A situação epidemiológica da dengue foi atualizada nesta terça-feira (2) em entrevista a jornalistas concedida por meio da secretária de Saúde e Vigilância Ambiental, Ethel Maciel. De acordo com a pesquisa apresentada, vinte estados brasileiros apresentam tendência de estabilidade ou minimização na ocorrência da doença.
Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins registram estabilidade. Sete estados apresentam tendência de queda: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima, além do Distrito Federal. Os grupos federativos com tendência de desenvolvimento são Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Segundo Ethel, mesmo que a situação sugira uma desaceleração da doença na maior parte do país, ainda é preciso cautela antes de perceber que o pico de casos de dengue no país já passou. “Esse é um momento que ainda precisa de atenção. “Queremos que outras pessoas continuem a passar 10 minutos combatendo a dengue, procurando possíveis focos do mosquito. Também queremos que as autoridades levem os jovens para se protegerem nos municípios onde as vacinas estão disponíveis”, disse.
O diretor do Departamento do Programa de Imunizações (NIPT), Eder Gatti, destacou que a terceira entrega de vacinas já está sendo utilizada para atualizar as doses remanejadas entre os municípios. A iniciativa visa otimizar a aplicação. Nosso objetivo é garantir que os municípios que foram alimentados com todas as doses sejam vacinados. Além disso, com a ampliação da vacinação, também incluímos mais regiões elegíveis no aplicativo”.
O Ministério da Saúde ressalta que o foco será no combate ao Aedes aegypti, causador da doença, com a eliminação de criadouros do mosquito, embora o país já tenha as primeiras entregas de vacinas.
Apoio a estados e municípios
O Ministério da Saúde segue monitorando diretamente o cenário da dengue por meio da vigilância estadual. O Ministério já liberou R$ 94,7 milhões, por meio de portarias, para atender emergências nos seguintes estados, além do Distrito Federal: Acre, Amapá, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Big. Outros 382 municípios também foram contemplados. Os recursos fazem parte do R$ 1,5 bilhão destinado a essa finalidade.
O ministério também destinou mais de R$ 300 milhões para o fortalecimento monetário federal do componente fundamental da assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). O orçamento será restabelecido por meio de um aumento retroativo e virá com medicamentos que tratam os sintomas da dengue.
Na semana passada, foram realizadas duas visitas técnicas aos movimentos de vigilância, controle vetorial e assistência nos municípios de Ribeirão Preto e Campinas, em São Paulo. O Ministério da Saúde também realizou um webinar voltado para a capacitação dos profissionais que compõem a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica (Renaveh) e demais componentes interessados na pesquisa de arboviroses, além de um seminário com secretários estaduais e municipais para discutir a progressão de medicamentos para doenças negligenciadas.
Situação epidemiológica
Até a décima terceira Semana Epidemiológica (SE) de 2024, o Brasil tinha 2,6 milhões de casos prováveis de dengue. São 991 mortes pela doença e 1. 400 estão em investigação. Até o momento, 11 estados declararam estado de emergência, assim como 465 municípios.
Investigação de óbitos
Técnicos do Ministério da Saúde também explicaram a abordagem de investigar uma morte por uma doença identificável, o caso da dengue. É um procedimento inegável que requer investigações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais.
A vigilância municipal tem 60 dias para concluir a investigação e registrar o óbito no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os óbitos também podem ser analisados por meio de fóruns estaduais de pesquisa, e a caracterização pode ser alterada, impactando no número de óbitos. no banco de dados.
Em alguns casos mais graves, uma amostra pode não ter sido coletada e, em algumas situações, a coleta e o diagnóstico laboratorial completo são realizados muito mais tarde após o óbito, por meio dos serviços municipais e estaduais de verificação de óbitos.
Ministério da Saúde