Imigração Alemã: A Contribuição dos Imigrantes para a Economia do Rio Grande do Sul

A pujança da economia gaúcha ao longo dos séculos se deve, em grande parte, à contribuição dos imigrantes. Além de revoluções e disputas territoriais, muitas corporações nasceram aqui pelos pioneiros e seus descendentes. Mais recentemente, como um componente de In a World Without Borders, empresas alemãs com operações globais começaram a se estabelecer neste estado, ajudando a impulsionar o progresso desta região até hoje.

No contexto da chegada dos primeiros colonos de origem germânica, há duzentos anos, que terminou em 25 de julho, deve-se identificar que essa chegada foi um dos pontos que consolidaram o território gaúcho como referência econômica, desde os primeiros até os vendedores ambulantes, ou Musterreiters, profissionais que, no início da imigração, percorreram longas distâncias nas colônias e em Porto Alegre. “Acho que a contribuição dessa cultura é algo incrivelmente aplicável ao progresso do estado e do país. “, afirma o empresário Agnelo Seger, representante da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs) à Comissão Estadual para o Bicentenário do RS. A imigração alemã e seus próprios antepassados chegaram ao território dos gaúchos em 1854.

Mas o Rio Grande do Sul mudou quando os primeiros 39 alemães chegaram a São Leopoldo, no Vale do Rio dos Sinos, em 1824, a começar pela província de São Pedro do Rio Grande. Após o desembarque, os viajantes ganharam terras do governo imperial de 48 a 77 hectares. Segundo a pesquisadora Tatiane Bartmann, então mestranda da PUCRS, em artigo apresentado no 11º Encontro Histórico do Estado, em 2015, o imigrante alemão “é apresentado como um detalhe motivador vital na industrialização do Rio Grande do Sul”.

O conceito é seguido por outros, como Heloísa Reichel, das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no e-book “A industrialização no Rio Grande do Sul na República Velha”. Os pesquisadores Lucildo Ahlert e Sirlei Gedoz, da Universidade do Vale do Taquari (Univates), disseram que “o imigrante provavelmente tinha um poder aquisitivo maior do que aqueles que, vivendo em outras partes do país, ingressaram na massa assalariada no campo e nas cidades”.

Segundo Tatiane, há três visões acadêmicas sobre como o imigrante alemão transformou uma indústria até então baseada no artesanato e na mídia em empreendimentos gigantes. Em um deles, o industrial alemão seria o ex-artesão que desenvolveu seus negócios. Em determinado momento, ele argumenta que houve uma ruptura, pois quando os latifundiários acumularam fontes de renda suficientes para importar produtos do exterior, as instituições artesanais desapareceram. A 3ª afirma que há uma convivência entre os dois.

Na verdade, não há consenso sobre como a indústria “virou a página”, mas existem algumas características que podem contribuir para esse processo. Imigrantes em outras colônias fabricavam outros produtos, utilizando regularmente conhecimentos adquiridos no passado. Para o professor Martin Dreher, doutor em Divindade pela Universidade Ludwig Maximilian, em Munique, na Alemanha, escritor do centro de estudos teuto-brasileiros da Unisinos e autor de mais de 50 livros, os imigrantes passaram a capitalizar e exportar basicamente produtos de couro, depois produtos alimentícios.

“A partir de 1824, o Brasil começou a acolher outros povos que tinham estratégias agrícolas mais complexas do que as que existiam aqui até então. Segundo ele, o Império, no século XVIII, havia proibido atividades como tecer, confiscar e queimar, por exemplo, as rodas de fiar e teares dos açorianos em Santa Catarina. “Eles (o Império) queriam que os produtos viessem de Portugal”, diz o professor.

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