Em parceria com o Sebrae, o governo estadual vai ajudar a inspirar o empreendedorismo nas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa pioneira no Brasil será realizada por meio do programa Empretec Indígena, da aldeia Anodi, na Brasilândia.
Um acordo de cooperação assinado nesta sexta-feira (12) entre o governo e o Sebrae. Nesta semana os quadros educacionais começaram com a etnia Ofaiés, com a participação de 32 mulheres que já estão se candidatando como feirantes na cidade.
O programa segue depois para o concelho de Miranda, onde se instalará na aldeia de Cachoeirinha. A ação tem como objetivo levar conhecimento, independência, autonomia monetária e mais qualidade de vida às comunidades indígenas.
Bruno Rezendo/Governo de MS
Eduardo Riedel no lançamento do programa pioneiro
“Muitas outras pessoas não têm a oportunidade de explorar esse sentimento empreendedor. Essa educação vai acontecer porque eles exigiram essa mudança e queremos avançar e traçar políticas públicas que levem em conta a verdade de cada comunidade. “O Estado estará disposto nas aldeias a levar progresso para as outras comunidades, para ajudar a verdade”, disse o governador Eduardo Riedel.
Riedel também destacou a importância da colaboração com o Sebrae. “Entrei no Empretec em 1998, na época a elegância que existia no estado e naquela época foi algo incrivelmente inovador, porque mexeu com meu espírito empreendedor. Agora, o programa está chegando às comunidades indígenas, assim como a esse componente prioritário nesse processo que é o Sebrae”, completou.
O presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, foi pressionado a que essa ação, além de contribuir para ampliar a fonte de renda dentro das comunidades, também salvará a cultura indígena. Trata-se basicamente do empreendedorismo feminino dentro das aldeias, bem como do conceito de protagonismo, autossuficiência, fonte de geração de renda e sustentabilidade. Principalmente no Mato Grosso do Sul, que é o terceiro estado com a maior população indígena”.
Espera-se que o programa seja bem-sucedido em outras comunidades indígenas e abranja não apenas a capacitação, mas também o mercado e outros projetos nesse sentido. A duração da cooperação entre as partes é igualmente válida por 12 meses.
“O conceito aqui é estender os processos para as comunidades. O próximo passo é o Miranda. Empretec é um curso que pinta sobre comportamentos, uma linha de empreendedorismo para substituir comportamentos. Vamos ampliar esses quadros para trazer novas oportunidades. Desenvolvimento, com inclusão”, descreveu o diretor-geral do Sebrae-MS, Cláudio Mendonça.
Autonomia e protagonista
A aldeia de Anodi, no Brasil, foi a primeira beneficiada pelo programa. O cacique Marcelo da Silva Lins está sob pressão de que essa educação trará autonomia monetária, destaque e novas oportunidades para a comunidade e para suas atividades empresariais.
“Nossos outros povos tiveram o privilégio de sediar esse primeiro Empretec indígena do Brasil. Esta semana e hoje terminaremos com uma nota alta. Para nós, assim como outros povos indígenas, essa iniciativa nos dará autonomia, expansão e sabedoria para gerir nossos negócios e expandir o futuro que temos. Aqui 32 mulheres participaram da capacitação, nesta segunda etapa será com os homens da aldeia”, disse a liderança.
Bruno Rezende/Governo do MS
Secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza
A secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, explicou que o programa na Brasilândia foi resultado de um pedido da própria rede. “As mulheres da aldeia já estão gerando toalhas que até aparecem em novelas do horário nobre. Além de aprender mais sobre ser empreendedor indígena no estado, também traz importância e respeito às suas respectivas culturas”.
“Levamos para o Sebrae, que acompanhou a comissão e fez todas as adaptações na metodologia do programa para respeitar a verdade cultural da comunidade, para que nessa associação possamos trabalhar o empreendedorismo nas aldeias, criando inclusão e sustentabilidade”, enfatizou o secretário.
Programa Indígena Empretec
O programa Empretec, desenvolvido pelo Sebrae, é um método criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de identificar as qualidades típicas do comportamento de um empreendedor. Mais de 40 países oferecem o programa. Essa iniciativa em favor dos povos indígenas não é nada inovadora, que conta com o apoio do governo estadual.