Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em forte queda ante o real nesta sexta-feira, engatando uma sequência de ganhos semanais, com dados de inflação nos Estados Unidos em linha com expectativas alimentando uma queda nos rendimentos dos Treasuries.
A moeda à vista norte-americana fechou em queda de 0,94%, a R$ 5,1168 para venda, marcando a desvalorização mais intensa em uma semana e o menor patamar desde 11 de abril (R$ 5,0908).
Na comparação com o fechamento da última sexta-feira, o dólar caiu 1,58%, quebrando uma sequência de quatro ganhos semanais consecutivos, período em que havia subido cerca de quatro por cento. Após movimentos bruscos na taxa de câmbio, é comum que haja oscilações ocasionais na direção oposta à medida que os investidores obtêm lucros.
A queda da moeda norte-americana nesta consulta foi acompanhada por uma queda nos rendimentos das obrigações norte-americanas, depois de se ter conhecido que a inflação no país subiu moderadamente em março, em linha com as expectativas do mercado.
O índice de preços PCE, referência do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para acompanhar a inflação, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos nesta sexta-feira. Os dados de fevereiro foram revisados e mostram alta de 0,3% no PCE. Nos 12 meses até março, a inflação subiu 2,7%, após alta de 2,5% em fevereiro.
Economistas consultados pela Reuters previam taxa de 0,3% para o mês e de 2,6% para um ano.
“A inflação PCE em março foi forte, mas não tão severa quanto se temia após a gigantesca surpresa positiva dos dados trimestrais”, disse o Bank of America em relatório a clientes.
Na véspera, o conhecimento melhor do que o esperado sobre a inflação PCE do primeiro trimestre levou muitos participantes do mercado a adiar suas apostas sobre o momento da primeira flexibilização do Federal Reserve para novembro ou mesmo dezembro.
Mas, com o alívio de sexta-feira, os investidores em futuros vinculados à taxa básica de juros do Federal Reserve estão precificando um primeiro corte em setembro, de acordo com dados da LSEG.
No entanto, essa avaliação ainda é muito mais conservadora do que a previsão predominante no final do ano passado, segundo a qual o Federal Reserve começaria a flexibilizar a política financeira já em março.
“Na realidade, o número do PCE só confirma a recalibragem de expectativas ocorrida em abril e agora apostamos que o início do ciclo de corte de juros só virá no fim do ano e provavelmente será mais tímido”, disse Danilo Igliori, economista da Nomad.
“Eles não estão fazendo nada para aumentar a confiança de que a inflação está convergindo de forma sustentável para a meta de 2%. “
A alta dos juros nos EUA favorece o dólar, pois aumenta os rendimentos dos investidores estrangeiros.
No Brasil, conhecimento prévio mostrou que o IPCA-15 aumentou menos do que o esperado em abril, já que os preços mais baixos do frete compensaram o peso dos preços dos alimentos, colocando a taxa de 12 meses abaixo de 4%.
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