O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva citou 16 fatos em seu despacho que autorizou a prisão preventiva de Claudinho Serra e dos demais envolvidos. Nesses eventos, ele destacou a voracidade do assessor em descarregar dinheiro vivo dos esquemas.
O primeiro fato é o pedido do “Patrão” (Claudinho Serra) de R$ 8. 450,00 no dia 23 de setembro de 2022, quando é imaginável verificar a troca verbal entre Ueverton da Silva Macedo, “Frescura”, e Ricardo José Rocamora Alves, quando o primeiro enviou uma foto de maços de notas fiscais, e depois indicou ao interlocutor que havia notas fiscais a serem emitidas no mesmo dia antes das 15h. que está pronto para fazer a tempo.
Além disso, Ricardo Rocamora questionou se o esforço já estaria pronto, recebendo uma reação positiva de “Frescura”, alegando que havia sido solicitado através de “El Jefe”, em referência a Claudinho Serra. Ricardo Rocamora mandou Ueverton Macedo conversar com Tiago Basso, funcionário da prefeitura envolvido na organização criminosa, para fatorar a nota fiscal vinculada, aleatoriamente, ao setor de estruturas.
Ricardo Rocamora implorou para Ueverton Macedo deixar a nota ser levada em conta na segunda-feira, já que “vai ter muito ciúme na organização”, mas, Ueverton insistiu, porque “Ele” (Claudinho Serra) estava procurando o dinheiro no mesmo dia, R$ 8. 450,00 para você e mais R$ 15. 000,00 para “Beleza”.
A decisão também citou a empresa de publicidade Papo com Ton (Heberton Mendonça da Silva), supostamente intermediária entre a prefeitura de Sidrolândia e a empresa Art e Traço Publicidade e Assessoria Eireli, que venceu a licitação 123/22. aprovado em 11 de abril de 2022, com preço inicial de R$ 1. 500. 000,00.
Após 8 dias de aprovação, foi criada a empresa Heberton Mendonça da Silva (Conversa com Tom) e, em 22 de agosto de 2022, começaram os ataques do funcionário Tiago Basso, colocando a empresa vencedora da licitação, Art e Traço, em tensão.
A sentença também destaca a provável expansão da organização criminosa dirigida contra um membro do Poder Legislativo de Sidrolândia e a troca de dados sigilosos dentro do próprio Ministério Público, segundo mensagens trocadas entre Tiago Basso e o vereador Izaqueu. de Souza Diniz, conhecido como “Gabriel Auto Car”, com a concordância de Claudinho Serra, cópia de um cartão bancário enviado a Tiago Basso para Zabel Silva dos Santos, cunhada do vereador.
Por fim, o último fato citado no acórdão é a supressão do portal da transparência da Prefeitura de Sidrolândia, como demonstrado por meio de troca verbal realizada por meio de Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho Serra.
Receba recomendações de como comunicar ao “Patrão” (Claudinho Serra) como bloquear o conhecimento do público sobre as diárias pagas. A solução encontrada foi eliminar o próprio portal da transparência, cortando o conhecimento dos órgãos.
O advogado Tiago Bunning, responsável por proteger o vereador de Campo Grande Cláudio Jordão de Almeida Filho (PSDB), o “Claudinho Serra”, preso em Campo Grande (MS) por comandar um esquema de corrupção no município de Sidrolândia, disse recentemente ao Correio do Estado que merece protocolar entre hoje e amanhã um habeas corpus para livrar seu consumidor da prisão.
“Não vejo intenção de prender preventivamente um usuário como Cláudio Serra Filho, que tem educação de primeira linha, residência constante, círculo familiar com esposa e dois filhos menores de um ano e carreira jurídica como advogado. disse o vereador de Campo Grande, Tiago Bunning.
Ele acrescentou que o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva não teve explicação para decretar a prisão do vereador Claudinho Serra, já que seu cliente não tem antecedentes criminais.
“Meu consumidor sequer foi intimado para ser ouvido durante a investigação para que conheça os fatos que lhe são atribuídos, especialmente quando se trata de investigação sobre suposto crime que, por sua natureza, não envolve violência ou grave ameaça. “Argumentou.
Tiago Bunning acrescentou que Claudinho Serra não é uma pessoa nociva, não representa uma ameaça à pesquisa ou à sociedade. “Não há nada que o salve de ser investigado e pagar qualquer multa enquanto estiver em liberdade. Por isso, vamos fazê-lo entrar com um habeas corpus para pedir a revogação de sua prisão preventiva”, disse.
Durante consulta na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quinta-feira (4), o presidente da Câmara, vereador Carlão, tomou a palavra para comunicar sobre o caso do vereador Claudinho Serra (PSDB), preso (3) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco), que investiga a corrupção do executivo municipal de Sidrolândia.
“Vou denunciar antes e vou encobrir, temos que esperar as coisas acontecerem”, disse.
Carlão já havia se pronunciado, dizendo que a Câmara não havia sido informada legalmente da prisão e que a investigação não temia o mandato do parlamentar e, por isso, sua atuação como assessor, já que apura supostos crimes cometidos antes de Claudinho assumir e estar em Sidrolândia.
Na quinta-feira ele voltou a levantar o fator, desta vez no plenário, e reafirmou que o quadro na Assembleia Legislativa Municipal continua enquanto não houver resolução judicial ou notificação sobre o caso.
“Nossos regulamentos são claros, por isso a consulta de hoje foi perdida e será perdida, seus trabalhadores também foram investigados e foram exonerados. A Câmara não foi informada legalmente, eu nem sei quem é o MP deles, então é “não”. Assim que me informarem, vou comunicar ao promotor e o promotor vai investigar”, disse.
O presidente da Câmara explicou ainda que projetos que exigem quórum especial precisam de 20 votos, o que não será prejudicado pela ausência de Claudinho Serra durante sua prisão.
“Se faltarem mais sessões do que o permitido pelo regimento [10 sessões consecutivas], o substituto será convocado, e se ele tiver autorização para soltura ou liminar do tribunal que diga que ele terá que se ausentar, aí a gente retira. “”E você chama o substituto e o TRE diz”, explicou.
“No momento não tem nada, o vereador é cobrado, ele é avisado, mesmo assim ele não tem uma condenação definitiva, do município, então não cabe à Mesa Diretora interferir nessa ação judicial”, completou.
Carlão concluiu ressaltando que, em caso de condenação, o próprio Tribunal Regional Eleitoral (TRE) afasta o vereador.
“Isso não tem nada a ver com o mandato, se fosse teríamos nos reunido e feito uma resolução rapidamente, assim como fiz com o vereador, que nomeou e afastou o cargo”, concluiu.
No plenário, Carlão comentou a operação e a prisão do vereador.
Agentes dos Grupos Especiais de Combate à Corrupção (GECOC) e da Ação Especial de Repressão ao Crime (GAECO) expediram 8 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (03).
De acordo com as investigações da Unidade Especial do Ministério Público, o modo de vida de uma organização criminosa especializada em fraudes em licitações e contratos administrativos foi revelado nas investigações voltadas para a cidade de Sidrolândia.
Entre as movimentações da organização está a de pagamento de propina a agentes públicos municipais, além de identificar um “ramo” da atribuição que se referia a operações na área de engenharia e pavimentação.
O Ministério Público aponta que os contratos já conhecidos e os alvos da investigação somam aproximadamente R$ 15 milhões.
©2024 CORREIO DO ESTADO. Todos os direitos reservados.
Razão Social: Correio do Estado LTDA
CNPJ: 03. 119. 724/0001-47