Exposição comemorativa do aniversário do TJMS conta a história de Barão de Vila Maria, ‘dono da Nhecolândia’

Para celebrar os 150 anos da criação da comarca de Corumbá, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) inaugurou, nesta terça-feira (26), a exposição “Traços da História”, que conta, por meio de documentos e relíquias, a trajetória de personalidades do Estado, como Barão de Vila Maria, conhecido como “dono da Nhecolândia”.

Joaquim José Gomes da Silva, o Barão de Vila Maria, um dos maiores latifundiários da região do Pantanal. Suas moradias eram tão extensas que se estendiam de Corumbá a Coxim.

A história do círculo familiar de Gomes Silva está intrinsecamente ligada à formação do Pantanal. A área, hoje conhecida como Nhecolândia, em Corumbá, recebeu esse nome em homenagem ao filho do barão e proprietário de uma das primeiras fazendas da sub-região. , Joaquim Eugênio Gomes da Silva, conhecido como “Nheco”.

Há dois anos, Zeli Paim, diretor de controle de documentos do fórum de Corumbá, estava compilando arquivos. Na época, eles não tinham em mente que o resgate histórico seria tema de uma exposição.

“Estávamos salvando os arquivos para salvar essas relíquias. No início, não sabíamos o que ia acontecer. Esta exposição é um presente para a sociedade de Corumbá e Mato Grosso do Sul. Estamos levando sabedoria para o estado todo”, diz.

Zeli lembra que o produtor rural ganhou o nome nobre de Barão em 1862, concedido por meio de Dom Pedro II, para sua expansão das propriedades. As moradias eram a Fazenda das Piraputangas, que possuía uma fábrica de açúcar e culturas (açúcar, farinha, milho). , arroz e feijão); e a Fazenda Palmeiras, para criação de animais de produção, às margens do Rio Taquari.

“São vários personagens, mas destaco o Barão de Vila Maria porque também existe uma história de amor”, explica o diretor.

A história de amor a que Zeli se refere aconteceu em 1847, no município de Poconé, no Mato Grosso, numa época em que Joaquim José “roubou” uma prima de sua família para se casar com ela e constituir família. O casal teve dois filhos.

Além de contribuir para a expansão do agronegócio no MS, o Barão de Vila Maria participou do início da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), também conhecida como Guerra do Paraguai.

Ao saber da invasão das tropas paraguaias em Corumbá, o barão viajou por 79 dias ao Rio de Janeiro para levar a notícia ao Império, o que possibilitou a ofensiva brasileira. Segundo Zeli, sua aventura é conhecida como a mais rápida já realizada.

“Ele passou 79 dias viajando, 60 dias pedalando e 19 dias descansando por algumas horas. Essa aventura levava em média de seis a sete meses, mas veio mais rápido e, graças a isso, as tropas do RJ desceram para o confronto”, disse Zeli.

Com a guerra, os invasores saquearam suas fazendas e desperdiçaram as propriedades do barão, mas só depois de 1870 os trabalhos de reconstrução puderam ser retomados.

Nos anos seguintes, o barão solicitou permissão imperial para explorar minério de ferro nas colinas do Urucum, na fazenda de Piraputangas. Segundo registros antigos, por volta de 1870 partiu para o Rio de Janeiro. No entanto, em sua viagem de volta, faleceu em 4 de abril de 1876, a bordo do navio Madeira, em Montevidéu, Uruguai.

A exposição Traços da História ficará em cartaz por dois meses no antigo fórum e museu da cidade. Após esse período, a exposição será instalada em Campo Grande, onde deve permanecer até setembro.

Segundo Zeli, a exposição passará por Paranaíba durante a festa de aniversário de 150 anos da cidade e passará por escolas e institutos de ensino superior de Mato Grosso do Sul.

A ocasião aconteceu na presença do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sérgio Fernandes Martins, e demais desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A programação comemorativa movimentará o município até o dia 27 de março, somando-se o depósito de uma “Cápsula do Tempo” que será inaugurada em 2074.

O programa será concluído com uma consulta solene em que as instâncias do TJMS se pronunciarão sobre as instâncias do momento de competência, na presença de autoridades municipais e estaduais.

Além disso, será lavrada a ata oficial do evento, que será depositada na “Cápsula do Tempo” juntamente com demais cartas e documentos, antes da finalização final da caixa postal de votação que será exibida em seu local definitivo no fórum.

Interessado? A exposição “Vestígios da História” também pode ser vista em formato virtual no site do TJMS.

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