Brasília. (UnB), que foi preso e torturado durante a ditadura e que está desaparecido desde 1973. A lei foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por razões técnicas: os deputados distritais não teriam concluído uma única etapa do procedimento com a realização de uma audiência pública. audiência sobre o assunto.

A consulta surgiu ainda em 2022, quando a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou uma nova lei, desta vez cumprindo todas as exigências regulamentares. O autor do texto proposto é Leandro Grass (PV-DF), ex-deputado distrital e atual presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para mudar a convocação, os deputados distritais também tiveram que derrubar o veto do governador, Ibaneis Rocha (MDB), que buscava homenagear Costa e Silva.

“É um sentimento de homenagear alguém que enfrentou a violência e as violações da ditadura. A ponte agora atende ao seu chamado [Honestino] e se torna um ponto memorial para a democracia e a liberdade”, disse Grass.

Logo após a primeira mudança de chamada, em 2016, uma parte da empresa reagiu. O cartaz comemorativo da barraca foi pintado com os dizeres: “Costa e Silva!Esse é o chamado!” Leandro Grass minimizou o evento. Ele disse que há uma mobilização maior da sociedade justamente para combater as pichações.

“A mobilização pela reposição tem sido maior e mais relevante. Uma organização de outras pessoas cujos entes queridos foram agredidos e até de outras pessoas que não tiveram essa experiência, mas que se envolveram. Qualquer reação [nesse sentido] terá que ser tratada com polidez, ‘no sentido de uma formação antiga, uma educação em direitos humanos, uma explicação do que aconteceu [na ditadura militar]'”, disse.

Ao vetar a proposta, Ibaneis se referiu a tentativas anteriores de substituir a chamada da ponte. Concluiu sua mensagem de veto com os seguintes argumentos: “Dada a importância e representação da Ponte Costa e Silva para Brasília, sua idealização através do arquiteto Oscar Niemeyer e o velho momento que deve ser esquecido, somado à resolução editada por meio do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Entende-se que essa iniciativa está vetada. “

Outro lugar emblemático que até pouco tempo lembra o General Costa e Silva é o Elevador João Goulart, conhecido como “Minhocão”, em São Paulo. A chamada estrada, construída pelo ex-prefeito da capital paulista Maluf (PP), foi dada em homenagem a Costa e Silva porque foi ele quem indicou Maluf como prefeito (não havia eleição para o cargo na época).

Em 2016, o então prefeito Fernando Haddad (PT) aprovou uma lei aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo que deu o nome ao cargo de Elevado João Goulart, em homenagem ao presidente derrubado pelo golpe militar de 1964. Maluf criticou essa postura dentro do município. Ele disse que foi uma decisão “prejudicial”. “Há 200 anos, Napoleão disse: ‘As pessoas que não têm reminiscência não têm história’. “

“João Goulart merece um triyete, mas Costa e Silva é presidente da República e ninguém pode apagar Costa e Silva presidente da República da história do Brasil”, disse.

A professora Heloísa Starling disse que as homenagens prestadas aos presidentes da ditadura do Exército em cargos públicos pedem um imaginário autoritário e não democrático. Quando você chama as pessoas na rua, você está dizendo que esse usuário fez um ato maravilhoso e que “Esse fato merece ser lembrado. O ato desses generais foi uma ditadura militar”, disse.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Daiana Santos (PCdoB-RS), a homenagem aos presidentes das ditaduras militares também mostra que o país “não tem sido capaz de enfrentar criticamente seu passado”. escravidão e ditadura militar. Ao contrário de outros países, o Brasil não puniu torturadores e genocidas. Nosso país ainda não virou essa triste página da história”, disse o deputado federal.

O Governo em Silêncio

Desde o início da semana passada, o Broadcast Politico tenta baixar um posicionamento do Ministério dos Direitos Humanos e do ministro Silvio Almeida sobre a investigação. Primeiro, a assessoria de imprensa do ministério informou que Almeida estava realizando um programa no Marajó. que a entrevista só poderia ser realizada por telefone ou por escrito, a agência se recusou a conceder o posto. Procurada oficialmente por e-mail, a pasta também não respondeu.

Há diretrizes, cenas do Executivo, para que não haja declarações que possam justamente causar atritos com o Exército por ocasião dos 60 anos do golpe militar. Como mostrou o Estadão, o governo determinou a anulação dos atos referentes àquela data. A recriação da Comissão Especial sobre Mortes e Desaparecimentos Políticos (ECMDP), conceito proposto por Silvio Almeida, também foi bloqueada.

Locais públicos em todo o estado

Leia abaixo quantos locais públicos levam o nome de um dos presidentes da ditadura militar no estado:

SP-164

BA-78

RJ-76

MG-73

EP-64

AP-53

PR-50

ES-43

RS-43

MA-41

MT-33

Enfermeira – 30

CE-29

SC-29

GO-24

AM – 19

PB-13

RO-12

PI-11

Às 9h.

EM 5

Volume de negócios – 4

AL-4

PA-4

RR-4

SIM – 3

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