Guerras de facções: Dupla é presa por executar por engano uma mulher em boate de MS

Os culpados pela morte de Sabrina Machado, de 18 anos, em Sonora, a 361 quilômetros de Campo Grande, em uma guerra entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), que deixaram a cidade “sitiada”, em meio aos homicídios cometidos, prenderam em Mato Grosso nesta quinta-feira (18).

Os dois criminosos foram presos em Rondonópolis, no Mato Grosso, como parte de uma ação conjunta por meio da Delegacia de Sonora, Garras (delegacia especializada na repressão a assaltos a bancos, roubos e sequestros) e Denar (delegacia especializada na repressão ao tráfico de drogas), com a Polícia Civil de Mato Grosso.

A organização, segundo as informações, teve origem no Rio de Janeiro e pretendia executar um adolescente de 13 anos pertencente a uma facção rival em São Paulo. O adolescente foi baleado na perna, enquanto Sabrina, que trabalhava na boate, foi baleada no peito e morreu na hora.

Na ocasião, três adolescentes de 16 e 17 anos foram presos por cumplicidade com os autores. Segundo relatos, eles se livraram do alvo da boate para que os atiradores pudessem alcançá-lo.

A polícia entrou em contato com um dos adolescentes por meio de câmeras de segurança, que o mostram ao lado do alvo. Ao ser questionado, o rapaz começou a se contradizer e dar informações incoerentes.

O alvo teria sido um integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), um adolescente chamado “Passarinho”.

O trio é formado por integrantes do CV (Comando Vermelho), um dos quais, de 16 anos, inclusive pertencia à organização rival.

À polícia, o trio confessou ter recebido a chamada de vídeo. No relato, eles afirmam ter sido ameaçados e explicaram como a ocasião se desenrolaria, desde localizar “Passarinho” até convocá-lo para retirar o alvo da boate e chamá-lo. os pistoleiros.

O trio se reuniu com os atiradores para conversar sobre algumas coisas. Eles analisaram as características do casal e identificaram um deles, conhecido da polícia e envolvido no crime.

Mato Grosso do Sul, rota do tráfico de drogas, acabou sendo palco de confrontos entre duas facções criminosas: o PCC (Primeiro Comando da Capital), que tradicionalmente governou o estado por pelo menos 25 anos, onde criou uma subsede da facção – e o CV (Comando Vermelho) – que agora busca “invadir” e dominar o estado, gerando uma guerra entre facções.

Para o procurador do Estado de São Paulo, Márcio Sérgio, autor do e-book Laços de Sangue – A História Secreta do PCC, em entrevista ao Midiamax, esse confronto entre as duas facções do Estado está longe de terminar, porque para o CV O Estado desempenha papel vital no combate às drogas, assim como para o PCC, que tentou manter sua hegemonia usando o Mato Grosso do Sul como subsede da facção.

Nesse confronto que começou a tomar forma em Sonora, o promotor fala sobre a data de oportunidade que o currículo viu ao buscar entrar no estado para ampliar seu itinerário. “Este é um problema estrutural, que provavelmente ressurgirá com mais conflitos. “entre as facções”, disse Márcio.

Mesmo após o cenário controlado pelas forças policiais que deflagraram a Operação Divisa, contrária à guerra de facções, o Ministério Público de São Paulo descarta novos embates entre o PCC e o CV. “Em algum momento, esse confronto vai reacender”, disse.

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